Engajamento e violência no pensamento ético-político de Sartre (original) (raw)
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Sartre e a Fenomenologia Do Opressor
Kínesis - Revista de Estudos dos Pós-Graduandos em Filosofia, 2021
No texto A violência revolucionária, Sartre traça um projeto de fazer uma fenomenologia do senhor/opressor baseado nos eventos históricos da escravidão dos negros nos Estados Unidos da Américas e na exploração do operariado europeu no período colonial e do capitalismo industrial. Este texto inacabado e publicado como o apêndice II dos Cadernos para uma moral (1983) apresenta a análise parcialmente histórica da situação de opressão do homem negro escravizado nos E.U.A e um esboço da situação operária europeia para fins de comparação a partir de categorias filosóficas. Pretendemos neste artigo abordar e aprofundar a perspectiva inacabada sartriana de uma fenomenologia do opressor utilizando o seu levantamento feito acerca da situação escravagista norte-americana e operária em conjunção à ontologia fenomenológica encontradas em O ser e o Nada (1943) e nos Cadernos para uma moral. Acreditamos que para constituirmos esta fenomenologia do opressor as condutas de má-fé, a noção de violênci...
Sartre, Camus e o problema do engajamento político
Editora Fi, 2020
O engajamento político, mais do que simplesmente um problema ou uma conduta, é um fenômeno cuja investigação é muito cara aos filósofos Jean-Paul Sartre (1905 – 1980) e Albert Camus (1913 – 1960). Desde a década de 1930, em que ambos dão os primeiros passos em suas trajetórias filosóficas, as questões da condição humana, da liberdade individual frente aos outros e à história e da dimensão ético-política da ação são, para não dizer cruciais, no mínimo latentes em seus textos. No período de maturidade, essas questões aparecem, sob a rubrica conceitual do engajamento político, como polo central das reflexões dos dois autores; tanto é que no início dos anos 1950 ela representará o motivo maior do rompimento entre ambos.
LIBERDADE, AUTENTICIDADE E ENGAJAMENTO: Pressupostos de ontologia moral em Sartre
Think ethics is not the same as conjecture rules, regulations, prescribed values, established standards and stereotyped behaviors. At least it's not that the description of the human condition conceived by the French philosopher Jean-Paul Sartre, through his phenomenological ontology allows support. The ontological ethics is not limited to dogmatic and regulatory fields, Sartre operates a deconstruction of the metaphysical foundations: remove models, fixed behaviors, prototypes, archetypes, gods, concomitantly, transcends all attempts to assert the good and evil with based on an substrate absolute extreme, like the nature or essence. The moral ontology we describe here, using mainly the works of Sartre's period-so calledmetaphysical, has the freedom as its foundation and its greatest value, is therefore a theory of ambiguity, like the human condition. It must be understood freedom in this sense, not as a mere human attribute, but on the ontological way, as a fundamental structure of man. To found the values, actions and choices consistently with the human condition, the traditional moral laws based on rational or universal rules should be suspected. The ontological ethics that we want to bring up is like a large building whose foundation is the notion of freedom and built on it are the conceptions of man and world. The main work in which such building may be appreciated, and justify under which our research was published in 1943, entitled Being and Nothingness, it found a detailed and thorough analysis of the human condition, allowing a find out a kind of ethics consistent with the human reality in the situation. The notion of freedom in Sartre's phenomenological analysis, it is not, however, the only aspect of ethics, it comes with responsibility, authenticity, engagement and relationship with others.
Ontologia e moral na obra ficcional de Sartre
2017
O objetivo da presente pesquisa é analisar como Jean-Paul Sartre apresenta temas de ontologia e moral nas suas obras de teatro e de literatura. Propondo que a compreensão sobre o que é o homem se fez também reflexão literária e dramatúrgica, este trabalho apresenta o resultado do estudo feito das obras de ficção de Jean-Paul Sartre a fim de acompanhar a evolução do seu pensamento de ontologia e moral. A hipótese levantada por esta pesquisa é a de que há um modo privilegiado de conhecer e desvendar o interesse sartriano de compreender o homem: pela aproximação entre filosofia e ficção e entre ontologia e moral.
