Levar a menina: o engagement dos fãs no futebol feminino (original) (raw)
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O interesse feminino pelo Futebol na escola
Revista Brasileira de Futsal e Futebol, 2020
O consenso de que o futebol é um dos conteúdos mais presentes nas aulas de Educação Física, nem sempre se aplica quando referido à prática feminina. Esse estudo tem como objetivo apresentar a perspectiva de alunas do Ensino Médio sobre o interesse na prática do Futebol feminino nas aulas de Educação Física nas escolas públicas estaduais do município de Santa Cruz do Rio Pardo-SP. Foi utilizado questionário com questões abertas e parcialmente abertas aplicado a 47 participantes. Utilizou-se como referencial pressupostos da teoria da relação com o saber proposta por Bernard Charlot. Foram utilizadas na pesquisa análise de conteúdo e análise quantitativa, descrevendo a frequência absoluta e relativa. Os resultados indicam que 70% das participantes passaram por experiências com o esporte na escola. Em relação ao interesse pela prática, sentimentos positivos como "gostar, achar legal e interessante" foram os principais motivos apontados, enquanto que, os sentimentos negativos, ...
A Inserção da Mulher no Futebol
Revista Mosaico, 2021
Resumo Estudo de abordagem qualitativa, de caráter transversal e analítico, cuja amostra foi composta de 17 (dezessete) mulheres praticantes de futebol feminino amador, com idade entre 18 e 32 anos, residentes no Estado do Rio de Janeiro. O estudo teve como objetivo investigar os sentimentos suscitados nas mulheres quando da sua inserção e participação no futebol feminino. Além disso, investigou o papel da Psicologia do Esporte na inclusão da mulher nesse esporte. Os problemas de base que nortearam a investigação envolveram as seguintes indagações: de que forma as mulheres se sentem ao se inserirem num esporte predominantemente masculino? Qual é o papel da Psicologia do Esporte na inclusão da mulher nesse contexto? Mesmo com o aumento significativo, nos últimos anos, da participação das mulheres nesse universo masculinizado, o papel feminino ainda tem pouca visibilidade. A metodologia utilizada envolveu um questionário com 10 (dez) questões abertas. Os resultados apontaram para uma ...
Guerreiras Project: futebol e empoderamento de mulheres
Seção Temática, 2018
Este texto objetiva analisar as ações desenvolvidas pelo coletivo Guerreiras Project, cujo foco é o empoderamento de mulheres por meio do futebol. Para tanto, recorremos a fontes documentais e iconográficas produzidas pelo próprio coletivo, além de publicações acadêmicas e não acadêmicas que o referenciam. Buscamos na História Oral um recurso teórico-metodológico para a produção de fontes, por meio da realização de entrevistas com algumas de suas integrantes e com jogadoras de futebol cuja narrativa, de algum modo, dialoga com o Guerreiras Project, com sua criação e expansão. A análise das fontes foi desenvolvida tomando como inspiração o método indiciário proposto por Carlo Ginzburg, a partir do qual descrevemos alguns fragmentos da história do Guerreiras Project, com ênfase na sua criação, na elaboração de sua proposta pedagógica e na sua intervenção política.
O futebol feminino no discurso televisivo
Este estudo teve por objetivo analisar as características discursivas da narração de partidas disputadas pela equipe do Santos Futebol Clube na Copa Libertadores de Futebol Feminino (CLF). Para tanto, foram gravadas, transcritas e analisadas (segundo a teoria da Análise Crítica do Discurso) as transmissões das partidas disputadas pela equipe. Percebemos que nas narrativas investigadas, sobressai o apelo estético em torno das mulheres, em detrimento aos aspectos técnicos e táticos da prática esportivo-competitiva em si. Por essa razão, os sentidos incorporados à prática profissional do futebol feminino continuam carecendo de uma ressignificação, como apontado por Goellner (2005). Entendemos que tal ressignificação perpassa todo o processo comunicativo.
[CAP. EM LIVRO] Lesbianidade em campo: afeto e desejo entre jogadoras de futebol brasileiras
2018
Resumo: O Brasil conta com algumas produções acadêmicas sobre mulheres lésbicas e lesbianidades. Contudo, mesmo com a quantidade de material produzido sobre a temática, poucos são os trabalhos acadêmicos brasileiros dedicados ao estudo das práticas afetivas e eróticas entre mulheres esportistas – sobretudo nos espaços físicos de prática esportiva como campeonatos, vestiários, quadras/campos. Dessa foma, a partir de cenas etnográficas, esse artigo se propõe a analisar como o futebol torna-se um espaço – físico e social-que permite que algumas mulheres vivenciem práticas afetivas e homoeróticas com outras mulheres também jogadoras de futebol.
FuLiA / UFMG
Apresentação da revista FuLiA / UFMG, v. 4, n. 1, jan.-abr., 2019.
Futebol feminino: aspectos emocionais e cognitivos
Revista Brasileira de Futsal e Futebol, 2020
A participação das mulheres no futebol é cada vez mais frequente, porém ainda se encontram menos trabalhos publicados na área de psicologia do esporte em comparação ao futebol masculino. O objetivo do presente trabalho foi descrever o comportamento de variáveis emocionais e cognitivas de atletas de futebol feminino, durante uma temporada. A amostra foi composta por 13 atletas (14,69±0,95 anos), pertencentes a uma equipe de futebol de base do interior do estado de São Paulo, Brasil. Foram aplicadas 5 avaliações contemplando os seguintes aspectos: emocionais – ansiedade e humor; cognitivos – atenção e raciocínio intelectual. A atenção aumentou da primeira para as avaliações 4 e 5 (p<0,001; p<0,001) e o raciocínio intelectual aumentou da primeira para a última avaliação (p=0,022). As variáveis emocionais permaneceram estáveis. O perfil "iceberg" foi apresentado pelas atletas nas 5 avaliações. Conclui-se que as habilidades cognitivas podem ter sido influenciadas pela prá...
