A Hora Da Estrela: Artesanato Escritural Ou Caos Narrativo? (original) (raw)

A Hora da estrela e a Alteridade Narrativa literária X Narrativa cinematográfica

Baudelaire é reconhecido como um dos mais influentes e conscientes artistas que refletiram sobre a Modernidade. Sua maneira representativa, pela qual ele expunha em sua obra a estrutura e as peculiaridades de sua época, foi basilar para a compreensão da arte e da vida moderna. O olhar de Baudelaire, destituído de halo, parece nos querer mostrar toda a realidade da cidade moderna, a verdade da vida sem filtro algum, enxergando a natural beleza

Um Metadiscurso LITERÁRIO...SOBRE a Arte De Escrever e Narrar, Incluindo Um Conto Sobre Uma Pobrezinha Nordestina Perdida e Morta Numa Grande Cidade Do Sudeste: A Hora Da Estrela, De Clarice Lispector

Revista USP, 2000

A leitura do livro A Hora da Estrela começa com um certo sentimento de relutância: o mundo de uma autora obstinada no "vazio" existencial de si mesma. A angústia de se perder nesse "vazio existencial" ou de se arrepender diante dessa individualização extrema de uma autora que invade o espaço do leitor, que obriga o leitor a envolver-se totalmente com ela, com o mundo dela -é pertinente. Clarice e/ou o narrador não conseguem articular-se sem o outro, cito: "Esse eu que é vós pois não agüento ser apenas mim, preciso dos outros para me manter de pé, tão tonto que sou" (p. 9). Essa exigência, essa penetração e, digo eu, essa carência de existir por si mesma é irritante, provoca naturalmente a liberdade de dedicar-se, de envolver-se na medida própria ao texto. O leitor não quer ser mandado, quer participar da decisão, ir à profundeza, decidir sobre a qualidade e a quantidade do desenvolvimento. Mas isso a autora dificilmente permite.

Artesanato e Mídia: Quando O Midiático Atravessa O Tradicional

2020

In this article, it is discussed how craft productions reveal the connexions between popular and media culture based on the observation and analysis of the recent craft productions of Mariana (MG). This is due to the perception that such productions are strongly linked to the media culture, especially by the incorporation of characters of famous comics and cartoons (for instance Minios, Spiderman and Galinha Pintadinha). It is understood that the emergence of this type of craft production constitutes a privileged phenomenon for the understanding of how the contemporary media context is processed and connected to popular cultural practices. To understand this scenario, we took into consideration the concepts of Canclini (2015), regarding hybridization, and Certeau (2008, 2009) on cultural practices, among other theoretical-conceptual contributions.

A Hora da Estrela entre a ficção e a realidade: ou o trágico em Macabéa

Intelligere, 2017

Explicitaremos as relações entre ficção e história, tendo como objeto A Hora da Estrela, de Clarice Lispector. Tal escolha se deve pelo fato da obra clariceana ser caracterizada como intimista, embora acreditemos que seja possível compreender as consequências sociais acarretadas pelo processo de modernização no Brasil, ocorrido na segunda metade do século XX, através da análise não só da personagem Macabéa, como também do narrador Rodrigo S. M., de modo a situar a obra entre ficção e realidade. É nessa zona de indeterminação e ambivalência que se instaura o caráter trágico de Macabéa, ao afirmar a vida diante da morte.

Didática Da Leitura e Da Escrita: Ou Para Construir Conversas Sobre Estrelas

ReDoC, 2019

contribuir para o fortalecimento das pesquisas na área de educação, literatura e ensino voltadas, primordialmente, para a apropriação pelas crianças dos textos literários no processo inicial de aprendizagem de leitura e escrita. Partimos de uma discussão acerca da função social da literatura (TODOROV, 2010; BAZZO e CHAGAS, 2014) para o desenvolvimento integral das crianças, buscando evidenciar os aspectos teóricos e metodológicos subjacentes à ação docenteplanejada, sistemática e intencionalcom vistas à formação leitora e escritora na infância à luz da Didática.

A Hora Do Diabo": Fragmentos De Uma Narrativa Fantástica?

Revista Desassossego, 2014

Relativamente desconhecido do leitor comum e ainda pouco explorado pelos especialistas que já sabem de sua existência, o conto A Hora do Diabo é um dos textos mais intrigantes de Fernando Pessoa. Em razão das numerosas referências feitas na narrativa a diversos tópicos associados ao esoterismo ocidental, qualquer tentativa de decifrar seu significado haveria de ter como foco principal o elemento hermético. Todavia, este artigo tenciona propor uma abordagem diferente, a saber, uma interpretação de A Hora do Diabo fundamentada na teoria do fantástico de Tzvetan Todorov. A fim de alcançar tal objetivo, alguns fragmentos selecionados do conto serão examinados a partir da perspectiva do sistema de Todorov, de modo que se possa verificar em que âmbito as situações vistas na narrativa propiciam a hesitação do leitor que, por sua vez, corrobora a referida teoria.

Questionando a Narrativa dos Museus da Escravatura

Revista Brasileira de História & Ciências Sociais

Os museus comemorativos têm a possibilidade de representar e reescrever a história. Apesar de qualquer museu ter o poder de tornar uma história visível e de estabelecer a sua interpretação, o tratamento de histórias globais dentro de um sistema orientado pelo Ocidente está sempre a prevalecer. Actualmente, movimentos de reconhecimento da identidade das minorias sociais e étnicas estão a florescer em todo o mundo: comunidades outrora marginalizadas e silenciadas apelam agora a uma análise mais profunda da construção da identidade, questionando e reescrevendo a sua história. Como estudo de caso do meu doutoramento, trouxe o Museu Internacional da Escravatura de Liverpool para Angola, a fim de adquirir uma leitura alternativa da exposição mais premiada do mundo, e dar voz a uma audiência até agora não ouvida. Visitantes de Angola – de cujas costas milhões de africanos escravizados foram enviados para as América – viraram finalmente a perspectiva interpretativa expressando as suas opini...

A Escrita e a Norma cara ao Século XXI

Hereby is presented an analysis of the different functions performed by writing systems in a linguistic standardisation programme (from a graphemical, strategic, and ideological point of view) in order to be applied to the writing system of the so-called Reintegrating norm of Galician, also known as AGAL norm or Galician Portuguese. Based on this analysis, we propose a series of guidelines that can be useful for language planners who may wish, eventually, to improve the proficiency in the norm usage, as well as for language planners from different language areas.