A PANDEMIA E O ISOLAMENTO SOCIAL A PARTIR DE ROUSSEAU (original) (raw)
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INTERDEPENDÊNCIA E SOCIALIDADE HUMANA EM ROUSSEAU
Philosophos, 2021
Rousseau diz, no início do Contrato social, que pretende tomar "os homens tais como são" e "as leis tais como podem ser". Tomando os indivíduos como interdependentes e ambivalentes (entre cooperação e competição) e as leis (e a política) como uma "tecnologia de cooperação", este texto procura retraçar o caminho da reflexão rousseauniana desde o reconhecimento do fato da interdependência e suas implicações para a socialidade humana até a defesa de uma concepção radicalmente democrática da autoridade política.
A CIDADANIA E O CIDADÃO NO CONTRATO SOCIAL DE ROUSSEAU
Resumo Para Rousseau o corpo sobreano do Estado é quem cria as diretrizes básicas para a convivência social. O cidadão, enquanto parte do corpo soberano, deve fiscalizar o governo e os seus representantes a fim de que não se distanciem da vontade geral. Assim, a cidadania em Rousseau pressupõe participação política na elaboração da vontade geral, mas também fiscalização no alcance das diretrizes estabelecidas por esta vontade geral. Resta dizer que o cidadão não está acima da lei, mas dela é também súdito, por mais que seja soberano quando de sua elaboração. Abstract To Rousseau the body yearling State is who creates the basic guidelines for social cohesion. The citizen, as part of the sovereign body should oversee the government and their representatives so that not moving away from the general will. Thus, Rousseau assumes citizenship in political participation in the elaboration of the general will, but also monitoring the scope of the guidelines laid down by the general will. It remains to say that no citizen is above the law, but it is also subject, however when that is sovereign in its preparation.
A ORIGEM DAS DESIGUALDADES SOCIAIS SEGUNDO JEAN- JACQUES ROUSSEAU
Resumo: O artigo objetiva fazer uma leitura da origem das desigualdades sociais a partir da obra Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens de Jean-Jacques Rousseau (1712-1778). Aqui o filósofo descreve os momentos fortes que caracterizaram a passagem do estado de natureza ao estado civil do homem. Segundo Rousseau, alguns fatores da natureza humana e dos fenômenos naturais contribuíram para a evolução e o progresso. A partir destes, o que se torna relevante no desenvolvimento das desigualdades é o surgimento da propriedade privada e da sociedade civil. Abstract: This article aims to make a reading of the origin of social inequality from the work Discourse on the origin and foundations of inequality among men of Jean-Jacques Rousseau (1712-1778). Here the philosopher describes the highlights that marked the passage of the state of nature to man's marital status. According to Rousseau, some factors of human nature and natural phenomena contributed to the evolution and progress. From this, which becomes relevant in the development of inequalities is the emergence of private property and civil society.
ROUSSEAU E O ROMANTISMO: ALGUMAS OBSERVAÇÕES 1
Introdução O Romantismo é um movimento intelectual, artístico e cultural que se inicia na Europa no final do século XVIII, estendendo-se e desenvolvendo-se por outras partes do globo até o final do século XIX. Pode-se considerar que seu início ocorreu na Itália, Inglaterra e Alemanha. Porém, foi na França que o romantismo intensificou-se mais do que em qualquer outra nação. Foi através dos artistas franceses que os ideais românticos se solidificaram pela Europa e América. Sob o aspecto ideológico, o Romantismo pode ser considerado uma reação de fuga, ao iluminismo e racionalismo do período anterior. As principais características do Romantismo são a valorização das emoções em temas que recorrem à religião, nacionalismo, amor, individualismo e subjetivismo. O movimento originou-se como uma reação juvenil à fragmentação do homem, mais claramente contra à ênfase ao culto frio da razão. O homem não era só razão, não era um ser calculista. Ele era um ser de sentimentos. As novas palavras entre os jovens estudantes eram
SENSIBILIDADE E SOCIABILIDADE EM JEAN-JACQUES ROUSSEAU
Kriterion, 2000
RESUMO Este artigo acompanha a reflexão de Rousseau sobre a soci-abilidade a partir de seu fundamento na sensibilidade. Procura-se sobretudo destacar a profunda ambigüidade que resulta da concepção rousseauniana e que se mostra não apenas em suas reflexões sobre si mesmo, em seus escritos autobiográficos, mas também (e de forma mais importante) em conceitos fundamentais para a sua compreensão das relações entre os indivíduos-conceitos como o de piedade, amor-próprio e expansão. ABSTRACT This article follows Rousseau's reflexion on sociability from its roots in sensibility. We try to emphasize the deep ambiguity that results from Rousseau's reflexions, this being manifest not only in his autobiographical writings, but also (and more importantly) in fundamental concepts such as pity, self-love, and expansion. Palavras-chave Jean-Jacques Rousseau, sentimento, sociabilidade. O Discours sur l'origine de l'inégalité é todo ele atravessado por uma espécie de sentimento trágico, tanto mais evidente quando se compara essa obra com o primeiro Discours. O Discours sur les sciences et les arts foi lido pelos contemporâneos de Rousseau como sendo pouco mais do que um hábil paradoxo. Mas mesmo se nessa obra, dominada por um sentimento de indig-nação-em grande parte talvez sustentado apenas por um artifício retórico-, já é visível a firme convicção pessoal e a força das intuições penetrantes