A TRAJETÓRIA DA MULHER NO CAMPO ESPORTIVO
IV Seminário Internacional Desfazendo Gênero, 2019
Quando refletimos sobre a inserção da mulher no esporte na atualidade, faz-se necessário resgatar o contexto histórico de como esse fato ocorreu. Isso porque o papel desempenhado pela mulher no esporte confunde-se e mescla-se com seu papel social na história, perspectiva esta escrita e interpretada sob um ponto de vista masculino, amparado pelo patriarcado que se perpetua até os dias de hoje. Neste artigo buscamos demonstrar por meio de uma revisão bibliográfica, que apesar da tentativa de ocultá-la, a mulher esteve presente no mundo do esporte desde a antiguidade, e que a sua presença nesses círculos foi conquistada através de enfrentamento e resistência de mulheres destemidas dispostas a mudar o "status quo".
Mulheres no Campo: o ethos da torcedora pernambucana
Fontenelle, 2019
Nesta pesquisa buscamos conhecer o ethos das mulheres torcedoras em Pernambuco buscando compreender o percurso e motivações do "tornar-se torcedora". Bem como, a relação estabelecida por elas com o Clube e com o estádio. A pesquisa foi realizado com torcedoras dos três principais clubes do futebol pernambucano: Sport Club do Recife, Santa Cruz Futebol Clube e Clube Náutico Capibaribe. A pesquisa definiu-se como exploratória descritiva com um recorte embasado no gênero - mulher- enquanto categoria analítica.O nosso objetivo foi além de dar a conhecer o perfil sócio demográfico das torcedoras pernambucanas, o nosso intuito foi o de compreender seu percurso na construção da paixão pelo futebol, bem como, apontar caminhos para uma cultura de consumo clubística e de materiais esportivos. Os dados encontrados na pesquisa apontam para o descortinar de um novo cenário social no que diz respeito à participação das mulheres enquanto torcedoras. Ao dar voz às mulheres que consomem o ambiente clubístico, nomeadamente , o estádio, foi possível apontar que a família, especialmente o pai, ainda tem grande influência na escolha do clube. Todavia se tornaram evidentes rupturas a essa lógica dominante que parecem caminhar junto ao crescimento em torno do debate feminista e do empoderamento feminino. Especialmente entre as mulheres mais jovens. As falas das torcedoras, bem como as análises, ajudaram a demonstrar o quão essa relação da torcedora com o estádio é enviesada por questões que dialogam com a resistência, quebra de padrões naturalizados e tensionamentos.
[ENSAIO VISUAL] Entre rezas, lágrimas, suor, menstruação e chulé: o futebol feminino em foco
2016
No ano de 2015, no mês de Julho, 24 países participarão da sétima Copa do Mundo de Futebol Feminino, sediada no Canadá. No Brasil, desde de Janeiro do mesmo ano, a Seleção Feminina se prepara para a competição buscando a conquista do título ainda inédito no país. Infelizmente, pouco se sabe e se fala sobre o futebol feminino brasileiro. As mulheres, a partir do ano de 1920, quando apareciam nas crônicas esportivas e colunas sociais eram retratadas como meras espectadoras que traziam beleza e charme para as arquibancadas. No ano de 1921, os jornais do país noticiaram – não sem algum assombro - a primeira partida de futebol disputada por mulheres. À época elas foram chamadas de audaciosas e intrépidas, e a partida, por sua vez, foi motivo de chacota e desconfiança do grande público brasileiro. No ano de 1941, sob o pretexto de preservar a saúde reprodutiva dessas mulheres, o Conselho Nacional de Desportos decreta que alguns esportes não seriam compatíveis com a natureza feminina. Acreditava-se que a prática do futebol colocaria em risco a integridade física das mulheres brasileiras: uma forte pancada no baixo ventre poderia torná-las inférteis, comprometendo a maternidade. Dessa forma, até 1979, as mulheres foram proibidas por lei de jogar bola no Brasil. No ano de 2001, a Federação Paulista de Futebol (FPF) estabeleceu que para uma atleta participar de campeonatos precisaria apresentar signos de feminilidade: cabelos compridos, corpo mais delicado e com curvas, uniformes mais curtos e justos. Na época algumas atletas alegaram que preferiam jogar com um uniforme intermediário - nem tão grande, mas também não tão justo -, contudo acabaram usando micro uniformes que expunham completamente seu corpos, afinal segundo elas: “era melhor jogar assim do que não jogar”. Ainda hoje, muitas são as reportagens e entrevistas realizadas com atletas da modalidade que evidenciam o charme e a beleza da jogadora brasileira em detrimento de sua competência profissional e qualidade técnica. As fotos que trago são produtos do trabalho de campo da tese de Doutorado que realizo no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social na Universidade de São Paulo. O objetivo é mostrar um pouco do cotidiano dessas mulheres: Quem são elas e de onde vêm? Quais são seus sonhos e perspectivas? Elas conseguem fazer do futebol seu meio de vida? Dessa forma, a narrativa fotográfica é construída a partir do convívio mais intenso com uma equipe da capital. As fotos foram realizadas ao longo de noves meses (de novembro de 2013 a agosto de 2014) e mostram como é o um dia de jogo na vida jogadoras de futebol.