2021_ Difusão dos mármores do anticlinal de Estremoz no Império Romano; até onde se reporta a sua expansão? (original) (raw)
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V. García-Entero, S. Vidal Álvarez, A. Gutiérrez Garcia-Moreno, R. Aranda González, (eds.) Paisajes e historias en torno a la piedra. (Monografías de Prehistoria y Arqueología UNED 1), 2020
This paper results from an ongoing research project started in 2006, in which we try to gather all the data and bibliography about the marble extraction in Estremoz/ Vila Viçosa. In a further moment, fieldwork intends to identify primordial activity areas, and also sites where labouring activities could occur. We began to develop mapping analysis of the labouring remains, but also of the evidences and sites related to the marble economic activities, which are presented in this in paper in a broad perspective.
Mármore, 2000 anos de História. Volume III: Contributo dos mármores do Alentejo para a afirmação das artes, 2022
A terceira fase do projecto de História da Indústria dos Mármores permitiu desenvolver um conjunto de estratégias metodológicas inovadoras que se apresentam neste texto, bem como nos capítulos dos autores da linha de Arqueologia. É certo que se avançou na determinação dos locais de possível extracção em época romana e também na leitura da rede de povoamento, mas o foco ampliou-se muito. Procurou-se perceber qual a rede de escoamento dos mármores, procurando aplicar inovadoras análises de modelos digitais de terreno e de estudos de custo de transporte. Analisaram-se as possíveis rotas para o trânsito dos produtos, de acordo com a infra-estruturação do território e com as logísticas de distribuição e promoção do mármore. Mapeou-se a distribuição conhecida dos mármores, percebendo até onde chega a sua dispersão e propondo faseamentos cronológicos, também em função dos possíveis clientes. Sabe-se, contudo, que este trabalho se encontra longe da sua conclu- são, permanecendo inúmeras questões em aberto. Deste modo, elencam-se também várias pistas para o futuro, desde a análise de modelos digitais ainda mais apurados, até à utilização de meios tecnológicos de alta precisão que permitam reconhecer as inúmeras dimensões da exploração em época romana que ainda não foram trazidas para a luz da análise.
Mármore: 2000 anos de História, 2019
Apresentam-se os primeiros resultados do projecto de investigação sobre a exploração do mármore no anticlinal de Estremoz em época romana. Realiza-se um primeiro balanço sobre a panorâmica da investigação, realçando-se que as duas décadas trouxeram uma total renovação das perspectivas tradicionais, embora os trabalhos recentes continuem a ser sobretudo sobre os pontos de recepção, faltando estudos sobre as zonas de extracção, situação que o presente projecto pretende começar a contrariar. Em seguida, analisam-se algumas problemáticas sobre a exploração do mármore na região do anticlinal, em especial nas questões relacionadas com a gestão e supervisão dos trabalhos, parecendo ser indiscutível o interesse que a casa imperial dedicou, a partir da acção de Lucius Fulcinius Trio, legado do imperador Tibério, na promoção de grandes programas construtivos em Augusta Emerita e na promoção de acções conciliadoras na região. A importância do mármore como produto económico e símbolo de prestígio é também discutida. Seguindo o eixo da investigação, analisam-se as evidências de exploração ainda conservadas na região, bem como os sítios arqueológicos que possivelmente se dedicaram à extracção e primeiros trabalhos. A relação com as vias e com a restante rede de povoamento é também analisada, procurando entender o modo como o sistema económico local se organizou em função da exploração e das outras valências do território. Nessa perspectiva, também se procura valorizar o modo como ao longo da diacronia as produções marmóreas do anticlinal foram entendidas enquanto produto de excepção empregue nas mais diversas construções e pelos mais diversos poderes, seja no âmbito público, privado ou, a partir do final do Império, através da acção da Igreja.
