Metáforas da morte entre pós-punks: passos para uma teoria da ação desde Bateson (original) (raw)
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2018
O estudo investigou a subjetivacao da morte entre sujeitos inseridos no heavy metal, utilizando a fala interna como veiculo cognitivo para o acesso aos conteudos relacionados a morte emergentes na experiencia de tais sujeitos. A pesquisa de recorte cognitivo e fenomenologico foi realizada mediante procedimento idiografico e qualitativo de coleta de dados, pautando-se na compreensao de que os processos cognitivos (neste caso a fala interna) atuam como mediadores do acesso aos conteudos pertinentes a experiencia gerada diante de temas e questoes existenciais, tais como a morte. As categorias de fala interna emergentes, apesar de nao indicarem conteudos mais detidamente ligados ao âmbito do metal na experiencia dos sujeitos investigados, denotam a reconstituicao do conflito entre concretude e abstracao da morte presente na compreensao ocidental de morte em geral e que se apresenta tambem no universo do heavy metal em particular. Palavras-chave: Fala Interna; Fenomenologico; Heavy Metal...
Pulsão de morte em ação: a sublimação a partir de The Wire
Em primeiro lugar, agradeço a João Augusto Frayze-Pereira, o melhor leitor que este trabalho poderia encontrar. Obrigada, João, por todas as sugestões, críticas, e-mails reconfortantes e conversas iluminadoras. Obrigada, acima de tudo, por me incentivar a não ter medo de trilhar os caminhos do pensamento aos quais The Wire me levou. À Fapesp, por acreditar que esta pesquisa merecia ser desenvolvida e por fornecer o apoio material que possibilitou sua realização. A Ana Loffredo e Veronica Stigger, por terem visto uma floresta futura em meio a um caos de mudinhas. Aos colegas do grupo de orientação, pelo companheirismo. A Shayne Lee e Clarke Peters, por uma conversa que mudou tudo. A Eulália Lousana, pelas tortas de maçã, batatas-doces fritas e whatsapps fofos. A Greyce Lousana e Conceição Accetturi, por serem meus modelos na vida. A Olivio Pavanelli Filho, por me explicar o mundo quando eu era pequenininha. A Marion Minerbo, por me mostrar a psicanálise. A Tiago A., por me mostrar The Wire. A Idelber Avelar, por me mostrar Nova Orleans. A Marussia Whately, por me mostrar uma nova forma de cuidar da água. A Eliane Vignoto Matos, por cozinhar para minha família. A Mariana Delfini, pelo precioso trabalho de revisão do texto. A Paula Ordonhes, pelo design dos pôsteres. A Alessandra Parente, Angela Mooney, Fal Azevedo, Graziela Marcheti, Isabel Botter, Júlia Moita, Júlia Porto e Paulo Cândido, por terem lido tantas versões preliminares toscas e me ouvido gaguejar tantas ideias às quais só consegui dar forma escrita meses ou anos depois. Por fim, a meu amor, Agenor de Lorenzi. A maior alegria da minha vida é desbravar com você as ruas, praças, avenidas, corners e alleys deste mundo.
Metchnikoff e o instinto de morte
Voluntas: Revista Internacional de Filosofia, 2020
Embora a ideia de que os processos orgânicos se equilibrassem entre dois processos opostos, um construtivo e um destrutivo, fosse lugar-comum entre as especulações biológicas do século XIX, a semelhança entre a proposta de um instinto de morte, introduzida por Élie Metchnikoff em sua obra de 1903, Etudes sur la Nature Humaine, e a pulsão de morte, proposta por Freud em 1920, justifica não somente essa breve exposição sobre algumas das reflexões de Metchnikoff, como traz novamente à cena a ideia – detectada por meio do mecanismo da apoptose - de que forças de morte atuam na própria constituição da matéria orgânica.
Considerações sobre a morte e o morrer na hipermodernidade
Estudos E Pesquisas Em Psicologia, 2006
The article has as its objective, the analysis of the legal and technical circumscription of the concept of euthanasia, as well as some psychosocial aspects, having as it's main thread the rights of a patient to promote his/her own relief, an objective which is crucial in the medical profession. This should be considered from three viewpoints: a social reality as the symbolic structures on which we base our behavior in society, the social imageries that emerge at given historical times about life and death; and, more specifically, our current context in hyper modern times, marked by hyper-consumerism, hyper-narcissism and by the idealogical concept of excesses and urgency. These lead to a gradual loss of self-expression, an uneasiness in these very modern times, a loss of sense, of moral values and the reduction of space in which to exercise individual liberties and autonomy. In this context, the hyper-modern individual, has a relationship with death, his own and that of others, which oscillates between seeing death as certain destiny or sheer horror, a return to nothingness, and in a " tragifobic" culture, the tendency is to interpret death as a treachery of techno science, which beguiles us with the illusion of the death of death.
SAMUEL BECKETT E A ESTÉTICA DE UMA EXISTÊNCIA PARA MORTE
RESUMO: Buscamos no presente artigo, discutir aspectos da filosofia existencialista na estrutura narrativa da trilogia Molloy, Malone morre e O inominável, escrita por Samuel Beckett (1906-1989) no período do pós-guerra. A partir da concepção de uma linguagem que fracassa diante da realidade absurda do mundo, Beckett fundamenta uma nova forma para o romance, colocando-nos diante de uma literatura que não busca desvendar a realidade, mas evidenciar o caráter impreciso da existência. Para tanto, estabelecemos um diálogo com a filosofia de Albert Camus (1913-1960) e Martin Heidegger (1889-1976), dando ênfase às obras O mito de Sísifo e Ser e Tempo. ABSTRACT: In this article, we discuss the aspects of existentialist philosophy in the narrative structure of the trilogy: Molloy, Malone dies and The Unnamable, written by Samuel Beckett (1906-1989) in the postwar period. From the conception of a language that fails before the absurd reality of the world, Beckett bases a new form for the novel, putting us before a literature that does not seek to unveil reality, but to show the imprecise character of the existence. To do so, we established a dialogue with the philosophy of Albert Camus (1913-1960) and Martin Heidegger (1889-1976), focusing on the works The myth of Sisyphus and Being and Time.
