Entrevista com Raquel Varela: Revolução dos Cravos, condições de trabalho e vida em Portugal (original) (raw)
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Entrevista: Maria Sylvia de Carvalho Franco
v. 34 , Numero especial, 2011
Parece-me que o melhor, como resposta, é reconstituir um pouco a atmosfera intelectual dos anos 50 e 60. Havia a preocupação de estabelecer, entre nós, a sociologia e a antropologia como disciplinas cientí? cas autônomas e rigorosas, afastando-se tudo o que se considerava “impressionista” na discussão metodológica, tudo o que pudesse parecer menos técnico. Havia um esforço decidido para transformar as ciências sociais no Brasil em um saber positivo, desprezando-se seus aspectos humanísticos. Esta orientação de? niu-se como crítica a “cultura de bacharel”, encarada com descon? ança, vista como retórica, super? cial, bombástica, burocrática. Suponhamos que assim fosse: em vez de se procurar corrigir as super? cialidades ou lacunas dessa vertente do saber, o que se fez foi desvaloriza-la e elimina-la dos quadros acadêmicos. Por isto mesmo, os argumentos acima, hoje, me soam algo duvidosos, menos determinados pelo caráter dos conhecimentos em causa, que pelo interesse em anulá-los.
A revolução dos cravos e o controlo operário
Revista Katálysis
Resumo Neste artigo argumentamos que a característica fundamental da revolução portuguesa de 1974/75 é a luta sociológica de classes sociais travada dentro das empresas e, sobretudo, nas grandes unidades industriais. Defendemos, no âmbito de uma revisão da literatura, dever essa disputa definir-se como controlo operário, distinguindo-o quer do seu contrário - o controlo da produção, ou seja, estatalnacional - quer de formas de cogestão ou autogestão, as quais aparecem frequentemente misturadas.
2018
O presente artigo tem por objetivo trazer para o debate a importância e a forca do movimento operario em Portugal no periodo anterior a Revolucao dos Cravos, como basilar das conquistas e lutas travadas no periodo democratico. Ressaltamos a necessidade de debatermos teoricamente, mesmo que de forma breve, as concepcoes de classe e consciencia de classe na composicao da materialidade historica por que toma o trabalho. Para tanto, utilizaremos fundamentalmente um dialogo bibliografico, centrado na perspectiva teorica de Edward Thompson bem como trabalharemos com um periodico importante a compreensao do periodo, o Avante! Clandestino . Buscaremos demonstrar que, contrariamente a uma posicao historiografica na academia, os movimentos sociais em Portugal no periodo ditatorial nao estavam “adormecidos”, mas sim aglutinando forcas de resistencia frente ao Estado Novo. Os movimentos de trabalhadores e a importante influencia do operariado serao aqui atores delimitantes na composicao do noss...
Trabalho e educação de adultos em Portugal: uma perspetiva histórica de 1945 à Revolução dos Cravos
Sociologia: Revista da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 2018
Propõe-se uma interpretação histórica da educação de adultos em Portugal no período dos "30 anos gloriosos". Assinalam-se tendências internacionais e singularidades da formação social portuguesa. Pretende-se ultrapassar uma redução da educação às iniciativas protagonizadas pelo Estado. O período em causa é atravessado por dinâmicas de educação popular num quadro de conflitualidade social. Palavras-chave: educação de adultos; trabalho; Portugal. Travail et éducation des adultes au Portugal : de 1945 à la Révolution des OEillets Résumé On propose une interprétation historique de l'éducation des adultes au Portugal pendant les « 30 années glorieuses ». On signale des tendances internationales aussi bien que des singularités de la formation sociale portugaise. Cette période est traversée par des dynamiques d'éducation populaire dans un cadre socialement conflictuel.
Trabalho e juventude: entrevista com Maria Carla Corrochano
Cadernos de Psicologia Social do Trabalho, 2005
Nesta entrevista, realizada por e-mail em julho de 2005, Maria Carla Corrochano falou a Juliana Breschigliari de seu percurso profissional e acadêmico e sobre alguns dos debates relacionados ao trabalho e à juventude no Brasil. Maria Carla Corrochano é graduada em Ciências Sociais, Mestre em Educação, Doutoranda em Sociologia da Educação pela USP e Assessora do Programa Juventude da ONG Ação Educativa.
Entrevista com Ricardo Antunes: as metamorfoses da vida e do trabalho
Revista Katálysis
Resumo: Nesta entrevista, Ricardo Antunes discorre sobre sua trajetória de vida e estudos e recorda momentos de sua formação intelectual, retoma os contextos históricos de elaboração de suas principais obras e realiza mediações entre conceitos centrais destas obras e temas candentes da atualidade. No diálogo com seus entrevistadores, Antunes aborda questões relacionadas ao sindicalismo e ao movimento operário brasileiro, ao trabalho e as classes sociais no capitalismo global, a divisão sociossexual do trabalho e as formas contemporâneas de vigência da lei do valor. Ricardo Antunes é Professor Titular de Sociologia no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade de Campinas.