Daniel Alves, Ana Cardoso de Matos (eds.), Mármore 2.000 anos de História, vol. II - A Evolução Industrial, os seus Agentes Económicos e a Aplicação Contemporânea, Lisboa, Theya, 2019
(1796-1865): la présence des marbres dans l'anticlinal d'Estremoz L'oeuvre importante du Palais Royal d'Ajuda, commencée à la fin du XVIII ème siècle, qui a eu pour architectes, Manuel Caetano de Sousa, José da Costa e Silva, Francisco Fabri, António Francisco Rosa ou Joaquim Possidónio Narciso da Silva, est devenue un des plus grands chantiers de Lisbonne. On y a employé un nombre significatif d'artistes, techniciens, artisans-sur beaucoup de ces chantiers-, et on y fera usage de quelques--uns des matériaux les plus distingués, alors disponibles sur le marché et considérés comme adéquats pour un édifice de cette dimension et statut. Répondant toutefois aux contraintes découlant de circonstances complexes, politiques, économiques, financières vécues à l'époque (en lien avec les Invasions Françaises, l'exil de la Cour au Brésil et les Guerres Libérales), lesquelles ont empêché la marche normale des travaux et, sans doute, la sélection des matériaux à appliquer, l'appareil des pierres serait même pour des raisons logistiques, dans l'écrasante majorité en provenance des carrières de de Pêro Pinheiro (canton de Sintra), restant réservée aux marbres de l'anticlinal d'Estremoz, une discrète introduction dans l'édifice. Il fut possible néanmoins, à travers la documentation d'archives, d'attester du véritable intérêt qui a existé dans son application, un aspect qui n'avait pas été mis en évidence par les chercheurs. En effet, les travaux d'Ajuda prendrait un rôle important dans la connaissance des roches ornementales portugaises, dans la mesure ou cela déclencherait un intérêt pour celles-ci, rendu effectif dans l'élaboration, aux alentours de 1819, d'une Carte des marbres nobles qui existent dans le Royaume-présenté à Don Jean VI à Rio de Janeiro, et dans la cueillette, en 1820, d'échantillons convenablement classés, dans lesquels seraient inclus ceux provenant de Vila Viçosa, Estremoz. A l'époque, la Chapelle près de la Salle des Ambassadeurs, ou cette même salle, apparaissaient comme le destin de ces matériaux nobles. La conjoncture de particulière sensibilité envers des sujets scientifiques liés à la minéralogie et à la géologie, une volonté de magnificence que le monarque vouait à ce palais, alliés à l'esprit d'entreprise et l'intérêt que le responsable d'alors de ces travaux, l'inspecteur Joaquim da Costa e Silva, a démontré en vue de l'enrichissement de la décoration au travers de l'utilisation de plusieurs roches ornementales ont provoqué le questionnement sur son introduction dans le projet. Le contexte politique et financier qui conduirait, peu après, à son éloignement, aura empêché ces intentions, ce qui fait que seulement avec Don Miguel au pouvoir-lequel a de Carrare, pour le restant (base, piédestal et deux coupes), il semble s'agir de marbre d'Estremoz. Au-delà des questions esthétiques, il est naturel que les contingences logistiques et financières (dont nous verrons qu'elles vont conditionner d'autres travaux ultérieurs, comme le Palais de la Cour) justifient que Possidónio Narciso da Silva n'ait pas eu recours à l'utilisation du marbre national. Ces contraintes ont d'ailleurs marqué tous les travaux, cela s'expliquant conjointement avec les vicissitudes politiques, la multitude des architectes, les différentes directions, les intrigues et les conflits, la nécessité d'avancement des travaux, la difficulté d'exécution d'une volonté d'un programme fluide et ambitieux dans lequel seraient inclus des projets plus onéreux et difficiles à concrétiser où, certainement, seront plus présents les matériaux comme les marbres en provenance de l'anticlinal d'Estremoz.
2019
This work presents, in a non-exhaustive way, the main geological features of the Estremoz Anticline marbles (historically known as Estremoz Marbles). This geological characterization comprises the description of the main features of these marbles from their origin and geodynamic evolution, but whenever possible it will seek to make a connection with the archaeological sciences. The Estremoz Marbles have been exploited at least since Classical Antiquity. It is known that they had widespread use in many places of the Roman Empire, for their petrographic characteristics (both textural and mineralogical), their chemical composition and isotopic signature, which are intrinsic to their nature and geodynamic evolution, allowing a very reliable identification of their geographical origin. However, this approach of their origin must also be a comparative view with other marbles used in the same time period and also located in the same tectono-stratigraphic zone (Ossa-Morena Zone). All the ma...
Reconhecimento do mármore de Estremoz como pedra património mundial
2018
A designação de Pedra Patrimônio Mundial (em inglês: GHSR – Global Heritage Stone Resource) visa o reconhecimento internacional das pedras naturais que enquanto recurso geológico alcançaram uma utilização generalizada na cultura humana. Os detalhes desta proposta foram apresentados publicamente pela primeira vez no 33º Congresso Geológico Internacional, em Oslo, em agosto de 2008. Na mesma conferência, sob os auspícios da "Comissão C-10 Pedras de Construção e Rochas Ornamentais" da Associação Internacional de Geologia de Engenharia e Meio Ambiente (IAEG), decidiu-se avançar com a proposta do GHSR. Nos anos seguintes estabeleceu-se uma rede internacional alargada de investigadores que se dedicam ao estudo das pedras aplicadas em monumentos e edifícios históricos. Desde a Conferência de Oslo, a designação também ganhou apoio da União Internacional de Ciências Geológicas e mais tarde através do Projeto IGCP-637 (IUGS – UNESCO) veio o reconhecimento internacional da UNESCO par...
A Rota do Mármore do Anticlinal de Estremoz (Portugal): Contributos
2017
A região que integra os concelhos de Estremoz, Borba e Vila Viçosa é uma das mais antigas e produtivas superfícies de extracção de mármores. Para além da actividade industrial, surge um novo desafio de âmbito turístico ou cultural. Utilizar o produto endógeno – mármore, como recurso turístico, tendo em vista o enriquecimento cultural e o desenvolvimento sustentável da região. Esta comunicação tem como objectivo espelhar as concepções nas quais se apoia o estudo para a implementação de um produto turístico denominado Rota do Mármore do Anticlinal de Estremoz
2016
A indústria dos mármores do Alentejo, actividade milenar que recebeu o mais recente impulso modernizador à menos de um século a esta parte, alterou por completo todo o território no qual se instalou. Constituindo-se como uma actividade muito dinâmica que trouxe muitos benefícios económicos, com a actividade empresarial, os postos de trabalho e a constituição empresarial, apresenta-nos também desafios no decorrer do seu desenvolvimento