Sanção moral e penalização em Jean Paul Sartre
Revista Âmbito Jurídico, 2010
Resumo: A partir da obra “Entre Quatro Paredes” busca-se, situando-a no contexto geral da filosofia sartreana, delinear por meio desta uma teoria geral da pena. Parte-se das definições que o filósofo elabora acerca de liberdade e de sofrimento e define-se a pena como sinônimo de sanção moral, ou seja: uma dor impressa à liberdade e como consequência dela. Assim, a pena é vista como um sofrimento interior advindo da má fé, isto é, da incoerência entre o ser e o agir. Em consonância com essa perspectiva, analisa-se também os tipos de penalizações e as suas finalidades, segundo a ótica sartreana. Palavras-chave: Sanção; Pena; Existencialismo; Sartre. Sumário: 1- Introdução; 2- A peça “Entre Quatro Paredes”; 3- A peça na totalidade da filosofia sartreana; 4- A teoria sartreana da pena; 4.1- Os tipos de pena; 4.2- O fundamento da pena; 4.3- A finalidade da pena; 5- Conclusão; Referências; Notas.
Sartre e a Fenomenologia da Liberdade: um problema estrutural?
A ideia de escolha radical, elaborada por Sartre, foi duramente criticada por Charles Taylor em "What is Human Agency?" (1985). Segundo Taylor, a posição de Sartre enfrenta um problema de coerência em relação à avaliação de valores, o que a leva à auto anulação. No presente trabalho, considero a objeção de Taylor e concluo que, para ter efeito, ela precisa ser ajustada à luz da compreensão sartreana da relação entre transcendência e facticidade. Após ajustar a posição de Taylor, finalizo defendendo que a auto anulação, de fato, é uma ameaça para Sartre, mas que, para além dos apontamentos de Taylor, ela também se localiza na
Arte Na Filosofia De Sartre: Tensão Entre Imaginação e Engajamento
Kínesis - Revista de Estudos dos Pós-Graduandos em Filosofia, 2018
O artigo pretende mostrar como Sartre pensa a obra de arte, obra concreta do imaginário e ao mesmo tempo engajamento, a partir principalmente dos livros O imaginário e Que é a literatura?, sem que isso constitua uma contradição. Trata-se de compreender que o imaginário nega o real mantendo-o como pano de fundo, de forma que, longe de ser alienação ou abstração, volta-se sempre a este para desvelá-lo, fazendo com que aqueles que criam a arte (tanto artista quanto público) compartilhem e se reconheçam no exercício conjunto de liberdade – o que torna a arte, como obra do imaginário, engajada.
Ética e estética no pensamento de Sartre
2017
Resumo: Nao se pode dizer que Sartre tem uma Etica e uma Estetica como teorias acabadas, formuladas filosoficamente, mas ha preocupacoes constantes sobre esses temas em seus escritos e tambem em suas acoes. Autor de romance e pecas de teatro, Sartre se engajou explicitamente em muitas questoes politicas de sua epoca, como na guerra da Argelia e nas manifestacoes contra De Gaulle. O que mostrarei aqui e que nao podemos fazer uma relacao de causa e efeito entre essas duas esferas, entre os livros e as atitudes, entre a estetica e a etica. Mesmo se uma exige a outra, uma se reflete na outra, nao e por meio de uma relacao causal e logica. O reflexo de uma na outra vem junto com a deformacao. Nao temos jamais um espelho que reflete realmente o outro lado, mas um espelho que Sartre chama de “espelho critico”, que deforma a imagem retratada, nao para esquece-la, mas para melhor compreende-la. Nao se trata, portanto, de estabelecer relacoes causais e lineares entre a arte e a etica, mas de ...
Violência Entre Ontologia e História Na Filosofia De Jean-Paul Sartre
Kínesis - Revista de Estudos dos Pós-Graduandos em Filosofia
Neste artigo busca-se explicitar a significação que a violência adquire enquanto relação intersubjetiva na perspectiva sartriana. Destaca-se o caráter ambíguo da violência que, como práxis destrutiva e construtiva, encontra-se orientada à superação da condição alienada da liberdade no mundo da escassez.
Liberdade e dinâmica psicológica em Sartre
Natureza humana, 2006
This article deals with the contradictions between the fact that man is ontologically free, but at the same time, he experiences himself" determined", as if compelled by certain undesired behaviours. How is it possible to understand this paradox? To be able to (resolve this), ...