A complexidade das relações entre drogas, álcool e violência (original) (raw)
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Uso de álcool e drogas e contextos sociais da violência
SMAD. Revista Eletrônica Saúde Mental Álcool e Drogas (Edição em Português), 2008
Resumo Contextos de violência e de consumo de álcool e drogas são nesse texto tratados a partir dos conceitos de sociedade de risco e reflexividade social, são expostas e discutidas pesquisas empíricas que relacionaram as duas situações, destacando-se a necessidade de não se estabelecer determinações entre esses contextos. Conclui-se que há necessidade de aprofundar a discussão da redução de riscos sociais tanto em relação ao consumo como em relação à violência. Palavras-chave: Violência, Ciências sociais, Drogas ilícitas, Transtornos relacionados ao uso de substâncias. USOS DE ALCOHOL Y DROGAS Y SITUACIONES SOCIALES DE VIOLENCIA Resumen Situaciones de uso de alcohol y drogas y situaciones de violencia son discutidas en este texto bajo los marcos conceptuales de sociedad de riesgo y reflexividad social; son expuestas y discutidas investigaciones empiricas que hicieron relaciones entre las dos situaciones, destacándose la necesidad de no estabelecerse relaciones de determinación entre estos contextos. Se firma la necesidad de profundizar la discusión acerca de la reducción de riesgos sociales tanto en las situaciones de consumo como en las de violencia.
A violência e o consumo nocivo de álcool
iNTRODUÇÃO A relação entre consumo de álcool e crime é reconhecida como um sério pro-blema social em todo o mundo. O álcool pode ser a causa direta de um crime, uma vez que acarreta desinibição ou prejuízo cognitivo, e ambos podem comparti-lhar um terceiro fator complicador, como personalidade e desvantagens sociais. As atividades criminosas podem facilitar o consumo de bebidas alcoólicas, mas essa associação também pode ser espúria. O sistema penal brasileiro isenta de pena o agente que, no momento do crime, não possuía a completa capacidade de entender a ilicitude do fato ou de se deter-minar de acordo com esse entendimento. Já a embriaguez, voluntária ou culposa, não exclui a imputabilidade, exceto nos casos fortuitos ou de força maior. O adequado conhecimento das leis é essencial para psiquiatras envolvidos com avaliações forenses ou clínicas, que devem fornecer ao julgador elementos contun-dentes e de boa capacidade prognóstica para a consideração da inimputabilidade penal. Além disso, reconhecer os vários aspectos criminológicos relacionados à gênese do crime é matéria essencial dentro do contexto clínico e forense.
Relações entre uso de álcool e violência entre parceiros íntimos: estudo seccional
Objetivo: analisar a associação entre o uso de álcool e a co-ocorrência de violência entre parceiros íntimos em uma amostra de usuárias da Estratégia Saúde da Família de Nova Iguaçu, Rio de Janeiro. Métodos: foi realizado estudo seccional a partir de uma amostra de 476 mulheres com idade entre 25 e 64 anos e com parceiros íntimos há pelo menos um ano. Os instrumentos utilizados foram validados e adaptados transculturamente para uso brasileiro. Resultados: observaram-se associações estatisticamente significantes entre o uso de álcool pela mulher e a co-ocorrência de violência íntima (OR:4,2), incluindo as formas psicológica (OR:4,6), física (OR:2,7) e sexual (OR:2,2). Conclusão: os resultados chamam atenção para a possível relação entre o uso de álcool e a violência entre parceiros íntimos. Implicações práticas: o rastreamento sistematizado de uso de álcool pode ser utilizado como importante marcador na suspeição de casos de violência na saúde da família, ampliando as possibilidades de atuação das equipes.
