Eliseu César e as “Algas” De Um Poeta Negro (original) (raw)
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As artes e os ofícios de um letrado afro-diaspórico: Eliseu César (1871-1923)
Afro-Ásia, 2020
O artigo reconstitui fragmentos da vida de Eliseu Elias César (1871-1923), um intelectual afro-diaspórico que circulou por diferentes regiões do Brasil. Em todas elas, manteve uma vida profissional polivalente, desenvolvendo seus “talentos” como advogado, jornalista, político, poeta e orador. Procura-se destacar as experiências proativas de um negro que se apropriou das “artes de dizer” pela escrita e oralidade, assim como pela ação política e agência associativa, travando embates na esfera pública e participando de governo e grupos republicanos. A trajetória de Eliseu César sugere a importância de revisitar as interpretações históricas que subestimaram ou mesmo negligenciaram o papel do negro na cena histórica republicana. Assim, ao descortinar e problematizar aspectos da vida desse personagem, o artigo procura lançar luz sobre as complexidades, tensões, lutas e ambiguidades relacionadas à afirmação da cidadania negra no Brasil pós-abolição.
O Ethos do Sujeito Negro na Literatura Brasileira
fflch.usp.br
RESUMO: O objetivo deste trabalho é depreender o éthos do sujeito negro, na Literatura Brasileira, a partir do processo de figurativização e tematização dos atores de textos que apresentam este sujeito em posições enunciativas distintas: ora como enunciador, ora como enunciado. O corpus é composto pelo conto da literatura negra contemporânea, "Fábrica de fazer vilão" do livro Ninguém é inocente em São Paulo (Ferréz, 2006) e pela novela "Simeão crioulo" do livro As vítimas algozes (1896), de Joaquim Manuel de Macedo, representante do período do Romantismo.
TRILHAS DE CULTURA AMAZÔNICA NA POESIA DE ELSON FARIAS E OCTÁVIO SARMENTO
Expressões Amazonenses na literatura, 2017
As letras que se constroem no Amazonas, tal qual Elson Farias e Octávio Sarmento 2 refletem um discurso que expõe um dos papéis fundamentais na Literatura produzida na região. Isto é, o texto de natureza literária configura-se como um instrumento que na sua capacidade de verossimilhança com o mundo humano, mesmo se utilizando da inverosimilhança, obriga o homem a confrontar, comparar, se posicionar diante da vida; colocando-o em processo de constante formação de identidade. Esse indivíduo, o homem amazônico, é fruto da confluência de sujeitos sociais distintos que são frutos dos povos ameríndios da várzea e/ou terra firme, negros, nordestinos e europeus de diversas nacionalidades (portugueses, espanhóis, holandeses, franceses, etc). (ARAUJO, 2003). Os confrontos mencionados, inauguram novas e singulares formas de organização social em terras amazônicas. Assim, o desenvolvimento da humanidade também pela enunciação literária, é refletida no texto por contatos e conflitos entre modos diferentes de organizar a vida social, de se apropriar dos recursos naturais e transformá-los, de conceber a realidade e expressá-la. Nesse sentido, o estudo em questão surgiu a partir de uma investigação cientifica e literária sobre como os traços de cultura produzida na Amazônia está presente na poesia de Elson Farias, por meio do poema "Romance do 1 Professor-pesquisador da rede básica de ensino em Literatura, mestrando em Letras, pela Universidade Federal do Amazonas-UFAM. 2 O primeiro: poeta do Clube da Madrugada; o segundo, poeta do período da borracha, respectivamente.
The present work aims to analyze the representation of the black character in the narrative Concerto Campestre. Through the analyses of black man’s presence in Brazilian Literature, we seek to identify the ways he is represented and, also, how his identity is defined in the society represented in the work. This work is originated from a bibliographical research that searched to identify the moments and spaces in which the black man in the Brazilian society and in the Literature produced in various moments of our history. After identifying the black man in the Brazilian and Gaúcha Literature, we tried to find the character in the analyzed narrative through characters that could be categorized as blacks or related to him. The analysis of the character was done considering its representation; the identification processes that reach him and the historical point of view about the black man in the state of Rio Grande do Sul. It was possible to notice that its identity is constructed, basically, through the interaction with the “other” and the view of society will define a lot in which ways its identity is established and represented. Keywords: Back man. Representation. Identity. Literature.
O ORADOR E O POETA: CÍCERO EM DEFESA DE LICÍNIO ÁRQUIAS
ContraCorrente: revista de estudos literários e da cultura / número 7 (2015.2) / p. 98-105 98 O ORADOR E O POETA: CÍCERO EM DEFESA DE LICÍNIO ÁRQUIAS Michele Eduarda Brasil de Sá (UnB/UFRJ) RESUMO O presente trabalho versa sobre o discurso de Marco Túlio Cícero em defesa do poeta grego Licínio Árquias, costumeiramente citada apenas como Pro Archia. Trata-se de um de seus discursos mais estudados, não por razões políticas, mas pela sua construção estética, provando-se uma verdadeira defesa das artes, ou antes uma defesa das letras, tendo elas mesmas como instrumento. ABSTRACT This work is about the speech of Marcus Tullius Cicero in defense of the Greek poet Licinius Arquias, usually cited simply as the Pro Archia. This is one of his most studied speeches, not for political reasons, but for its aesthetic construction, proving itself a true defense of arts, or rather a defense of literature, having them as instruments.
