A rua sem "o mundo (original) (raw)
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Pessoas em situação de rua e o “centro do universo”
RUA
Este artigo tem como objetivo problematizar as relações que a cidade de Florianópolis/SC estabelece com as pessoas em situação de rua. Partimos de um olhar cartográfico (DELEUZE; GUATTARI, 2011) para a cidade e flanamos (BENJAMIN, 1994) por suas ruas a fim de registrar, via fotografia, algumas das tensões que emergem dos encontros entre cidade e as pessoas em questão. Transversalizamos a essa discussão, a análise de uma das legislações mais importantes de uma cidade, que a organiza e planeja: o Plano Diretor. A partir daí, problematizamos os efeitos da lei nos corpos das pessoas em situação de rua e o lugar que a elas é destinado na tessitura da cidade.
O título que eu propus para essa fala - “praticas sem mundo” - se refere justamente as práticas que carregam em si essa ambiguidade do estranhamento. São "sem mundo” porque não preservam seu vínculo com o praticante - com o mundo do praticante, onde ele é um sujeito autônomo, que pensa o que vai fazer, que busca reconhecimento por seus pares, etc. Mas, se não são do mundo do praticante, nem por isso são “de outro mundo”. Minha proposta é examinar rapidamente duas maneiras em que a música pode nos ajudar a entender como uma prática pode ser indiferente ao mundo de uma maneira que beira o insuportável. Num primeiro caso, quero mostrar como a música pode ser entendida como um elemento estranhamente indiferente ao mundo, e, num segundo exemplo, como essa estranheza pode ser apaziguada através da construção de um mundo adequado a ela.
A rua e a sociedade capsular, 2012
O artigo aborda duas experiências urbanas que atualmente disputam espaço no território físico e existencial das cidades brasileiras: a experiência da rua e a experiência capsular, pensada a partir do conceito de “civilização capsular”, proposto pelo filosofo belga Lieven de Cauter. Essas experiências, entretanto, ocorrem não tanto como polaridades antagônicas mas, em geral, superpostas ou embaralhadas em variações de intensidades, a depender de como cada sujeito urbano elabora seu modo de vida em suas trajetórias cotidianas. Como pano de fundo, há a intenção de que o mergulho nesses paradoxos possa contribuir para a construção de ferramentas criticas e políticas alternativas aos processos hegemônicos de produção do espaço urbano.
2020
Quanto tempo dura um bairro? Sobre o livro registro do conjunto urbano dos bairros Lagionha, Santa tereza e Savassi.
Revista de morfologia urbana, 2019
Resumo. O espaço do pedestre é o objeto de estudo do "método de avaliação da rua", proposto para analisar se o mesmo apresenta-se como um ambiente inclusivo ao pedestre. A estrutura de análise parte das contribuições de Anderson (1981), sobre espaços de compartilhamento e o conceito de "simpatria" na linha da ecologia urbana, bem como de Alexander (1965) sobre a ordenação dos sistemas urbanos e o conceito de complexidade associado às sobreposições ordenadas. A pesquisa identificou atributos relacionados a espaços inclusivos: permeabilidade, latência, robustez, acessibilidade, resiliência, complexidade, simpatria, articulação e vitalidade. O artigo apresenta parte de um estudo aplicado em determinadas ruas locais da cidade de Brasília e traz a análise de elementos referentes à dimensão morfológica, tais como a configuração espacial das ocupações e seu padrão de implantação. Os impactos sobre o espaço caminhável foram analisados a partir da relação entre a implantação dos blocos comerciais, as calçadas e as ruas. Os resultados mostraram como a mudança da forma interferiu na apropriação do espaço. Espera-se que o método proposto possa contribuir para a validação das ferramentas de avaliação qualitativa no processo de planejamento de ambientes inclusivos, favorecendo a restituição do espaço do pedestre como base para o florescimento do conteúdo social. Palavras-chave. espaço inclusivo, compartilhamento, pedestre, escala local, avaliação qualitativa. Convergência de métodos de descrição da forma urbana Tradução do título, resumo e palavras-chave Street as an inclusive environment: space attributes assessment method at morphological dimension
Revista de Psicologia da UNESP, 2011
Atualmente o termo 'pessoas em situação de rua' tem sido utilizado, pelas ciências sociais e pelo Estado, para designar a população de rua, ou o indivíduo que habita as ruas, quando empregado no singular. Apesar do formalismo político-científico, estes indivíduos são, usualmente, nomeados pela sociedade como mendigos, treicheiros ou andarilhos. 2 O termo 'risco social' é propagado pela política oficial de Assistência Social, para assinalar a condição de vida, da população de rua. Sobre o assunto ver:
“Ninguém vem ao mundo a passeio”
2020
Através de material coletado durante pesquisa etnográfica em dois terreiros de “umbanda traçada” no Rio de Janeiro dirigidos por mulheres, esse artigo analisa as atribuições de mães de santo explorando as interseções entre dom, iniciação e poder de cura. O estatuto conferido ao corpo e às sensibilidades revelaram-se fundamentais na conformação dos sinais diacríticos do dom para o sacerdócio, apresentando-se sob dois planos distintos e correlatos: a) na experiência subjetiva do chamado espiritual; b) no reconhecimento social das potencialidades e habilidades necessárias à missão de mediar as forças sagradas. Os dados trazidos à luz sugerem que a noção de “cuidado” - associada à “caridade” e envolvendo a corporalidade e a sensorialidade - ocupa lugar central nesse universo religioso, pois permite articular os dois planos mencionados, fazendo com que o “cuidar” de si e o “cuidar” da divindade sejam elementos constitutivos de uma mesma missão.
2021
Texto para o catálogo do projeto "Campo na Rua", ação do coletivo Campo Experimental da Imagem
RESUMO: O presente artigo pretende, por meio da análise do ensaio "A literatura e o direito à morte", de Maurice Blanchot, investigar a palavra e a linguagem literárias como súmulas da negação do real e da vida, e da afirmação da morte e do embate como sentidos da literatura, na direção contrária da postulada pelos defensores da representação como único mote para o exercício literário. PALAVRAS-CHAVE: morte; narrativa; palavra literária.
Conferência apresentada no I Congresso Internacional Espaços Públicos PUCRS, 2015
The theme: street protagonism, at least in the proposed section, is intended to induce us to take the part that matters from the whole, in other words, to understand an aspect of the street that validates it as a privileged moment in the public sphere. O tema: protagonismo da rua, ao menos no recorte proposto, pretende induzir-nos a que tomemos a parte que importa do todo, ou seja, entender um aspecto da rua que a valide como momento privilegiado da esfera pública.