APOSTILA DE CONTABILIDADE SOCIAL (original) (raw)
Agosto de 2004 1 ", publicado em 1936, Keynes lançou a semente do sistema de contas nacionais, ao optar por trabalhar com categorias econômicas expressas em "unidades quantitativas em valor". Mais tarde, em 1940, Keynes escreveu o livro "Como Pagar a Guerra 2 " para mostrar a necessidade de criação de uma novo imposto (denominado "poupança compulsória") para financiar os gastos com a guerra, sem causar inflação ou dívida externa. Keynes queria demonstrar que o déficit público inglês, previsto para o ano fiscal de 1939/1940, proveniente do aumentos dos gastos militares, deveria, necessariamente, ser financiado pelo setor privado, para que o país não precisasse emitir moeda, nem consumir suas reservas internacionais, nem contrair dívida externa. Nesta obra, Keynes recorreu à montagem de um sistema de contas que articularia, pela primeira vez, a análise das finanças públicas com a das contas nacionais, valendo-se para isso do princípio contábil das partidas dobradas. Este método original contribuiu para a transformação das contas nacionais num sistema de contas articuladas, utilizadas como instrumento de planejamento das ações do governo no sistema econômico, as quais deveriam, necessariamente, levar em consideração o momento histórico e as diversas fases do ciclo econômico. Em 1953, as Nações Unidas (ONU) adotaram o modelo proposto por Keynes, publicando a primeira versão do atual Sistema de Contas Nacionais. Em 1968 e em 1993, a ONU publicou novas versões e está previto para o ano de 2007 a divulgação da quarta versão do Manual de Contas Nacionais da ONU. Ao longo dos últimos 50 anos, a ONU incorporou a Matriz de Insumo -Produto, desenvolvida por Leontief 3 , ao corpo central do Sistema de Contas Nacionais. A utilização pela ONU dos sistemas de Keynes e Leontief permite que o atual Sistema de Contas Nacionais retrate o funcionamento da economia capitalista, a partir da análise dos setores institucionais (empresas, famílias e governos), responsáveis pelas decisões de investimento, produção, consumo e outras, e a partir da análise das unidades produtivas, responsáveis pela organização do processo produtivo.