Dores de crescimento: melodrama e identidade queer em "O Rapaz dos Cabelos Verdes" (1948) e "Chá e Simpatia" (1956 (original) (raw)

Melancolia Queer: o masculino e o feminino como construções cinematográficas temporais

Textura - Revista de Educação e Letras, 2016

Literatura e Cinema têm tido, ao longo da História, um papel precursor em diversos movimentos sociais. Por sua vez, diferentes propostas feministas seriam lançadas por escritoras, filósofas, jornalistas e, já nos séculos 20 e 21, por cineastas politicamente engajadas. Nos últimos anos, o surgimento de uma estética queer, que perpassa diferentes formas de expressão artística, viria questionar os conceitos de heteronormatividade e gênero. Nesse sentido, pretendemos analisar dois livros adaptados à sétima arte que sintetizam a mesma problemática: Orlando, de Virginia Woolf (1928) e Sally Potter (1992); e As horas, de Michael Cunningham (1998) e Stephen Daldry (2002). Palavras-chave: tempo, indefinição, gênero, hibridismo, androgenia Queer melancholy: the masculine and the feminine as located at a time cinematographic constructions Abstract Literature and Cinema have had, throughout history, a leading role in various social movements. In turn, different feminist proposals would be presented by female writers, philosophers, journalists, and already in the 20th and 21st centuries, by politically engaged filmmakers. In recent years, the emergence of a queer aesthetic that runs through different forms of artistic expression, would question the concepts of heteronormativity and gender. In this sense, we intend to analyse two books adapted to the seventh art that synthesize the same problem:

A natureza indomável do desejo: a infância queer em As boas maneiras (2017)

Imagofagia, 2021

Partindo das reflexões de teóricos da virada negativa queer, assim como de pesquisadores do gênero cinematográfico, esse artigo pretende analisar os modos como o filme As boas maneiras (Juliana Rojas e Marco Dutra, 2017) utiliza elementos do cinema de horror, como a abjeção, para abordar ansiedades sociais em relação a gênero, sexualidade e alteridade. Concentrando a discussão em dois eixos, maternidade e infância, exploraremos as possibilidades queer da categoria “criança” como conceituada por Lee Edelman (2004) e, posteriormente, confrontada por autores como Andrew Scahill (2015) e Maggie Nelson (2017).

Cresça e vire homem: a representação masculina em 3 filmes da Disney

Anais - Mediacom, 2019

Este artigo apresenta resultados iniciais de uma pesquisa sobre a representação de masculinidades em três desenhos da Disney-Mogli, O Rei Leão, e Os Incríveis 2, tomando como base o conceito de "masculinidade hegemônica" desenvolvida por Connell (1995). Neste texto, o foco é sobretudo na representação das personagens durante a infância, tomando como pressuposto, conforme Badinter (1993), Bourdieu (2012) e Kaufman (1999), que esse é um período de maior importância para moldar a identidade dos sujeitos. Até o momento, a análise sugere que a masculinidade assume pelo menos três formas principais durante a infância: (1) a necessidade de se provar independente e corajoso perante os adultos, (2) a violência como forma de entretenimento e (3) marcação da heteronormatividade, dados interpretados a partir do referencial teórico indicado. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------- This article introduces the first results of a research about the types of masculinities that are represented by the male characters in three Disney's animation movies-The Jungle Book, The Lion King and The Incredibles 2, using the "hegemonic masculinity" by Connell (1995) as the main theory for the analysis. The major subject in this article is the representation of men during childhood since as Badinter (1993), Bourdieu (2012) and Kaufman (1999) explain that this is the most crucial period of a person's life for the development of their identity. For the present, the research suggests that the masculinity has three main characteristics during childhood: (1) the necessity of proving independence and braveness in front of adults, (2) the violence as entertainment and (3) establishment of heteronormativity, data analyzed according to the mentioned literature.

Identidade de Gênero: discursos passionais e de re(descobertas)

Signum: Estudos da Linguagem, 2019

Resumo: O tema identidade de gênero tem sido pauta de diversos debates sociais e políticos em que, de um lado, se apresenta sujeitos que procuram combater e excluir padrões que fogem ao previsto no estatuto heteronormativo. De outro, aqueles em busca de visibilidade e reconhecimento de direitos, constituído como um grupo que viveu historicamente segregado e que agora pode presentificar sua existência nas ruas por meio da ascensão de movimentos identitários que a comunidade LGBTTQI+ performatiza. Dessa forma, o presente trabalho refere-se ao recorte de uma pesquisa realizada em uma universidade do interior paulista, cujo corpus consiste em depoimentos consentidos de acadêmicos que discorrem sobre os temas: identidade, alteridade, gênero, preconceito e discriminação. Por se tratar de um tema multifacetado, onde emerge, em seus diversos desdobramentos, os fenômenos da intolerância, ódio e medo, além de discussões que envolvem questões políticas, religiosas e ideológicas, o presente trabalho recorre à semiótica discursiva de linha francesa, de Algirdas Julien Greimas e colaboradores, para fundamentar a análise da significação produzida por uma das depoentes da pesquisa mencionada. Desse modo, observou-se, em seu discurso, entre outros efeitos, a transformação identitária a partir do enfrentamento subjetivo de algumas paixões malevolentes, como o ódio e a intolerância. Palavras-chave: Semiótica discursiva. Intolerância. Identidade de gênero.

