Saberes locais, mediação e cidadania: o caso dos agentes comunitários de saúde (original) (raw)

Agentes Comunitários de Saúde: agenciadores de encontros entre territórios

Ciência & Saúde Coletiva, 2012

O artigo apresenta reflexões produzidas a partir de uma série de encontros com Agentes Comunitários de Saúde, ao longo de dez anos. Identifica-se a consolidação de dois territórios existenciais, que ora se aproximam, ora se afastam: o do saber técnico em saúde e o do saber popular em saúde. A partir da análise de algumas falas de ACS e de reflexões que dialogam com o referencial teórico da área, o texto discute alguns dos dilemas e impasses do acesso e da adesão na ótica desses Agentes, bem como as estratégias cotidianamente inventadas a partir dos encontros que se dão entre esses dois territórios. Identifica-se o lugar do Agente Comunitário de Saúde como agenciador de fronteiras, atuando em alguns momentos como um inventor ou potencializador de zonas de contato entre territórios e, em outros, como um representante de um dos territórios no outro.

Participação social e a potência do agente comunitário de saúde

Psicologia & Sociedade, 2014

O Agente comunitário de saúde (ACS) ocupa um lugar de mediação importante entre comunidade e Estratégia de Saúde da Família (ESF). Todavia, em uma perspectiva crítica, consideramos que a atuação desse profissional, especialmente em territórios de alto grau de vulnerabilidade, evidencia a complexidade e contradições que devem ser discutidas em uma perspectiva ético-política. O objetivo deste artigo foi discutir aspectos da organização e convivência comunitárias que contribuem para a construção de processos de participação social do ACS. Estudo de caráter qualitativo, realizado em uma unidade de saúde da família no município de Cubatão, teve a pesquisa participante como balizadora dos procedimentos empregados, destacando a observação participante e entrevistas semiestruturadas. Os resultados indicam que o forte sentimento de comunidade e a proximidade com as forças políticas da comunidade contribuem com o processo de participação social, ao contrário da predominância do assistencialis...

O contexto da formação dos agentes comunitários de saúde no Brasil

Texto & Contexto - Enfermagem, 2010

Este estudo objetivou conhecer e descrever o processo histórico da formação dos agentes comunitários de saúde à luz de análises de textos documentais relativos à formação técnica em saúde. Pesquisa documental realizada em documentos normativos, instrumentais existentes nos registros gerenciais e administrativos no Departamento de Atenção Básica, com levantamento bibliográfico nas bases de dados Medline e LILACS de publicações norteadores da política de formação no período de 1986 a 2006 e leitura com análise temática. Atendendo às demandas políticas e econômicas, o agente comunitário de saúde tornou-se profissão em 2002. Teve funções ampliadas e, em 2006, havia mais de 200 mil profissionais no país, atuando sob nova regulamentação com a promulgação da Lei Nº 11.350, que revogou a lei anterior. Concluindo, esse profissional tornou-se um importante elemento na promoção de mudanças no modelo assistencial e fortalecimento da atenção básica.

O agente comunitário de saúde e a sua prática: uma socioanálise

Revista Baiana de Saúde Pública, 2015

O agente comunitário de saúde é um profissional que desenvolve seu trabalho junto a uma equipe multiprofissional de saúde, sendo reconhecido como elo de ligação entre esta equipe e a comunidade a qual ele assiste. Este estudo teve o objetivo de demonstrar através da aplicação de uma intervenção junto aos agentes comunitários de uma unidade básica de saúde de Vitória (ES) a interrelação destes com os demais profissionais da equipe de saúde e o território de atuação dessa. Trata-se de um estudo qualitativo socioanalítico de inspiração cartográfica, tendo como sujeitos treze agentes comunitários de saúde. O trabalho de campo foi realizado utilizando ferramentas como entrevistas semiestruturadase observação ao longo do processo, registrado em um diário de campo. Os dados foram categorizados em linhas fortes e fracas de maneira a tornar manifesto o jogo de forças, os desejos e os interesses daquele grupo investigado. Como resultados observamos a constituição como linhas fortes que envol...