É Possível Uma Linguagem Crítica Na Educação? (original) (raw)

A Importância Da Especificidade Da Linguagem Literária Para Uma Educação Crítica

Avaliação, Políticas e Expansão da Educação Brasileira 7, 2019

O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva dos autores. Permitido o download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais.

Questão Problematizadora sobre Pesquisas em Educação Crítica de Línguas

Bate-papo com educadores linguísticos: letramentos, formação docente e criticidade, 2019

Por muitos e muitos anos o que tem sido reconhecido como ciência é um sistema de normas que nos dizem o caminho a seguir, orientando mas também nos podando, e que requerem verdades universais através de fatos analisados e, mesmo que nós pesquisadores, como todo ser humano, sejamos considerados “únicos”, precisamos nos encaixar nos “modelos” escolhidos por “criadores” da cientificidade para podermos ter a aceitação acadêmica. Seríamos capazes de distinguir quem foram/são esses criadores da cientificidade? Eles ainda vivem para nos julgar, e aceitar (ou não)? E mais... de onde vem o empoderamento desfrutado por revistas, artigos, livros, etc., um poder de determinar “faça de acordo com o que quero”, ou seu fato será (des)considerado apenas uma opinião? Essa reiterada predominância da dita metodologia científica, centrada na universalidade de fatos, caracterizada por uma escrita formal, acadêmica e rebuscada, por um autor que fala de outros autores mais antigos e mais importantes(?), ou que faz com que o pesquisador escreva em segunda pessoa do plural para incluir o próprio orientador (como se orientador e orientando não discordassem de nada), ou mesmo em terceira pessoa para esconder ‘toda’ sua subjetividade (será?), parece estar sendo, pelo menos ligeiramente, ameaçada. Tem-se apresentado como alternativa uma espécie de “metodologia da problematização subjetiva”, com grande potencial para preparar o pesquisador não só em suas reflexões teóricas, mas também em sua prática profissional e cidadã, fatores tão requeridos em nossa sociedade contemporânea de rápidas transformações. Vem dessa ideia, por exemplo, a pesquisa Autoetnográfica, construída a partir da observação do pesquisador sobre o que é aplicado na sua própria realidade, podendo ter a participação de terceiros, mas sempre a partir de seu próprio olhar sobre um fato. Afinal, poderia ele ter o olhar de outro, não sendo ele o outro? Trata-se de um processo de auto-ação-reflexão, não para a criação de hipóteses, mas para aplicações possíveis à realidade do seu contexto e sua trajetividade, e consequente reflexão e teorização acerca delas. No contexto de pesquisa na sala de aula, ao problematizarmos a necessidade do professor de reconhecer deficiências e sucessos na educação, a incessante busca, avaliação, criação/adequação e atualização das metodologias e dos materiais disponíveis, sempre (re)questionar suas visões de língua, linguagem e educação mas também a visão de sociedade, do currículo e do seu papel como professor, perguntamos, além de tamanha responsabilidade que carrega com sua prática, o que mais é preciso para um professor criar sua autoetnografia e conseguir fazer com que a ciência lhe dê crédito e reconhecimento por isso? Percebemos, ainda, que muitas vezes na escrita acadêmica existe uma separação entre “nós” e “eles” à medida que nos reconheçamos como professores ou como pesquisadores. Isto é, quando me coloco ‘somente’ como professora de línguas, refiro-me aos pesquisadores da linguística dizendo que “eles” têm a função de estudar sobre determinados fatos educacionais, ao passo que, na função de pesquisadora da linguística, refiro-me aos professores como observadores de uma prática que cabe a “eles”. Ou seja, ora pertenço a um grupo, e ora pertenço ao outro. Sob essa perspectiva, gostaríamos de saber o que falta para que professores que também são pesquisadores possam se incluir e serem reconhecidos cientificamente em ambos grupos ao mesmo tempo, para que haja uma transição em sua (nossa) escrita e também na (nossa) fala ao reconhecermo-nos em ambos papeis ao mesmo tempo? E, afinal, o que faz do pesquisador um pesquisador? Não seria todo professor um pesquisador em sua sala de aula? Por fim, e ainda acerca desse distanciamento entre “dois mundos” que, na verdade, são um só, questionamos: como aproximar o campo acadêmico dos professores em prática, e vice-versa? E como seguirmos, a partir daí, para o desenvolvimento de uma inteligência mais coletiva acerca de fatos linguísticos e educacionais, talvez por meio de autoetnografias colaborativas?

Análise Crítica: Inglês Em Escolas Públicas Não Funciona?

Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação

A obra que já recebe no seu título uma importante indagação, é formada por diversos autores, que trazem em cada capítulo sua visão do polêmico tema, baseados em seus estudos e experiências no contexto de ensino da língua em inglesa no ensino público. O livro baseia-se em uma narrativa de aprendizagem de um estudante da língua inglesa, de autoria preservada, e a partir dessa narrativa, insere-se a análise de especialistas que tomam por base suas experiências próprias.