Nos dias de hoje, a escola ocupa um lugar inquestio-nável. Quase todas as pessoas sabem o que é uma escola, pois viveram, por um certo tempo de sua existência, uma experiência escolar. Passar pela escola é na vida de qual-quer pessoa um fato quase " natural ". Contudo, vivemos atualmente uma experiência escolar estendida e contínua. Houve um tempo em que chegava a hora de despedir-se da escola para inserir-se no mercado de trabalho, porque ocorrera um corte brusco na experiência educacional ou para adentrar à universidade. Agora, estamos endereçados à escola do nascimento à morte. Essa verdade foi construída pelo saber contemporâneo para ser consensualmente acei-ta e incorporada como inevitável. A escola não é mais o lugar de uma etapa necessária ao desenvolvimento da criança e do adolescente, estabelecida pelos pais, sob o controle do Estado, para uma educação de conhecimentos regulada por pedagogos e psicólogos. Ela perdeu o status de lugar especial, de etapa a ser cumprida
Escola, uso de drogas e violência
Breves anotações sobre os programas de ampliação da participação e democratização da escola. Como a flexibilização da administração e da disciplina escolar produzem violências e reiteram centralidades de poder pela introdução de tecnologias de governo que investem na gestão compartilhada e participativa da escola envolvendo professores, estudantes e funcionários. palavras-chaves:democracia, escola, controle
Padrões de violência domiciliar associada ao uso de álcool no Brasil
Revista de Saúde Pública, 2009
OBJETIVO: Analisar as situações de violência domiciliar ocorridas com o agressor sob efeito do álcool. MÉTODOS: Foi realizado um levantamento domiciliar que incluiu as 108 cidades brasileiras com mais de 200 mil habitantes em 2005. A amostragem foi por conglomerados, estratificada, probabilística e autoponderada, obtida em três estágios de seleção: setores censitários, domicílios e respondentes (população entre 12-65 anos de idade). O instrumento utilizado para obtenção dos dados foi o Substance Abuse and Mental Health Services Administration, com perguntas sobre dados sociodemográficos e uso de drogas psicotrópicas. RESULTADOS: Foram pesquisados 7.939 domicílios. Em 33,5% foi relatado histórico de violência domiciliar, sendo 17,1% com agressores alcoolizados. Os tipos de violência em associação com uso de álcool mais freqüentes foram: discussões direcionadas a pessoas do domicílio (81,8%), escândalos não direcionados a alguém específico (70,9%), ameaça de agressão física (39,5%) e ...
A Violência e o Consumo de Drogas entre Universitários
Brazilian Journal of Forensic Sciences, Medical Law and Bioethics, 2014
Resumo. O consumo de drogas lícitas e ilícitas tem aumentado consideravelmente no mundo todo. Este aumento é perceptível na população de universitários. Este trabalho teve por objetivo identificar o uso abusivo de drogas em uma amostra de estudantes universitários e suas possíveis associações com fator de risco violência. A metodologia utilizada foi de pesquisa descritiva com uma população de 152 universitários de uma universidade do interior do Estado de São Paulo, a coleta dos dados se deu de forma online, com a criação de uma plataforma no servidor SurveyMonkey, onde se inseriu o TCLE, e o questionário sociodemográfico, o instrumento para mensurar violência (Questionário de Indicadores de Violência do II LENAD) e consumo abusivo de droga (ASSIST). Para verificar a associação entre o uso abusivo de drogas e as variáveis estudadas foi utilizado o modelo de regressão logística, sendo calculados odds ratios brutos (variável resposta cruzada com uma variável explicativa) e também odds ratios ajustados por todas as variáveis explicativas. O nível de significância considerado foi de p<0,05, com intervalo de confiança de 95%, para todos os testes estatísticos aplicados. Verificou-se um elevado consumo de álcool, tabaco e outras drogas entre os estudantes avaliados, com percentuais acima da média da população geral. A regressão logística revelou uma associação significativa entre o uso de drogas e violência geral, ou seja, aqueles que já portaram algum tipo de arma, ou se envolveram em brigas ou foram fichados na polícia; e bullying apresentaram mais chances de consumir outras drogas. Os resultados do estudo evidenciaram a influência da violência como um fator de risco para o uso de drogas.