Ações afirmativas no Brasil e na África do Sul (original) (raw)
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Politicas de ação afirmativa comparadas no Brasil e na Colômbia
O artigo discute as relações políticas entre os movimentos negros e o Estado no âmbito das políticas de ação afirmativa em dois países, Brasil e Colômbia. Ambos os países têm histórias de formação racial que apresentam diferenças e, ao mesmo tempo, semelhanças pontuais no que concerne ao conjunto de políticas de redução de desigualdades raciais. Neste sentido, os movimentos negros passaram a adotar o que chamo de políticas raciais antirracistas como instrumento de negociação e luta junto aos aparatos estatais. Palavras-chave: ação afirmativa comparada, movimentos negros, relações político-ins-titucionais. The article discusses the political relations between the black movements and the State under the affirmative action policies in two countries, Brazil and Colombia. Both countries have racial formation histories with differences and, at the same time, similarities regarding the set of policies designed to reduce racial inequalities. In this sense, the black movements began to adopt what I call anti-racist racial policies as an instrument of negotiation and struggle with the state apparatus.
Ações afirmativas no Brasil: a necessidade de implementação e de reflexão
O artigo trata da implementação de políticas de ações afirmativas no Brasil. O percurso seguido passa por algumas transformações políticas contemporâneas e pela forma com que a realidade brasileira se insere neste processo de mudanças. A cultura brasileira apresenta especificidades que impõem a necessidade de reflexões e estudos que sejam capazes de fundamentar as políticas de combate à discriminação racial e torná-las eficazes. Neste sentido, defende-se a importância de que a implementação de políticas de ações afirmativas no Brasil não seja feita a partir de uma simples transposição dos modelos já utilizados em outros países, mas sim, a partir de uma reflexão com o envolvimento da sociedade e que seja capaz de fundamentar a adaptação destas políticas às nossas necessidades.
Ações afirmativas como resposta ao dilema racial brasileiro
2021
Although the Aurea Law ended slavery exactly 132 years ago, it failed to resolve the situation of discrimination and material poverty of the black population. Brazilian society has engendered a veiled or invisible racism in its social relations that leads to social asymmetries, differences in the treatment given at institutions, and discrepancies in the access to opportunities, goods, and services between whites and blacks. Structural racism in Brazil is responsible for a permanent loss on the emancipation and full development of black population. Affirmative actions are an appropriate instrument to face the difficult and indomitable issue of racial inequality between whites and blacks in Brazil, as they expose and denounce the negative symbolic legacy of the belief in “racial democracy,” the idea of the absence of racism, and the social posture of “tropical indolence.” Furthermore, affirmative actions also enable this country to build a genuinely inclusive and democratic society.
Ações afirmativas e o debate sobre racismo no Brasil
Assistimos hoje a um debate acirrado em torno da implantação de políticas de Ação Afi rmativa. Sobretudo o projeto de cotas para negros em universidades públicas tem dividido a opinião pública. Esta discussão ganhou fôlego quando, na época dos preparativos para a Terceira Conferência Mundial contra Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Outras Formas de Intolerância (Durban, 2001), e sob pressão do movimento negro, o governo sinalizava disposição de criar mecanismos de "discriminação positiva" para combater o racismo no Brasil (cf. tb. Telles, 2003: 86-97).
Revista Docência do Ensino Superior
2022 é um ano repleto de datas importantes para a Universidade Federal de Minas Gerais e para as políticas de ações afirmativas no Brasil. Neste ano, a UFMG, fundada em 1927, completa 95 anos. O Programa de Ensino, Pesquisa e Extensão Ações Afirmativas na UFMG, fundado em 2002, completa 20 anos e a Lei nº 12.711, popularmente conhecida como Lei de Cotas e promulgada em 2012, completa 10 anos. Tanto para a UFMG quanto para o Programa Ações Afirmativas e para a Lei de Cotas, foi fundamental a atuação de Nilma Lino Gomes, professora da UFMG e ex-ministra das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, no governo de Dilma Roussef. Nesta entrevista, a professora Nilma nos revela como seu trabalho na Faculdade de Educação e sua atuação, sempre coletiva, à frente do Programa Ações Afirmativas estabeleceram as bases para as transformações observadas na Universidade nos anos seguintes.