O Problema Ético Na Educação e O Uso Da Linguagem

Sapere Aude, 2019

Neste trabalho o objetivo geral é o de desenvolver uma reflexão séria sobre o problema ético na educação com base em fundamentos da Filosofia Clássica sobre a ética e as possíveis relações da Filosofia Contemporânea a partir da Ética da linguagem desenvolvida por John Langshaw Austin. Primeiro, buscaremos elementos teóricos que nos permitam desenvolver o debate sobre problemáticas educacionais e abordar alguns problemas inerentes à ética na educação, e, por fim, apontar possíveis relações entre o uso ético da linguagem e educação. Desse cenário sobressai a discussão iniciada no século XXI abordando a ética educacional e a exigência por atitudes éticas que constituem os espaços da academia e da política. Segue a pergunta que se estabelece: como o discurso sobre o ser e o agir humanos, diante do problema ético na educação, pode contribuir para a formação humana?

Ecos Da Pedagogia Crítica Freireana Nas Perspectivas Críticas Em Educação Linguística De Língua Inglesa

REVISTA DE LETRAS - JUÇARA, 2021

Tendo como principal objetivo problematizar os conceitos de diálogo, colaboração e empoderamento – todos caros à pedagogia crítica difundida por Freire na década de 1970 – e apontar possibilidades outras de atuação crítica, o presente artigo se trata de uma pesquisa bibliográfica (LIMA, MIOTO, 2007), organizada a partir das discussões teóricas mobilizadas na dissertação de Mestrado do primeiro autor (AUTOR1, 2017), revisitadas à luz do cenário atual. O texto está organizado da seguinte maneira: iniciamos a conversa apresentando algumas limitações nos conceitos de diálogo, colaboração e empoderamento empenhados pela pedagogia crítica. Revisitamos esses conceitos partindo das discussões de Ellsworth (1989), Urzêda-Freitas (2012) e Contreras (2012). Trazemos, em seguida, as perspectivas críticas (pedagogia crítica, ensino crítico de línguas e letramento crítico) como possibilidades de atuação na educação linguística crítica em língua inglesa. Por fim, tecemos algumas considerações tran...

LINGUÍSTICA APLICADA CRÍTICA E ENSINO DE LÍNGUAS COM BLOG: DIÁLOGOS POSSÍVEIS

Diálogo das Letras, 2015

Nesta produção, propõe-se uma reflexão sobre diálogos possíveis entre a Linguística Aplicada Crítica e o ensino/aprendizagem de línguas com gêneros discursivos virtuais, a exemplo do blog. No cenário da sociedade tecnológica, espaços educacionais implementam esse ensino no sentido de vivenciar as peculiaridades do multiletramento em práticas leitoras e escritoras mediados pelo letramento digital e crítico, pela multimodalidade e pelo hipertexto. A Linguística Aplicada Crítica, transcendendo a perspectiva teórica de aplicação linguística e refletindo as marcas da globalização, destaca a relevância do ensino e aprendizagem de línguas que valoriza a natureza social das múltiplas linguagens, considerando suas condições reais de uso, numa vertente política. Assim, na interface entre o ensino de línguas com blog e esse processo, os agentes da práxis precisam se reconhecer como sujeitos dessas linguagens, podendo ler e gerir textos com liberdade, por meio da linguagem verbal, imagens e sons, aprimorar o conhecimento digital e vivenciar, com criticidade, o caráter interacional do gênero.

Linguística Na Escola: É Possível Fazer Ciência Da Linguagem Com Pré-Adolescentes?

Linguagens - Revista de Letras, Artes e Comunicação

Com este artigo, temos o objetivo de compartilhar nossa experiência a partir de oficinas de linguística que foram desenvolvidas entre 2018 e 2019 com pré-adolescentes de uma escola de Blumenau-SC. A ideia do projeto foi levar � escola, como propõem Pires de Oliveira e Quarezemin (2016), a linguística enquanto uma ciência naturalista, visando ao trabalho científico a partir de reflexões sobre a gramática. Inicialmente, aplicamos um questionário para saber quais eram as opiniões e conhecimentos prévios dos alunos sobre linguística. As questões estavam relacionadas a crenças do senso comum, que seriam desmistificadas, caso necessário. Com base nessas questões, realizamos oficinas que abordaram sociolinguística, psicolinguística, aquisição de língua materna e sintaxe-semântica. Conseguimos alcançar resultados positivos, uma vez que os estudantes se mostraram participativos e curiosos, colaborando com exemplos, reflexões pessoais, questionamentos e realizando pequenas pesquisas. Além dis...