Arquitetura sob suspeita (original) (raw)
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Revista Estética e Semiótica
O artigo toma a sugestão feita por Freud de pensar o Inquietante como categoria de estética e busca reconhecer no cinema expressionista alemão e no prédio do Jüdisches Museum Berlin(Museu Judaico de Berlim) a realização sensível do conceito estabelecido no texto freudiano.
PosFAUUSP
Em 2019, Jacques Rancière apresentou “Architectures Deplacées”, na Société Française des Architectes, em Paris. Nosso trabalho consiste na tradução da referida palestra e no artigo introdutório publicado em revista, os quais abordaram temas de suas conferências recentes sobre arquitetura. Dentre os deslocamentos ético, poético e estético propostos, Rancière elucida questões intrínsecas da arquitetura na relação com a paisagem. Nesse contexto, o movimento se refere ao processo de desestabilização da finalidade da arquitetura e a busca pela perfeição, visando a construção de mundos livres. Segundo Rancière, quando a arquitetura sai do seu reduto, provoca mudanças mais efetivas. O autor também observa que a pintura é fonte de uma “arquitetura para ver”, relevante para o paisagismo. Por fim, Rancière sugere que a arquitetura, resgatada de sua funcionalidade autoritária, torna-se apoio de um movimento da imaginação que parte de arquiteturas modernas – para ver ou imaginárias – baseadas n...
Arquitetura entre plano, truque e finta
Paranoá
Nesse artigo, argumentamos que uma conciliação racional pelo ‘plano’ é apenas um modo de atuação arquitetônica, isto é, há ao menos outros dois modos que podem ser considerados ao projetar: tanto o ‘truque’ dissimulado que dissocia declaração de operação; quanto a ‘finta’ que abertamente declara sua oposição, mas que ginga marginalmente como forma de desvia-la e vence-la. Além disso, defendemos que embora sejamos treinados majoritariamente para projetar por planos, os contextos e desafios urbanos contemporâneos têm nos exigido saber atuar por truques e fintas – especialmente nas condições políticas do Sul Global. Esse artigo pretende, portanto, auxiliar na construção teórica dessas duas outras maneiras de projetar. Para isso, revisa a proposta teórica de Keller Easterling sobre ‘hackeamento espacial’ e propõe que a obra de Cildo Meireles “Inserções em circuitos ideológicos” pode ser considerada como importante referência político/estética para o truque e a finta arquitetônicos, pois...
2000
que, pela clareza de suas observações, orientou a consecução desta pesquisa com paciência e inteligência. À Universidade de São Paulo pelo acolhimento desta pesquisa e pela possibilidade de desenvolvê-la junto a amigos e professores.
Matutando Arquitetura e Urbanismo: uma primeira conversa, 2022
Uma primeira conversa ocorreu na década de 1990, quando ainda, dispersos em vários departamentos de cursos da UFMT, arquitetos professores se uniram, empenhados em criar o Departamento de Arquitetura e Urbanismo. E deu certo! O curso foi criado posteriormente e recebeu os seus primeiros alunos no ano de 1995, sendo a primeira turma a se formar no estado de Mato Grosso nessa área. Desde os primeiros anos, buscou-se acertar. Mesmo que, às vezes, o resultado não fosse o pretendido, o caminho foi traçado de forma a não ter volta. E o curso segue a exemplo de seus mestres precursores, buscando desenvolver um bom trabalho. Um reflexo disso é a obtenção de nota máxima no Enade (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes) em suas três últimas edições. Esse resultado não significa que está tudo bem, mas, sim, que existe dedicação. Há uma busca constante para o desenvolvimento do ensino integrando a pesquisa e a extensão, porém percebe-se uma dificuldade em tornar acessível o que é desenvolvido no contexto científico acadêmico do curso em diálogo com outras áreas do conhecimento. Esta coletânea vem com o objetivo de ampliar a divulgação de experiências didáticas, resultados de pesquisas e extensões realizadas na graduação em Arquitetura e Urbanismo da UFMT. Entende-se que, além de disponibilizar materiais relevantes ao público externo, é possível também abrir para um maior diálogo com a comunidade acadêmica e científica de outras instituições. Sendo assim, os autores desta primeira obra buscaram trazer temáticas de diferentes áreas de Arquitetura e Urbanismo que são referências na formação de profissionais socialmente responsáveis, conhecedores da técnica e da arte, ambientalmente conscientes e atentos às diferenças culturais no desempenho de suas funções
Mito e Realidade Na Arquitetura
Veredas Favip Revista Eletronica De Ciencias, 2013
Este ensaio histórico-filosófico pretende defender a ideia de que habitar é a ação primeira do ser humano e que o ato de habitar é concomitante ao de construir. Ainda pretende elucidar que habitar ou construir nasce da apropriação individual do espaço e que este é produto do ato de habitar, também concomitante à sua ação. Habitar é, neste sentido, o ato essencial do homem enquanto ser mortal, tornando-se um ato social apenas num instante secundário ao do indivíduo. Neste sentido, o espaço sendo construído a partir do habitar de um lugar, concluiremos que o lugar é o produtor do habitar deste mesmo lugar. Em outras palavras, as diretrizes de um projeto de construção ou arquitetar um espaço, pensá-lo, estão no lugar em si, sendo o seu construtor o intérprete do espaço. Arquitetar torna-se, assim, pensar através de uma linguagem o espaço de um lugar. Habitar é, por linguagem, construir o espaço: pensá-lo.
