Casas de turma da ferrovia do contestado, Santa Catarina: Um olhar arqueológico (original) (raw)

Casas de turma da ferrovia do contestado, Santa Catarina

Revista Arqueologia Pública

Pelo prisma arqueológico o presente artigo discute a contribuição histórica das casas de turmas, habitações destinadas a abrigar os funcionários responsáveis pela construção e manutenção da Linha Sul da ferrovia que ligou São Paulo ao Rio Grande do Sul, na segunda década do século XX. Não apenas a lente – da arqueologia – utilizada para analisar o passado é distinta, como é distinta também a parcela de personagens sobre a qual este estudo se debruça: os funcionários da Estrada de Ferro São Paulo – Rio Grande. Fazer emergir algum subsídio histórico, para a melhor investigação e consequente compreensão da industrialização da região do Contestado, no meio oeste do Estado de Santa Catarina, tanto das casas de turmas quanto dos turmeiros é o objetivo deste artigo. Para tanto, as reflexões contidas neste estudo projetam-se sobre dois elementos basilares: um alicerce bibliográfico e um alicerce arqueológico. As casas de turma foram estruturas habitacionais construídas ao longo da via-férre...

O Patrimônio Ferroviário nos Tombamentos do Estado de São Paulo

Safeguarding Railroad Heritage in the State of São Paulo (Brazil)

Currently, railroad heritage is an important issue that figures in discussions regarding cultural heritage preservation in Brazil. However, a question begs to be answered: exactly what is railroad heritage? In this article we are not examining the larger concept – which is being debated internationally- but rather specific protected heritage sites. In other words, we are examining the practices involved in this protection. Our object of study is the Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (CONDEPHAAT) (Council for the Defense of Historical, Archaeological, Artistic, and Tourism Heritage). In this way, we propose to problematize the selection of the elements that are currently recognized as railroad heritage. Forming part of a dissertation on the same subject, this article is based on exploratory research. Documentary sources were the primary focus, and 19 heritage declaration processes, primarily from 1969 to 1984, were consulted. In this manner, we were able to identify that the State of São Paulo has 37 railroad heritage sites. In the conclusion, we highlight the prevalence of railroad passenger depots among the sites protected within the first decades of these initiatives. In spite of recent inclusion of other railroad structures, passenger depots continue to be the most common sites declared as cultural heritage. Resumo: O patrimônio ferroviário é, atualmente, um tema em destaque dentro das discussões sobre a preservação do patrimônio cultural brasileiro. Contudo, o que é patrimônio ferroviário? Neste momento, não nos referimos propriamente ao conceito – internacionalmente debatido – mas sim aos bens protegidos. Em outras palavras, tratamos sobre as práticas de proteção. Para este estudo teremos como objeto o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (CONDEPHAAT). Desta forma, nossa proposta é problematizar a seleção dos bens que atualmente reconhecemos como patrimônio ferroviário. Parte da dissertação sobre o mesmo tema, este artigo está baseado em pesquisa exploratória. As fontes documentais ocuparam lugar de destaque, foram consultado 19 processos de tombamento, em sua maioria proteções efetivadas entre 1969 e 1984. Assim, identificamos que o Estado de São Paulo conta com 37 bens ferroviários. Nas conclusões destacamos a prevalência da estação de passageiros entre os bens protegidos desde as primeiras décadas de atuação. Apesar das recentes ampliações, passando a abranger os conjuntos ferroviários, a estação segue como objeto em destaque nos tombamentos.

Patrimônio Material Edificado De Sombrio (Santa Catarina, Brasil): Memória e Identidade

Tecnologia e Ambiente, 2014

A preservação dos bens culturais de uma comunidade é um compromisso social que está diretamente ligado ao exercício da cidadania. Compromisso este que extrapola questões políticas/legislativa e/ou econômicas e avança por questões sociais, de identidade, de pertencimento. Questões que forçosamente fazem um apelo ao debate, às discussões com a população e com organizações sociais.

Escravos na Vila de São Francisco do Sul (Santa Catarina, Brasil) no período oitocentista: funções desempenhadas, constituição de famílias e habitações construídas

Revista Latino-Americana de História, 2013

Este artigo apresenta parte de um estudo histórico e arqueológico sobre escravidão no período oitocentista em São Francisco do Sul (Santa Catarina, Brasil), reunindo informações sobre as funções, as famílias e os espaços de cativos presentes em fazendas agrícolas. Tais questões foram abordadas com base na análise de antigas propriedades, coleções arqueológicas, documentos oficiais, jornais, mapas e fotografias e depoimentos orais. A pesquisa ampliou os estudos ao reunir diferentes fontes de análise e apontou que, habitações simples e uma cultura material marcada por traços peculiares fizeram parte da Vila de São Francisco do Sul, mostrando que a população negra e escrava, ademais de ter acompanhado o processo de ocupação do território, construiu e reelaborou de forma sutil seus elementos culturais naquela localidade. A pesquisa envolvida foi financiada pela Capes e integrou o Grupo de Pesquisa Estudos Interdisciplinares de Patrimônio Cultural da Universidade da Região de Joinville (Univille).

Preservação Do Patrimônio Cultural Ferroviário Do Piauí, Uma Questão De Moradia

História e Cultura

O Patrimônio Cultural Ferroviário é tratado neste artigo a partir das edificações residenciais localizadas na Linha 01 da antiga Estrada de Ferro do Piauí, estado do Nordeste do Brasil, onde se observou que grande parte das casas de vila identificadas no Inventário de Bens Imóveis realizado pela instituição de preservação federal manteve sua função de moradia. Uma permanência que chegou ao século XXI e que estimula a reflexão sobre o habitar no patrimônio, entendendo esse fenômeno sociocultural como caminho para valorização das edificações, da função de moradia e seus habitantes. A abordagem parte da caracterização dessas edificações e da análise de relação que entre si estabelecem as políticas de preservação e habitação conexas ao patrimônio ferroviário.

Fim da linha? Vilas ferroviárias da Companhia Paulista (1868-1961): uma investigação sobre história e preservação

À minha orientadora Profa. Dra. Maria Lucia Caira Gitahy, que tem acompanhado desde a iniciação científica na graduação desta faculdade, e me ensinou o "be-a-bá" da pesquisa. Agradeço não apenas sua orientação, mas sua dedicação, apoio e amizade durante todos estes anos (como o tempo voa, Malu! Foram vinte anos que trabalhamos juntas!) À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) pela concessão da bolsa de doutorado e pelo apoio financeiro para a realização desta pesquisa (No. Processo FAPESP: 2013/23935-5).