Ações Afirmativas À Brasileira: Em Busca Do Consenso
Caderno CRH
Este texto chama atenção para a necessidade de se estabelecer um consenso em torno das políticas de promoção da igualdade de oportunidades, destacando-se as ações afirmativas e as políticas de diversidade. Enquanto as primeiras se materializam através do Estado, as segundas emanam do setor privado. A partir do histórico da implantação dessas políticas no contexto norte-americano, a autora enfatiza os desvios conceituais do debate, assim como ressalta a ambigüidade teórica e prática da adoção dessas políticas Brasil. Ao final, o texto indica questões que devem ser levadas em conta, na intervenção do Estado para garantir a igualdade de oportunidades. PALAVRAS-CHAVE: Ação afirmativa, políticas de diversidade, racismo, discriminação racial, ambigüidade, Brasil. AFFIRMATIVE ACTIONS THE BRAZILIAN WAY: IN SEARCH OF CONSENSUS Vera Lúcia Benedito This text calls attention to the need of establishing a consensus around the policies of equality of opportunity , highlighting the affirmative act...
Ações afirmativas, justiça e igualdade
É dever do Estado atuar positivamente para a redução das desigualdades sociais e as ações afirmativas, como políticas públicas fundadas na justiça e na igualdade, são instrumentos para tanto.
Preto, gay e do Norte: ações afirmativas na pele
Revista de Antropologia, 2017
Partindo de um convite para falar do ponto de vista de um aluno a respeito da política de ação afirmativa para ingresso em um dos mais importantes programas de pós-graduação do país, ofereço uma reflexão sobre as causas que levaram à necessidade dessa política: o racismo e as suas muitas e dissimuladas variantes em um país só constitucionalmente democrático e igualitário. Para tanto, apresento várias situações de minha história pessoal desde antes da graduação até hoje, articulando essas experiências com alguns dos principais argumentos contrários e favoráveis às políticas de acesso à pós-graduação que começam a ser implementadas no Brasil.
Ação afirmativa em perspectiva internacional: estudos e casos
Guia bibliográfico multidisciplinar: ação afirmativa: Brasil, África do Sul, Índia, EUA, 2007
A expressão ação afirmativa no Brasil é comumente associada a debate público acalorado, polêmica, falta de consenso e, em alguns casos, radicalismo político, seja de direita ou esquerda. Essa é uma visão, porém, muito parcial do processo de recepção das políticas de ação afirmativa, em grande parte enviesada pela natureza do debate sobre o tema nos meios de comunicação escrita. Alguns escritores, que participam frequentemente desse debate na mídia, tomam as cartas de leitores de grandes jornais e revistas como evidência principal da dominância desse estado de pugna da opinião pública no tocante ao tema. Contudo, dado o perfil de classe e "raça" dos leitores dos chamados jornalões e revistas de grande circulação brasileiros, seria no mínimo equivocado, senão plenamente elitista, tomar suas idéias como a opinião pública nacional. De fato, a linha editorial desses mesmos meios de comunicação não difere muito do conteúdo das cartas dos leitores. Ora, afinal, as cartas também são selecionadas para aparecer nas páginas dos diários e revistas. Pois nos artigos de opinião e nas matérias jornalísticas transpiram o mesmo espírito: personalidades do mundo acadêmico e político, repórteres e articulistas reproduzem em grande parte os mesmos argumentos, o mesmo debate acalorado. Se ficamos somente no âmbito da imprensa escrita, parece que a ação afirmativa sofre de uma crise fundamental de legitimidade, e, porque não dizer, de legalidade. Mas essa é uma visão muito limitada ao tratamento que o assunto tem no âmbito específico do jornalismo escrito.