Beauty within the pseudo-dyonisian rythm of the procession/conversion (original) (raw)

A beleza no ritmo pseudo-dionisiano da processão/conversão

TRANS/FORM/AÇÃO, 2011

RESUMO: No contexto da Metafísica Medieval, a «beleza» foi pensada como um conceito ambíguo: ora atribuído a Deus, ora atribuído ao Mundo. O propósito deste artigo é clarificar o sentido desta ambiguidade no âmbito da filosofia do Pseudo-Dionísio Areopagita. Se, portanto, o conceito de «beleza» é, em primeiro lugar, despojado do seu carácter sensível e mundano, para ser apropriado à natureza divina, ele é, num segundo momento, aposto à própria criação, de forma a designar a manifestação visível da beleza transcendente e o chamamento vital para a perscrutação teológica. PALAVRAS-CHAVE: Beleza. Criação. Processão. Conversão. Quando, numa das primeiras páginas das Sagradas Escrituras, lemos que «Deus olhou tudo quanto tinha feito e viu que era tudo muito belo» 3 , surpreendemos, desde logo, ancorada na espiritualidade cristã, a tese da 1 Este texto tem por base a Comunicação apresentada no I Colóquio da SPFM -Sociedade Portuguesa de Filosofia Medieval -A Idade Média e Filosofia, que decorreu na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, nos dias 21 e 22 de abril de 2006.

Rites of passage: Dionysus and the chorus of Satyrs

2016

Nas origens da tragédia grega, no coro de sátiros do teatro dionisíaco, os gregos fitavam o horror. Nessa observação de Nietzsche se encontra o ponto de partida para uma discussão dos ritos de passagem e, particularmente, da experiência do límen. Contribuições da performance e do teatro contemporâneos realçam aspectos dessa experiência. As análises de Julia Kristeva também merecem atenção. A hipótese, inspirada no pensamento de Walter Benjamin, emerge no final: elementos vitais dos ritos de passagem e do teatro dionisíaco tem a ver com o que poderíamos chamar de “margens das margens”. Em destaque, a dupla retirada de máscaras (cotidianas e extraordinárias), os subterrâneos dos símbolos e a experiência de f(r)icção (com r entre parênteses) nas relações entre máscara e corpo. Parafraseando Pascal, o corpo tem razões que a cultura desconhece. Às margens das margens forma-se uma ótica dialética: espantoso (ou extraordinário) cotidiano, nada surpreendente no espantoso.At the origins of G...

Lispector: The Parody of the Holy Communion in a Painting Written

Resumo: Analisa-se o conto A repartição dos pães, de Clarice Lispector, inserido em sua obra A legião estrangeira, a partir da perspectiva dos estudos de literatura comparada-interartes-envolvendo a literatura e a pintura. Para tanto, parte-se dos pressupostos teóricos propagados por Kandinsky, em sua "Teoria do espiritual na arte", para aplicá-los na interpretação da escolha cromática das descrições paródicas que Clarice Lispector realiza da celebração bíblica da Santa Ceia. Como contraponto, parte-se da concepção perspectívica renascentista para chegar ao expressionismo da pintura da santa Ceia por Salvador Dalí e as semelhanças desta última com a pintura literária de Clarice Lispector. Palavras-chave: Clarice Lispector. Salvador Dalí. Paródia. Relações Interartes. Kandinsky. Abstract: This study analyzes the tale of Clarice Lispector The distribution of bread, in her work The foreign legion, from the perspective of the comparative literary studies-inter-arts-which invol...

Beautiful form and the function of aesthetical imagination

Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade

From the examination of the Deduction of pure aesthetic judgments, followed by its articulation with interpretations on the specifically aesthetic function of the imagination, we present the hypothesis according to which the beautiful form can be understood as a product of imagination considered as “exemplary of rules”, according to the imaginative model proposed by Hanna Ginsborg. By doing so, we contemplate the possibilities and implications of admitting the capacity of imagination to produce normative representations. Accepting her model, we intend to take a step further than the author, showing how it is opportune to elucidate the notion of beautiful form.

