Philosophy Architecture Nas nuvens também nascem raízes (original) (raw)
Esta comunicação destaca alguns aspectos do pensamento de F. J. W. Schelling e G. W. F. Hegel acerca da arquitetura, mostrando que estes autores, transformando a base kantiana de que partem, pela primeira vez tornaram a arquitetura inseparável do pensamento filosófico. A arquitetura passa a ser considerada parte de um sistema da razão humana e das relações desta com a sensibilidade, a natureza, a história e o conhecimento em geral. Schelling define a arquitetura através de uma abordagem tópica, ou seja, do estabelecimento do lugar sistemático que cada arte, e a arquitetura em particular, ocupam no mundo humano. Este lugar é definido em função de três eixos: ideal e real; ação e conhecimento; particular e universal. A arquitetura é, para Schelling, uma linguagem significativa, que referencia e exprime sistematicamente a relação entre a natureza e a consciência humana. Na continuidade de vários aspectos da sistematização filosófica de Schelling, Hegel desenvolve uma teoria da arquitetura que combina a história da arte com um sistema das condições de representação da consciência humana por si e para si mesma. Na história da arte, Hegel estuda esta tese nas etapas da arquitetura simbólica, clássica e romântica, mostrando que é possível ler em cada pormenor dos diferentes estilos arquitetónicos históricos, uma semântica da consciência de si, individual e coletiva. Procura-se assim mostrar que apesar das grandes diferenças entre os dois autores apresentados, foi a filosofia idealista que tornou pela primeira vez possível pensar a arquitetura, nos seus pormenores artísticos, históricos e contextuais, como uma linguagem, expressiva e referencial.