Toda terra é Karbala, todo dia é Ashura: a pedagogia do martírio nas narrativas xiitas e a construção de uma identidade de resistência. 2018. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-graduação em Relações Internacionais, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG (original) (raw)
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Todo dia é Ashura,Toda Terra é Karbala: as Origens do Xiismo no Irã”
UNICURITIBA/UFPR) RESUMO: O objetivo deste artigo é fazer uma síntese histórica sobre a chegada do Islamismo ao Irã e como o ramo xiita da religião acabou prevalecendo. Veremos que vários aspectos da principal religião pré-islâmica do país,o zoroastrismo influenciaram no florescimento do xiismo no Irã, em especial seu aspecto emocional fortemente ligado ao martírio e ao auto-sacrifício.
História, democracia & desigualdades na América Latina, 2022
A atuação da Companhia de Jesus na América colonial foi fundamental para a formação das missões de indígenas que promoveram a transformação inicial do continente após a chegada dos europeus. Esse processo foi marcado por muitas negociações, tensões e conflitos, que, não raro, causaram a morte de missionários. Dois dos eventos mais significativos do período inicial da colonização da América hispânica foram os que ficaram conhecidos como “martírio do Elicura”, de 1612, no Chile; e o “martírio do Caaró e do Pirapó”, de 1628, no atual Rio Grande do Sul, Brasil. Ambos representaram pontos de explosão de tensões entre indígenas e europeus, e podem ser pensados como elementos para refletir sobre a expansão missionária jesuíta na América colonial de forma mais ampla. Esses dois eventos foram trabalhados pelo jesuíta José María Blanco em duas obras monumentais. Por isso, o presente trabalho objetiva discutir a missionarização inicial no Paraguai e no Chile, em busca de um esforço comparativo. Isso será alcançado por meio de uma revisão bibliográfica focada na forma como Blanco expôs a morte desses jesuítas. Os resultados apontam para problemas e circunstâncias semelhantes que levaram à morte dos jesuítas nesses dois espaços, e para o tratamento idêntico no texto do padre argentino, visando a fundamentação para a sequência dos processos de beatificação dos considerados mártires.
Revista Paralelus, 2016
Esse artigo tem como objetivo compreender a narrativa do martírio da comunidade jesuíta da Universidade Centro Americana José Simeon Cañas (UCA) em El Salvador, ocorrido em 1989, a partir de um referencial teórico crítico sobre a “memória cultural”, perguntando-nos pelo que resta desta memória, confrontando-nos com distintos discursos sobre as recordações do martírio e construindo caminhos e estratégias de profanação ante histórias e narrativas colocadas como espaços para contemplação. Os principais referenciais teóricos desse estudo são: Jon Sobrino (1938-), Maurice Halbwachs (1877-1945) e Giorgio Agamben (1942-). O “resto” é a “contração do tempo”, não o que sobra, ou o que permanece para ser transmitido para outras gerações. O “resto” é um entre, o que não pode ser enquadrado, domesticado, um hiato discursivo que se instaura na própria língua em que se testemunha em confronto às classificações do arquivo. Como estrutura, o artigo se organiza da seguinte forma: i) a apresentação da teologia do martírio elaborada por Jon Sobrino, desde o assassinato da comunidade jesuíta da UCA; ii) o levantamento de algumas reflexões sobre memória tomando como referência Maurice Halbwachs e Giorgio Agamben; e iii) a articulação entre a teologia do martírio com o referencial teórico sobre memória construído neste texto.
O “Mundo Do Texto” e a Construção da Identidade Religiosa no Islamismo
Teocomunicacao, 2010
Este ensaio procura mostrar como a identidade pessoal e coletiva, construída a partir da tradição islâmica, é sempre uma identidade que encontra no Alcorão o instrumental linguístico que a eleva à linguagem e, portanto, ao sentido. Além disso, busca explicitar como a possibilidade de uma nova interpretação do Alcorão, para além da literalidade do texto, parece ser fundamental para uma melhor compreensão da construção de uma identidade religiosa que é profundamente dependente do texto sagrado, compreensão que pode abrir novos horizontes no diálogo com o mundo islâmico. Esses novos horizontes podem ser vislumbrados desde a reflexão hermenêutica desenvolvida por Paul Ricoeur, notadamente a partir de sua noção de "mundo do texto". Palavras-chave: Hermenêutica. Identidade. Religião. Texto. * Trabalho do projeto de pesquisa Identidade narrativa e linguagem religiosa. A ontologia hermenêutica de Paul Ricoeur como princípio de análise do pluralismo religioso. O presente trabalho é fruto da pesquisa desenvolvida no programa de Iniciação Científica da PUC-Campinas como parte das atividades do Grupo de pesquisa "Teologia contemporânea" que possui como linha de pesquisa "Questões contemporâneas de hermenêutica em Teologia fundamental". Esta observação inicial se faz necessária para prevenir o leitor quanto às pretensões de um trabalho que deseja ser de iniciação, de iniciar alguém na aventura da pesquisa científica. **
Religião como espaço de resistência: Dona Beatriz Ñsîmba Vita
Revista TransVersos, 2021
Depois de alguns anos de inconstitucionalidade com o rei Dom Afonso I Mvêmba Ñzînga – 1604-1543, os jagas invadiram a capital do antigo reino do Kongo em 1568-1570 e o declínio foi em 1665, com a morte do rei Dom António I Vita Ñkânga. Surgiu uma profetisa jovem chamada Dona Beatriz Ñsîmba Vita (conhecido por Kimpa Vita). Criou sua Doutrina na base de kimpasi (religiosidade local), resistiu contra as imposições católicas e montou um sincretismo localmente percebido. Rapidamente, ela ganha uma popularidade, restaura a ordem social, proporciona esperança económica, apazigua os chefes militares e convocou as eleições. Tudo, em nome da religião. O seu legado em África verificou com o messianismo com Simon Kimbangu e Simão Gonçalves Toko que resultou nas independências das repúblicas de Congo-Kinsâsa e Angola. Nas Américas, candomblé e umbanda são uma afirmação cultural e servem de uma resistência face aos insumos socioculturais.
Xirú: barro, comunidade e identidade em uma narrativa fronteiriça
The text analizes the borderline work Xirú (2012), by the Paraguayan writer Damián Cabrera. It questions the denomination xiru, term that means friend o mate, in its gurarani ́s origin, although it is used by Brazilian to refer to Paraguayn in a pejorative way. There are several shocks between the relative meanings of identity terms, especially, to the term xiru, as it is verified a complexity referring to other national elements with territory and language, in this work. Given these aspects and considering the clay and the fragmentary way as productive elements, it is verified in this borderline book the register of an alternative community to the national community. Keywords: clay, community, identity, borderline narrative