CHIBBER, Vivek. 2012. O que Vive e o que está Morto na Teoria Marxista da História. Crítica Marxista. no 35. pp. 09-44. (Tradução, Leonardo Schiocchet) (original) (raw)

Cláudio R. Duarte - Espaço social e sobrevivência do capitalismo. A teoria da reprodução social de Henri Lefebvre. Sinal de Menos, 5.

O pensador francês Henri Lefebvre (1901-1991) talvez seja um dos teóricos do campo marxista menos conhecidos ainda hoje. Ele testemunhou criticamente todo o século XX, desde a história de ascensão e queda do nazi-fascismo, o período de ocupação e resistência da França, o encanto e o desencanto da revolução soviética, engajando-se no PCF até ser suspenso em 1957, anotando a passagem do rural ao urbano em escala mundial, relacionando-se com importantes movimentos políticos e socioculturais do tempo, tais como o surrealismo, o existencialismo, o estruturalismo, os situacionistas e o maio de 68. Para Lefebvre, a grande questão do século, após as revoluções malogradas, é como o capitalismo consegue sobreviver e se reproduzir, apesar de suas irracionalidades, contradições e crises. Hoje, a parte mais interessante de sua obra (que consta de 60 livros e dezenas de artigos) talvez seja a teoria da produção do espaço social e da reprodução cotidiana das relações sociais capitalistas.

Um novo estudo sobre a vida de Marx

Fronteiras: Revista Catarinense de História, 2020

'Karl Marx: uma biografia dialética' é dividido em 10 capítulos, além da introdução, da conclusão, de um anexo (que é a cronologia da vida de Marx) e da bibliografia.

Heidegger, a essência da técnica e as fábricas da morte: notas sobre uma questão controversa. In: Ricardo Timm de Souza; Nythamar Fernandes de Oliveira. (Org.). Fenomenologia Hoje. Porto Alegre: Edipucrs, 2001, v. , p. 37-65.

1 " Heidegger, a essência da técnica e as fábricas da morte: notas sobre uma questão controversa " André Duarte * Neste artigo discute-se a relação estabelecida por Heidegger entre a " essência da técnica " moderna e o fenômeno do extermínio tecnológico levado a cabo pelo nazismo, tomando como objeto de análise o ensaio intitulado A questão da técnica (Die Frage nach der Technick), de 1953, e as conferências " O Perigo " (Die Gefahr) e " A Armação " (Das Gestell), de 1949. Estes textos constituem uma oportunidade para avaliar o potencial e os limites do pensamento heideggeriano em sua dimensão ética e política, bem como constituem o eixo em torno do qual gravitam acirrados debates entre os seus intérpretes. Para alguns, tais como Caputo, Bernstein, Habermas, entre outros, o pensamento de Heidegger teria consentido no horror, tanto mais que, nas raras oportunidades em que o filósofo se pronunciou sobre o extermínio, ele o teria reduzido a apenas mais uma das manifestações da técnica moderna, entre tantas outras. Neste texto, proponho uma leitura alternativa às tendências críticas vigorantes nos debates contemporâneos sobre o pensamento heideggeriano, desenvolvendo os seguintes argumentos: a) o pensamento da " verdade do ser " e o questionamento da essência do humano não assumem o estatuto de especulação abstrata e desinteressada, desprovida de qualquer preocupação e cuidado para com o destino fático do humano em um mundo que se tornou cada vez mais inóspito; b) seu pensamento radical visa a raiz ontológica de onde provêm as misérias deste século tecnológico: o esquecimento do esquecimento do ser e o encobrimento da própria essência do humano. Nesse sentido, o pensamento heideggeriano foi capaz de detectar as bases metafísicas do projeto voluntarista de dominação total do mundo, para o qual não é nada gratuito que os nazistas tenham empregado a destruição tecnológica da humanidade do homem; c) Heidegger não afirmou a identidade histórica entre as fábricas da morte e outras manifestações tecnológicas do presente, mas apenas que todas elas tinham a mesma raiz historial, pois vieram a ser a partir de uma mesma essência, de um mesmo modo do desvelamento que vige e rege nossa época, o qual nos ameaça concretamente com perigo da desessencialização do homem e da devastação da Terra; d) na conferência intitulada " O Perigo " , Heidegger reflete sobre as vítimas do genocídio e o terrível processo de desumanização que aí atingiu o seu ápice, ao afirmar que nas fábricas da morte já não são mais os homens que morrem, mas apenas se trata aí do simples material para a permanente " fabricação de cadáveres " , expressão que também fora empregada por Hannah Arendt em suas análises sobre o totalitarismo; e) por fim, argumento que o conceito de Bestand, " fundo de reserva " , tal como referido por Heidegger às vítimas do genocídio e explicitado em A questão da Técnica, elucida os aspectos fundamentais do próprio extermínio. O conceito heideggeriano de " fundo de reserva " atinge o cerne do problema na medida em que explicita que as fábricas da morte estão para além da mera articulação de meios e fins: nelas, os homens deixaram de ser " objetos " à disposição de um " sujeito " para se tornarem simples recurso material disponível para qualquer agenciamento, pouco importando se se tratava de sua própria aniquilação. Poucas questões prestam-se a tantas controvérsias quanto a discussão da relação entre a concepção heideggeriana da essência da técnica moderna e suas poucas afirmações * Prof. Dr. Do Departamento de Filosofia da Universidade Federal do Paraná – UFPR.

BIANCHI, Alvaro . A mundanização da filosofia: Marx e as origens da crítica da política. Trans/Form/Ação, n. 29, p. 43-64, 2006.

Trans/Form/Ação, 2006

"O objetivo deste artigo é apresentar as origens da crítica marxiana da política. Encontrando seu lugar entre os anos de 1842 e 1843 essa crítica nasce no interior de uma revisão da filosofia hegeliana e assume uma primeira forma como crítica filosófica da política. A crítica da política desenvolvida por Marx era, assim, rigorosamente, um empreendimento filosófico, mas de uma filosofia que assumia o mundo como seu objeto e se vertia para fora de si própria manifestando-se externamente como uma crítica da sociedade da época e como uma negação da política existente. Palavras-chave: Marx; Hegel; ideologia alemã."