Este artigo remete a uma pesquisa mais ampla, acerca das agências de seres imateriais em uma casa de candomblé, na qual sou iniciado. O texto trata de uma crise vivenciada durante o rito funerário do axexê, quando fui “afetado” por intensidades provenientes do tempo dos mortos, e que, sob o aporte da “virada ontológica” na antropologia, me permitem ver o terreiro por influência de realidades distintas – a dos vivos e a dos falecidos –, e não pela pluralidade das visões do mundo. Sugiro, então, uma releitura da noção de anthropological blues, tanto para cobrir as afecções dos etnógrafos cujas análises extrapolam as premissas relativistas, mas também como possibilidade de se criar proposições teóricas em efetiva continuidade com as premissas nativas.
RESUMO: O artigo parte de dois usos que Platão faz da etimologia do nome do Hades no Fédon e no Crátilo. Enquanto no Fédon ele segue a tradição que interpreta o nome como o 'in-visível', no Crátilo ele propõe uma nova leitura do Hades como o que 'tudo-sabe'. Apesar dessa inconsistência há uma coerência no que concerne o objetivo de acabar com o medo da morte na tradição. Para compreender tanto as diferenças quanto as similaridades se recorre à República. Nesse diálogo existe a motivação política de acabar com o medo do Hades uma vez que temer a morte seria prejudicial para quem fosse defender a cidade em uma batalha. Também encontramos uma concessão a um uso manipulativo das etimologias em vista de corrigir crenças ilusórias das pessoas. Essas são evidências de que a variação superficial no uso das etimologias e dos argumentos por uma nova imagem do Hades apresentam alguma consistência se analisada do ponto de vista de um projeto político. No entanto, dessa postura surgem alguns problemas morais que merecem ser investigados. Por exemplo, se esse tipo de manipulação segue sendo condenável, quem teria o direito de manipular e em quais casos. Possíveis respostas de Platão a essas questões são levantadas e comparadas com reflexões éticas contemporâneas. ABSTRACT: The article starts with two uses presented by Plato concerning the etymology of Hades' name. In the Phaedo he follows the tradition and interprets the name as the 'in-visible'. In the Cratylus, on the other hand, he proposes a new reading of Hades as the 'all-knowing'. Despite this inconsistency there is an anterior coherence in regard to the project of extinguishing the fear of death in the tradition. To understand these differences and similarities we recur to the Republic. In this dialogue there is a political motivation to extinguish the fear of death amongst citizens. Fearing death would be prejudicial for their brave behavior in battles. We also found a concession to the manipulative use of the etymologies in order to correct illusory beliefs of the people. These are taken as evidences that the superficial variation on the use of the 1 Universidade Federal de Minas Gerais. Gostaria de dedicar esse artigo ao professor Marcelo Marques (1956-2016). Lembro dele contando: um menino, com uma mexerica na mão, pede ao pai: começa o começo pra mim? Bem, foram as aulas dele que começaram descascar o Crátilo para mim.
Uma Metáfora Possivel Da Morte?
Revista USP, 1997
dossiêaids á muitas maneiras de pensar a arte e suas possíveis conexões com outros campos do saber. Mas, enquanto os saberes dialogam e inventam novas formas de convívio entre idéias, sua relação com os acontecimentos que assolam nosso cotidiano é, de maneira geral, mais problemática. As teorias, estas lentes pelas quais deciframos o mundo depois de experimentá-lo, parecem muitas vezes insuficientes para responder àquilo que palpita no âmago de nossas indagações. E, ainda assim, não prescindimos delas, pois ficaríamos irremediavelmente à deriva.
Pulsão de morte e agressividade no campo de Freud-Lacan
2018
Este artigo tem como objetivo expor e discutir a teoria da pulsao de morte elaborada por Freud e a nocao de agressividade em Lacan, realizando uma especie de sintese geral sobre esse eixo teorico da Psicanalise do campo de Freud-Lacan. Assim, discorremos primeiramente o modo no qual podemos compreender a teoria das pulsoes e em seguida abordamos propriamente a teoria das pulsoes na Psicanalise. Apos isso, adentramos na problematica da pulsao de morte freudiana e, no fim deste texto, discutimos seus desdobramentos com a concepcao de agressividade em Lacan.
Entre a morte e a vida da ação
Veritas (Porto Alegre)
Escrevia Maurice Blondel em 1906: “Há muito tempo Platão e Spinoza disseram: ‘a filosofia é a aprendizagem da morte’, ou seja, é a antecipação da vida, da vida que para nós é indivisivelmente conhecimento e ação” (BLONDEL, 1997, p.569). Seguindo uma metodologia dialética e fenomenológica, este trabalho pretende uma aproximação ao significado da filosofia como “aprendizagem da morte” ou “antecipação da vida”, tendo como orientação prioritária o texto da Action (1893) e os dois artigos que compõem Le point de départ de la recherche philosophique (1906). Será explicitada uma caracterização da vida humana como ação e, consequentemente, realização de uma tarefa. Neste ínterim, será elucidada a fenomenologia da ação como a realização da dialética da vontade humana, que deve, ao cabo de um longo processo, colocar o problema “da morte ou vida da ação”, o que corresponderá à própria questão da “morte ou vida da inteligência”, ou melhor, “da vida que para nós é indivisivelmente conhecimento e...