Arquitetura escavada na rocha e no solo
Todos sabemos que os homens primitivos viviam em grutas e cavernas. No entanto, estamos prontos para nos surpreender com o fato de que alguns grupos humanos ainda hoje vivem em formas "trogloditas", em cavernas escavadas na rocha ou no solo. Recordamos alguns casos de conjuntos trogloditas ainda em uso, em algumas áreas da Provença, em grandes regiões da Espanha, nos vales da Tunísia e do Marrocos, bem conhecidos pelos turistas mais atentos. Até mesmo alguns complexos trogloditas italianos permaneceram habitados até tempos recentes: antes de mais nada Matera, Gravina na Apúlia, Massafra e outros, juntamente com outros conjuntos escavados para fins não residenciais (como a caverna da Sibila de Cumas, os túmulos etruscos e as catacumbas de várias cidades italianas). A arquitetura escavada ou troglodita, na caverna ou no subsolo, está cheia de exemplos e ainda está viva em diferentes partes do mundo, em todas as latitudes, com todos os climas, em diferentes tipos de solos. O motivo climático para escolher esse modo de vida é evidente, mas não é o único elemento que o caracteriza. A integração da arquitetura na paisagem, a economia máxima derivada do uso quase exclusivo de materiais locais, a variedade e a riqueza dos espaços habitáveis, o jogo da luz... São todos fatores de admiração para aqueles que estudam a arquitetura troglodita. Na mentalidade comum do homem ocidental, essa parece pertencer a um passado distante. No entanto, até o presente, os exemplos de espaços escavados no chão ou em paredes rochosas não faltam, em todo o mundo, e podemos nos surpreender ao descobrir a extensão que, na história do homem, teve a criação de ambientes e espaços subterrâneos, destinados tanto à vida humana como a diferentes expressões de culto ritual, à veneração para os mortos, os antepassados e a "Mãe Terra". A realidade da arquitetura e do planejamento urbano subterrâneo é encorpada, viva, vibrante. As casas subterrâneas de Aragão, Tunísia, Provença são alegres e luminosas, mas o público memorizou no inconsciente uma ideia desta arquitetura muito diferente, decididamente pejorativa: uma imagem escura, constritiva, combinada com a ideia de condições de vida sub-humanas. Não é por acaso que a expressão “homem das cavernas” ou “troglodita”, na linguagem comum, está localizada exatamente no polo oposto dos “homens civilizados”. Esta imagem também está ligada aos mitos em que as grandes religiões ocidentais foram fundadas: sob o solo se imagina o reino das sombras, do inferno ou, ao máximo, da expiação, do purgatório. Não só isso: o porão lembra a dura realidade do mundo das minas, o trabalho sombrio, sujo e molhado, o trabalho forçado e a angústia sempre escondida da morte, a presença de animais “escuros” e rastejantes (ratos, cobras e escorpiões) e justifica apreensão, medo, rejeição.
De architectis instituendis: a investigação pelo desenho depois de Bolonha
Joelho: Revista de Cultura Arquitectonica, 2013
O projeto como síntese: a experiência do Atelier Integrado I - FAU/ UFRJ O objetivo deste trabalho é apresentar a experiência do Atelier Integrado I (AI-1) da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro [FAU/UFRJ]. Apontamos suas principais características, visando uma reflexão crítica sobre seus alcances e possibilidades para futuros desdobramentos.O Atelier Integrado é uma antiga aspiração das escolas de arquitetura, porém de difícil execução, em grande parte devido à organização departamental estanque, a ao próprio currículo da maioria das escolas de arquitetura brasileiras, agravado pela falta de coordenação entre os conteúdos das disciplinas, tratadas como campos autônomos do conhecimento.O AI-1 acontece no final do Ciclo de Fundamentação (4º. período - segundo ano de curso), e reúne seis disciplinas: Projeto de Arquitetura, Projeto Paisagístico, Gráfica Digital, Concepção Estrutural, Processos Construtivos e Saneamento Predial, que estabelece...
Deve-se acreditar nos arquitectos, na tradição?
TRANSLOCAL. Culturas Contemporâneas Locais e Urbanas | Tradução, 2024
Ensaio visual de Hugo Barros a partir sobre o projeto de arquitetura "Casa de Férias", concebido pelo Atelier da Costa - uma possível tradução de poesia de Herberto Helder