Gosto de sangue: horror gótico e desejos monstruosos no cinema queer brasileiro contemporâneo

Revista PÓS, 2022

Através da análise fílmica comparativa de uma constelação de curtas e longas-metragens do cinema brasileiro contemporâneo, este artigo pretende explorar o modo como o gênero de horror é utilizado por uma nova geração de cineastas queer como maneira de representar o desejo sexual dissidente. Partindo de leituras queer sobre o horror gótico, analisaremos a recorrência do sangue nessas narrativas enquanto metáfora de abjeção e desejo, assim como a apropriação positiva da monstruosidade e suas implicações no panorama de produções audiovisuais que abordam o desejo homossexual no Brasil.

Masculinidades em crise: escrita, violência e (des)subjetivação em Feliz Ano Novo (1975) e Taxi Driver (1976)

O presente trabalho propõe uma análise comparativa entre o livro Feliz Ano Novo (1975), de Rubem Fonseca, e o filme Taxi Driver (1976), de Martin Scorsese, verificando como ocorrem os processos de (des)subjetivação dos personagens protagonistas de ambas as obras. Compreendendo as subjetividades como fluidas, construídas na e pela linguagem, elegemos a construção das masculinidades e a expressão da violência como objetos de análise, interligados nestas narrativas.

ENTRE O CROCHET, O XADREZ E O BANHEIRÃO: CINEMA, LITERATURA E EROTISMO EM O MENINO DO GOUVEIA (1914), LA NARRACIÓN DE LA HISTORIA (1959) E NO SE LO DIGAS A NADIE (1994)

Revista Antares, 2019

RESUMO Neste trabalho, analiso três textos literários que narram experiências eróticas em cinemas não pornográficos. Para isso, analiso textualidades que atravessam as três fases do cinema: o período de narratividade crescente, o surgimento das grandes salas de exibição e o deslocamento dos cinemas de rua para os shopping centers. Um dos objetivos desse texto também é problematizar a afirmação do pesquisador James Green (GATTI, 2000) que diz serem os cinemas, desde o início do século XX, um lugar de pegação. PALAVRAS-CHAVE Cinema; literatura latino-americana; espaços de pegação. ABSTRACT In this work, I analyze three literary texts that narrate erotic experiences in non-pornographic cinemas. To do this, I analyze textualities that go through the three phases of cinema: the period of increasing narrativity, the emergence of the large exhibition halls and the displacement of the street cinemas for the shopping centers. One of the objectives of this text is also to problematize the affirmation of the researcher James Green (GATTI, 2000) who says that cinemas are crusing spaces, since the beginning of the twentieth century.

Afetos transitórios: Romances realistas e utopias homonormati-vas no cinema queer contemporâneo

Fonseca, Journal of Communication, 2020

A partir de um trabalho de revisão bibliográfica, o artigo analisa o cinema queer contemporâneo, identificando características recorrentes em produções protagonizadas e/ou realizadas por sujeitos LGBTQIA+ na última década. O ponto de partida são autores que, inspirados pelo trabalho da crítica norte-americana B. Ruby Rich ao caracterizar o Novo Cinema Queer nos anos 1990, propõem-se a identificar quais aspectos políticos e estéticos se destacam na filmografia queer atual – e de que maneira eles refletem o presente momento da população LGBTQIA+. No diálogo entre as teorias investigadas, percebe-se como, por meio da reincidência da abordagem realista e de narrativas de frustração romântica, filmes como Weekend e Fim de Século refletem sobre homonormatividade, privilégio e modos de existência queer hoje. Ao destacarem esses paralelos e características em comum, os autores revelam como a produção contemporânea reforma referências do Novo Cinema Queer – e qual conceito de cinema queer el...

Tramando Gênero nos Contos de Machado de Assis

Resumo: Este artigo privilegia uma reflexão sobre as tramas do masculino e do feminino nos contos de Machado de Assis. Nessa medida, o texto opta por uma análise singular elaborada sob a ótica do neopragmatismo como teoria ad hoc, entendida como corrente filosófica que privilegia a conversação. O eixo que guia a análise é a noção de redescrição de R. Rorty como tarefa da imaginação. Esse exercício permite descrever a nós e aos outros buscando tecer uma nova abordagem. Com base nessa compreensão, enfatiza-se elementos que possibilitam repensar as urdiduras do masculino e do feminino nos contos do referido autor. A tentativa é a de tramar e reinventar uma história com base nos contos de Machado de Assis que servem de pretexto para engendrar idéias e reflexão que irão compor um novo significado. Palavras-chave: Gênero; Neopragmatismo; Redescrição.

Trans-ver o gênero e inventar a vida: infância e imaginação em “Minha vida em cor-de-rosa”

INTERRITÓRIOS, 2018

Este artigo toma as artes visuais como caminho para o contato com infâncias, suas línguas brincantes e seus modos imaginativos de desconsertar a realidade pela fabulação de mundos. A aposta é a de que a novidade a que correspondem, estremeçam as certezas que nos cercam e deseduquem nossos olhares. Assim, entre imagens, planos, enquadramentos e ângulos, num diálogo com o filme “Minha vida em cor-de-rosa” (1997) e inspiradas pela etnografia de tela, somos guiadas pela imaginação de Ludovic na possibilidade de criar fissuras naquilo que concebemos como real e possível, projetando mundos. Nesse sentido, a imaginação infantil pode trans-ver o gênero e forçar um pensamento que problematiza a materialização dos corpos na fixidez binária de masculinidades e feminilidadesInfância. Gênero. Imaginação. Etnografia de telaTrans-see the gender and invent the life: childhood and imagination in "My life in pink"This article takes the visual arts as a way for contact with childhoods, their...