´Capital e Ideologia´ de Thomas Piketty: Um Breve Guia de Leitura (original) (raw)

‘Utopia Útil’ versus ‘Ilusão Perigosa’: Notas sobre ‘O Capital no Século XXI’ de Thomas Piketty

Kalagatos, 2017

Partindo da noção de utopia útil elaborada por Thomas Piketty, em sua monumental obra O Capital no Século XXI, o artigo pretende lançar luz de uma exposição introdutória de algumas das principais teses oferecidas pela obra do economista francês, confrontando-as, sempre que possível, com as do clássico marxiano O Capital, a qual aquela obra faz menção como peça publicitária. Para isso, esta investigação partiu da ácida crítica feita por Slavoj Žižek a Piketty, especialmente a sua reprovação com relação à defesa pikettiana de uma utopia em pleno século XXI. Contudo, constatou-se que não há, necessariamente, nenhum problema em defender uma utopia no interior de uma tradição marxista heterodoxa – desde que ela seja entendida como uma proposta negativa que tende exigir muito mais da realidade histórica do que ela é capaz de oferecer (Seção 1). Outrossim, demostrou-se que O Capital no Século XXI não é, de nenhuma forma, uma crítica radical ao capitalismo, nem uma continuação do clássico m...

A ideologia de Piketty

O'que nos faz pensar, 2021

Resenha do livro Capital et ideologie do economista francês Thomas Piketty (2019) publicada na revista O'que nos faz pensar (PUC-RIO).

A Ideologia nos Clássicos Brasileiros da Crítica Marxista da Administração

O propósito do presente artigo é trazer à baila o modo de apreensão do problema da ideologia em Maurício Tragtenberg e Fernando Prestes Motta, tomando tais autores como clássicos no Brasil de uma crítica marxista da administração. Argumenta-se que o modo de apreensão da ideologia interfere diretamente na crítica marxista da administração, de modo que as marcas identificáveis do estruturalismo francês althusseriano consolidam algumas restrições, sobretudo a identidade entre ideologia e falsidade. Na crítica marxista da administração, essa identidade que se afasta de Marx erigiu uma homogeneidade nas teorias da administração tomadas exclusivamente como deformação ou ocultamento da realidade. O artigo sugere que a determinação da ideologia não se dá por sua falsidade ou verdade, mas pela função concretamente desempenhada na vida social e indica, ao final, encaminhamentos para a pesquisa nesses termos.

Ideologia - RECHTD.pdf

Este é um artigo de acesso aberto, licenciado por Creative Commons Atribuição 4.0 International (CC BY 4.0), sendo permitidas reprodução, adaptação e distribuição desde que o autor e a fonte originais sejam creditados. Resumo O presente artigo tem por objetivo apresentar as relações existentes entre a ideo-logia, com as várias teses que a definem, e a hermenêutica jurídica entendida sob o viés da linguagem e da interpretação. O estudo analisa conceitos vinculados às críticas discursivas, como a alienação de Karl Marx, bem como seus aportes de recepção no Brasil. Com a ampliação da compreensão do rol dos intérpretes da norma, incluindo os atores sociais, mesmo que não em sentido estrito, pode-se compreender melhor a realidade e sua complexa relação com o tecido social em que se encaixa. Abstract This paper discusses the relation between ideology, as defined by several theses, and legal hermeneutics, seen here from the perspective of language and interpretation. It examines some concepts related to discourse analysis, such as Karl Marx' concept of alienation, and some aspects of their reception in Brazilian scholarship. By broadening A ideologia como determinante da hermenêutica jurídica Ideology as a determinant of legal hermeneutics

Ideologia e utopia em Karl Mannheim

Sem Aspas, 2013

This work aims to introduce the concepts of ideology and utopia by Karl Mannheim, setting them in an epistemological and sociological perspective and the consequences which, according to Mannheim, both involve to the notion of "all truth", in which must be understood related concepts as a "full understanding" and "situational analysis" among others. Some epistemological and methodological issues by Mannheim are discussed fi rst, the following analysis the most closely related to the sociology of knowledge, precisely the ideology and utopia.

ADVOCACIA, ÉTICA E CIDADANIA: TÓPICOS PARA REFLEXÃO

1. A razão de ser do Direito: O direito moderno surge historicamente (Revolução Francesa) com o objetivo de ser um instrumento de proteção do fraco contra o forte. A ordem jurídica é vista como o elemento capaz de colocar limites ao exercício arbitrário da força por parte daqueles que detém o poder (político, físico, econômico, etc.). Essa é, inclusive, uma das razões históricas apresentadas para justificar a necessidade do estado democrático de Direito. Já o direito contemporâneo surge com o nascimento do estado social (início do século XX), tendo como objetivo proteger não mais apenas os direitos individuais, mas também os direitos coletivos (e hoje também os direitos difusos). Nesse sentido pode-se afirmar que o Direito busca (ou deve buscar) a concretização da justiça. No confronto entre o forte e o fraco (individual ou coletivo), a sua inexistência seria a continuada vitória do primeiro, através da imposição arbitrária da sua vontade. A idéia da chamada igualdade proporcional, segundo a qual tratar com igualdade é tratar desigualmente os desiguais, caminha exatamente nesse sentido. No conflito entre o forte e o fraco, o Direito existe para garantir aquele que, na sua ausência, não teria possibilidades de alcançar uma decisão justa para o problema que enfrenta. Lembrar as razões históricas pelas quais surge o Direito que se tem hoje é lembrar também o seu compromisso com o resgate da dignidade humana e com a cidadania. No entanto a prática profissional da advocacia tem esquecido isso. Tranformaram-se os advogados, regra geral,