A APARÊNCIA (SCHEIN) ESTÉTICA DESDE UM ESTATUTO CRÍTICO-TRANSCENDENTAL The aesthetic Appearance (Schein) since a transcendental and critical statute

Resumo: Kant contrastou na KrV dois modos de lidar com o objeto, tomando-o como fenômeno (Erscheinung) ou como noumenon. O primeiro é determinado pela faculdade de juízo para o conhecimento e o segundo designa a forma das leis da razão que conduz a um pensamento necessário, organizador e sistemático. Neste segundo modo a razão pode apreendê-lo sem perceber se tratar de um objeto de mero pensamento, admitindo assim uma aparência de ser cognoscível, sendo daí intitulado de aparecer enganador (Schein) por ser uma estrutura judicativa influenciada pela sensibilidade. No nível estético na KU Kant apontou como podendo haver um sentido não exclusivamente negativo à noção da mera aparência (Schein) na poesia. Expomos esse debate trazendo o modo pelo qual Schiller, pela noção de aparência estética (ästhetischer Schein), complementa o significado do acréscimo de nuance à noção do " Schein " na ênfase sobre a liberdade e autonomia de uma aparência considerada desde o estatuto transcendental. Palavras-chave: fenômeno; aparência; juízo; estética. Abstract: Kant has contrasted in KrV two ways to treat the object, take it as a phenomenon (Erscheinung) or as a noumenon. The first is determined by the faculty of judgment for the knowledge and the second appoints the form of the laws of reason that leads to the necessary organizer and systematizer thought. In this second the reason can apprehend it without noticing that it is an object of the simple thinking, admitting the appearance of something cognizable, receiving then the title of delusive appearance (Schein), for being a structure of judgment influenced by the sensitivity. In an aesthetical level in the KU Kant has pointed to a not uniquely negative sense behind the notion of mere appearance at poetry's sense. We will expose this debate and present the way through which Schiller's notion of aesthetical appearance (ästhetischer Schein) complements the meaning of this increase of shading to the notion of " Schein " , with emphasis in liberty and autonomy of an appearance regarded since the transcendental statute. Introdução Ao acompanhar o sentido historiográfico da produção filosófica de Kant constata-se ter ele conduzido os desenvolvimentos temático e sistemático de seu pensamento em caminhos distintos, mas em paralelo, voltado nos textos dos anos 80, sistematicamente, às questões da autonomia e da razão prática, para além de haver mantido nos anos 70 uma investigação sobre as questões da prudência humana na * Professor Associado do PPG-Filosofia UNIOESTE/campus Toledo (PR).

Francis Hutcheson, da beleza à perspectiva do desígnio

O que é “a outra perspectiva nas obras da natureza”, de que fala Hutcheson? De que forma a beleza provê acesso a ela? O presente artigo discute o lugar dessa “outra perspectiva” na teoria estética de Francis Hutcheson. Trata-se de compreender por que o desígnio (design) surge do belo através de uma reflexão sobre a beleza em sua Investigação sobre a origem de nossas ideias da beleza e da virtude, de 1725. Buscaremos determinar se essa teoria estética estaria subordinada aos argumentos do desígnio ou se, em Hutcheson, esse campo de pesquisa filosófica já goza de alguma autonomia.

Ritual Coition: The Sexuality Transfigured in Poesy of Dulcinéa Paraense and of Olga Savary

Travessias, 2012

This study is an interpretation of the body and the sexuality, as primary sources of love and eroticism, in dialogue with the poemsInquietude, by Dulcina Paraense, and Acomodao do Desejo I, by Olga Savary.The interpretation explores the wayssacred of ritual coition and the event of hierogamy Sky-Earth.The erotic encounters are seen as the manifestation of the elements of nature, understood as originating in the unveiling phsis.The loving communion constitutes a significative approximation of human being with your origin, like an authentic possibility of reconciliation with the nature.In this sense, the two poems operate a movementof rupture with the conceptualPlatonic metaphysics, which established a division between man and the real depth during modernity.In the midst of cyclic and incessant dynamics of the phsis, the experience of love, through the sexuality, proportionates the return of the human until your telluric root, your original habitation, insofar they recognize andemphas...

From de Effect to the Paradigm: Narcissus, Medusa and Pygmalion

ARS (São Paulo), 2015

The paper aims to characterize the relation between spectators and images and, therefore, uses the mythological figures of Narcissus, Pygmalion and Medusa, routinely used to talk about pictures. Often, Narcissus is associated with self- -representation; Medusa with photography and death and Pygmalion with the simulacrum. However, in a brief footnote, W.J.T. Mitchell talks about the “effects” that images provoke in viewers, establishing a relationship between spectators, images and these three paradigmatic figures. This paper proposes to expand Mitchell´s view and assume that the three myths contain the main elements to follow the relationship between spectators and images.