ORDENAR AS PAIXÕES: RECONHECIMENTO E SOCIABILIDADE NO EMÍLIO DE ROUSSEAU -SEGUNDA PARTE
Dialectus, 2020
RESUMO: Este artigo recupera o problema do reconhecimento no quadro teórico do artigo anterior e prossegue examinando, na leitura de Emílio, ou Da educação, o princípio da ordem das paixões como condição de sociabilidade. Dessa vez, o comentário procura esclarecer a ideia de reconhecimento segundo Rousseau com base em dois pontos fundamentais de Emílio, a saber, o modelo de espetáculo para as cenas pedagógicas e o princípio da amizade para formação do juízo moral. No tocante às cenas, Rousseau recoloca o princípio da "educação negativa" com base na tese da Carta a d'Alembert sobre os espetáculos, a saber, que as cenas teatrais são incapazes de modificar os costumes, uma vez que, diante do "quadro das paixões", a "cena em geral" não produz virtude, mas apenas reforça as inclinações já existentes no espírito do espectador. Em relação à amizade, Rousseau lida com o problema do amor-próprio ponderando que, embora as relações entre amigos não sejam suficientes para anular o conflito de interesses inerente à luta por reconhecimento, o arranjo social engendrado por elas apresenta um ordenamento satisfatório do ponto de vista da boa ordem das paixões. Palavras-chave: Educação. Moral. Reconhecimento. Sociabilidade. Teatro.
ROUSSEAU E A PULSÃO HUMANA POR RECONHECIMENTO (AMOUR PROPRE)
RESUMO Neste artigo, o autor busca delimitar os contornos principais das reflexões de Rousseau sobre a pulsão humana por reconhecimento, desenvolvida nas obras Discurso sobre a Desigualdade, Emílio e o Contrato Social. Embora não examine com detalhes a complexa visão de Rousseau, Neuhouser apresenta uma imagem mais geral de suas dimensões principais e de como elas se arranjam em conjunto para constituir uma instigante filosofia do reconhecimento. O autor, em suma, desenvolve quatro questões fundamentais para a teoria de Rousseau: 1) que tipo de paixão é o amour propre?; 2) por que ele é a principal fonte dos vários males que, para muitos pareceram intrínsecos à condição humana?; 3) que medidas sociais e políticas podem remediar esses males?; e, por último, 4) por que a única solução para esses males depende mais do cultivo apropriado do amour propre do que de sua supressão ou extirpação?. ABSTRACT In this article, the authour aims at set out the main countours of Rousseauian reflections about the human pulsion for recognition, developed in works such as Discourse on Inequality, Emile and Social Contract. Although he does not examine with details the complex theory of Rousseau, Neuhouser presents a more general image of its main dimensions and of how they can arrange a set to constitute a thought-provoking philosophy of recognition. The author, to sum up, develops four main questions to the theory of Rousseau: 1) What kind of passion is amour propre? 2) Why is it the principal source of the many evils that have appeared to many as intrinsic to the human condition? 3) What social and political measures can remedy these evils? 4) Why does the only solution to these evils—the development and exercise of human reason—depend on the proper cultivation of amour propre rather than on its suppression or extirpation?
O SOCIALISMO PARTICIPATIVO DE PIKETTY COMO O REMÉDIO PARA A DOENÇA DIAGNOSTICADA POR ROUSSEAU
Guairacá , 2021
Rousseau afirmou, no Segundo Discurso, que as desigualdades naturais não implicam em desigualdades políticas e morais. Afirmou também que as desigualdades sociais (morais e políticas) necessitariam do consentimento humano para serem mantidas. No entanto, ao se ler os Discursos de Rousseau (em especial o Segundo) em consonância com o Contrato Social, pode-se pensar em uma organização social pela qual as desigualdades morais e políticas não são vistas como prejudiciais aos cidadãos e cidadãs da Sociedade Civil. Neste trabalho compra-se a leitura de continuidade entre as obras de Rousseau e, a partir dela, defende-se que o Socialismo Participativo elaborado pelo economista francês Thomas Piketty em Capital et Idéologie pode ser a organização social cuja desigualdades sociais não serão prejudiciais as pessoas, pois elas não minarão o status moral de igualdade entre os cidadãos e cidadãs de uma sociedade. O Socialismo Participativo, por consistir em um arranjo social que tem por objetivo dispersar constantemente a concentração de propriedade-por meio de um sistema de propriedade equilibrado entre propriedades públicas, sociais e temporárias, com um sistema público de heranças e uma constante reforma agrária possibilitada pelo imposto progressivo anual sobre a propriedade –, não permite a existência de desigualdades moralmente arbitrárias entre as pessoas. Desse modo, acredita-se que o regime econômico proposto por Piketty pode ser visto como o remédio necessário para as desigualdades políticas e morais diagnosticadas por Rousseau.