Os Lusíadas – Reflexões do Poeta
Camões apresenta-se nas suas reflexões como guerreiro e poeta a quem não "falta na vida honesto estudo,/ Com longa experiência misturado,/ Nem engenho" (C. X, est. 154). Um poeta que, ainda que perseguido pela sorte e desprezado pelos seus contemporâneos, assume o papel humanista de intervir, de forma pedagógica, na vida contemporânea. Por isso critica a ignorância e o desprezo pela cultura dos homens de armas (C. V); denuncia o desprezo pelo bem comum, a ambição desmedida, o poder exercido com tirania, a hipocrisia dos aduladores do Rei, a exploração dos pobres (C. VII); denuncia o poder corruptor do ouro (C. VIII) e propõe um modelo humano ideal de "Heróis esclarecidos" que terão ganho o direito de ser na "Ilha de Vénus recebidos" (C. IX, est.95). Mas o poema, acima de tudo, evidencia a grandeza do passado de Portugal: um pequeno povo que cumpriu ao longo da sua História a missão de dilatar a Cristandade, que abriu novos rumos ao conhecimento, que mostrou a capacidade do Homem de concretizar o sonho.
Azougue: Poesia por linhas transversas
Boletim de Pesquisa NELIC, 2008
a pele o melhor papel para uma escrita de vertigens [...] escrita que se renova na passagem dos dias mas também se apaga [...] marés, luas cheias ventos varrem as pegadas [...] sem vírgulas reticências ou ponto final (Ademir Assunção) Do elemento Um astro, Mercúrio; um elemento amorfo, disforme, capaz de se aglutinar; mercúrio. Uma licença poética e um nome, Azougue. Um espaço subterrâneo, não por natureza, mas um espaço que se quer superfície subterraneamente. Azougue, um recalque, que conforme Derrida (2001) é reprodutivo da memória e precisa de um suporte para imprimir sua marca. A revista. Nascida em 1994, Azougue estabeleceu-se como uma das primeiras revistas de poesia na década de 1990, e que ainda remanescem. A proposta inicial, e que por certo viés, ainda perpetua, era, segundo o editor Sergio Cohn, trabalhar "com dicções poéticas que se situam à margem dos principais movimentos da poesia brasileira contemporânea" (Azougue, edição comemorativa 10 anos, p.11). Ao pensarmos em margens, somos remetidos a várias imagens: à margem do papel, que delimita espaços; às margens de um território, que estabelece fronteiras; às margens de uma sociedade, que vincula uma relação de poder entre centro e a periferia cultural, econômica ou política.
Da Negritude À Realidade Do Negro Nos Poemas De Agostinho Neto e Geraldo Bessa Victor
Linguagem: Estudos e Pesquisas, 2019
Resumo: A negritude foi um ideal bastante importante nas literaturas africanas de expressão portuguesa. Esta literatura nasce do contacto entre duas culturas, a africana e a portuguesa. Assim, enquanto desenvolvidas, as literaturas africanas lusófonas assumiram diversos papéis, dos quais, serviram para contestar os males horrendos, causados maioritariamente pelo colonialismo, e ainda para apresentar a realidade penosa do negro. O presente artigo teve como intuito explicar a trajetória da negritude enquanto movimento literário, circunscrevendo o seu percurso nas literaturas africanas de expressão portuguesa, de modo particular na literatura angolana. Deste modo, para que se constatasse a real situação do negro foram analisados os poemas de dois escritores angolanos, Agostinho Neto e Geraldo Bessa Victor. Porém, a realização da análise dos poemas permitiu verificar como os dois autores que se revestiram do espírito da negritude, exprimem a realidade do homem negro.
O Poeta Vergílio Conspirou Contra César Augusto?
Revista FSA, 2015
Apresentaremos, neste artigo, um estudo de alusão deliberada por um dado autor sobre as palavras de outro autor anterior da Literatura Romana e respectivos contextos. Tais alusões têm sido por muito tempo o centro para a filologia latina, que tem desenvolvido algumas ferramentas críticas propícias para examinar as sutilezas da arte alusiva (HINDS, passim: 1998). Nossa análise toma como corpus o fragmento Libertas quae sera tamen, do poeta Vergílio, traduzido tradicionalmente por Liberdade, ainda que tardia. Essa expressão atravessou séculos e se transformou em múltiplas leituras, bem diferenciadas: em Tomás Antônio Gonzaga, Castro Alves e escolas de samba, cujo suporte provém das intertextualidades e enfoques filológicos, gerados por ponto de vista político, histórico, jurídico e estético, ou seja, uma metodologia interdisciplinar. Em perspectiva comparada, traçaremos a revitalização de Libertas quae sera tamen em gerações de ideologias diferentes. Também se investiga o que sustenta que todo discurso se constitui por negociações entre textos, ou entre outras expressões culturais analisáveis como textos.
O negro na literatura brasileira
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