Sanear, Despejar, Resistir: Revisitando O Debate Sobre a Luta Pela Terra Nos Sertões Cariocas e Baixada Fluminense Nas Décadas De 1940 e 1960 (original) (raw)

Sanear, despejar, resistir: Revisitando o debate sobre a luta pela terra nos Sertões Cariocas e Baixada Fluminense nas décadas de 1940 e 1950. Ruris (Campinas), v. 4, p. 105-138, 2012.

O objetivo deste artigo é discutir as especificidades da luta pela terra dos posseiros dos sertões cariocas e da Baixada Fluminense entre as décadas de 1940 e 1960, contexto em que o processo de intensa urbanização gerou toda uma demanda imobiliária nos territórios vizinhos ao centro da cidade do Rio de Janeiro, iniciando conflitos. A abordagem se dará através de conceitos e teorias que permitam que um mesmo dado (as lutas por terra) possa ser interpretado de maneira diversa, atentando para as ações e reações dos atores envolvidos de acordo com as adversidades e as possibilidades dadas em cada contexto local. A B S T R A C T The object of this article is to discuss strategies and tactics of fight for land of the leaseholders in the carioca back-country in 40's and 60's. A process of intensive urbanization started conflicts for land between leaseholders and land grabbers in the downtown of the city of Rio de Janeiro. The approach is going to be through the concepts and theories that allow one same figure could be interpreted in different ways, having an attention for the actions and reactions of the involved actors in the fight as historic constructions, according with the local adversities and possibilities.

O Sertão Carioca e seu “moinho satânico”: expansão imobiliária e conflitos de terra no antigo Distrito Federal (1922-1964)

A zona rural do Rio de Janeiro foi lugar de muitos conflitos e batalhas pela propriedade da terra, especialmente aquelas voltadas às atividades agrícolas. Este trabalho debate como esse processo esteve ligado a urbanização de áreas durante os anos 1940 à 1960. O fim do Sertão Carioca (nome da zona rural, como ela era chamada por todos) representou o triunfo de uma agressiva expansão urbana. O caso da urbanização da zona rural do Rio de Janeiro expressa o caminho histórico da evolução urbana de quase todas as cidades no Brasil: uma urbanização baseada em poucos grupos econômicos e seus interesses com o apoio do Estado e dos governos.

Expansão urbana, mercado imobiliário e conflitos de terra no Sertão Carioca (1940-1964)

2012

The rural zone of Rio de Janeiro was place of a lot conflicts and struggles for property of land, especially those drove to agriculture activities. This work debate how this process was connected to urbanization of rural areas during 40’s to 60’s. The end of Sertao Carioca (name of rural zone, how was called for all) represented the triumph of an aggressive urban expansion. The Rio de Janeiro’s rural zone urbanization case express the historic way of urban evolution of almost every cities in Brazil: an urbanization based in a few economic groups and yours interests with support of State and governments.

A experiência da teoria das "teses" na prática da lavoura: pequenos lavradores, militantes comunistas e luta pela terra no Sertão Carioca (1945-1964)

Tempos Históricos, 2019

This article deals with peasant unions intervention in agrarian production and rural conflicts in Rio de Janeiro’s greenbelt (Sertão Carioca). During the Populist era (1945-64) in rural zone of this city, intensive urbanization in agriculture areas changed relations of production and land occupation. The territories between the urban front and the suburban places were quickly and intensively occupied both by housing and industries. Unintentionally and intentionally, it destroyed many of the old plantations and traditional practices. The little planters begin to resist against that expropriation and exploitation. Therefore, they created several peasant unions in rural zone: Sindicatos rurais, Ligas Camponesas, Cooperativas, Associações de Pequenos Lavradores, Intendencias Agrícolas. In the 1920s and 1930s, those organizations above take a close look at the economic dimensions of production. Since 1940s, in parallel with an extraordinary growth in number of organizations, there was a engagement of that agencies in land conflicts and rural social movements. Besides urban expansion, the decisive performance of PCB (Brazilian Communist Party) was an important cause for this change.

As Novas Faces Do Rural e a Luta Por Terra No Brasil Contemporâneo

2004

El articulo busca describir la diversidad de protagonistas de la lucha por la tierra en Brasil y las nuevas preguntas que los resultados de sus reivindicaciones han producido en la problematizacion de los parametros clasificatorios por medio de los cuales se ha tratado de definir lo rural y lo urbano, el campo y la ciudad. A lo largo del texto, se muestran las transformaciones de los grupos humanos que demandan tierra, los efectos de esa demanda sobre las politicas publicas y la dinamica de reivindicaciones que desencadenan

Os valores de uma luta: a economia moral do movimento pela terra dos pequenos lavradores do Sertão Carioca nos difíceis anos de 1945-1964

Este artigo tenta discutir sobre o conceito de economia moral, apresentando o caso dos pequenos lavradores na zona rural do Rio de Janeiro entre os anos de 1945-1964. Em primeiro lugar, o foco recai sobre a discussão de antropólogos como Klaas e Ellen Woortman sobre aquele conceito. Em segundo, eu realizo uma verificação de como uma economia moral foi expressa por "pequenos lavradores" em suas lutas pela terra. Minha hipótese é que a economia moral não é apenas um conjunto de valores, mas possui também um importante papel no estabelecimento de um discurso político e de uma identidade social. As fontes por mim exploradas foram jornais, documentos de encontros camponeses e cartas enviadas ao presidente Getúlio Vargas.

Sudoeste Paranaense: Desmatamento como Estratégia de Posse da Terra (1940-1960)

Historia Ambiental Latinoamericana y Caribeña (HALAC) revista de la Solcha

O artigo apresenta uma abordagem referente ao processo de ocupação e colonização do Sudoeste do Paraná. Ocupada pelo deslocamento das correntes migratórias internas, ocorrido entre 1940 e 1960, a região que concentrava a maior floresta de araucárias do planeta, foi profundamente transformada pela ação do governo, pelas companhias imobiliárias e pelos colonos posseiros. Ações litigiosas entre o governo do Estado e da União impediam a lavratura da escritura pública dos lotes e os colonos assentados tornaram-se posseiros. O desmatamento transformou-se na estratégia dos colonos para delimitar sua posse. Como resultado, os estudos apontam que 80% da vasta floresta de pinheirais transformaram-se em cinzas. Assim, a História Ambiental do Sudoeste paranaense apresenta elementos diretos da política governamental e da ação humana ligada à posse da terra.