Um enigma chamado Brasil (original) (raw)

Brasil, quo vadis?

2016

Análise sobre os novos rumos da política externa brasileira sob o comando de José Serra.

O nome do Brasil

Revista de História, 2001

Depto. de História-FFLCH/USP * Desenvolvo, neste texto, preocupações já presentes em trabalhos anteriores, como O Diabo e a Terra de Santa Cruz (1986) e Inferno Atlântico (1993). A análise é contudo um pouco diferente, e bem mais desenvolvida. Um primeiro esboço da problemática acerca do nome do Brasil foi apresentado em Cagliari, em maio de 2001, no Congresso Alessandro VI e l'Atlantico. Na forma em que se encontra, contudo, este texto é totalmente original. O Brasil não teve sempre esse nome, pelo qual hoje é conhecido. Durante dois séculos, sua denominação oscilou entre Brasil, nome ligado à atividade mercantil decorrente da exploração do pau de tinta, e Santa Cruz, nome ligado à missão salvacionista que acompanhava a colonização realizada pelos portugueses. Ao longo dos tempos, houve seguidores de uma e de outra nomenclatura e, os motivos pelos quais as defenderam mudaram no tempo, conforme se tenta mostrar neste artigo. Brazil has not always been the name of the country where we live. For nearly two centuries the land was known both as Brazil and as The Land of the Holy Cross. Both were part of Portuguese colonization in the New World, and for this reason both had their followers and supporters. It was not until the mid-eighteenth century that the name Brazil won out. The reasons for this ambivalence are shown in this article, where we also try to understand the meaning of this amazing vacillation.

Sobre Brasil em jogo

Ter um olhar crítico sobre os megaeventos no Brasil não é patriótico nem antipatriótico. É apenas o necessário olhar crítico. E que, enfim, se precisar ser definido além disso, é muito mais a favor do Brasil do que contra. Gilberto Maringoni "Não vai ter Copa" foi uma das palavras de ordem que emergiram das ruas de junho de 2013. Expressa indignação com gastos faraônicos e faz um chamado à rebelião. Mais que uma palavra de ordem, é uma ordem em si, um apelo fechado, sem margens para mediações ou dúvidas. Em outras situações da História, ativistas e militantes buscaram agregar gente com brados terminativos. Foi o caso de "¡No pasarán!", dos republicanos espanhóis, nos anos 1930, e de "Não recuaremos nem um milímetro", dito em vários momentos. Na maior parte dos casos, houve recuos brutais. Várias ebulições maciças da História moderna foram sintetizadas em expressões simples, concretas e abertas. Movimentos vitoriosos, dirigidos com boa percepção do mundo ao redor, geraram conclamações quase poéticas, que eletrizaram multidões. "Liberdade, igualdade e fraternidade", "Paz, pão e terra" e "Diretas já!" são alguns exemplos. Melhor que "Não vai ter Copa" é dizer "Ocupa Copa", ou "Copa pra quem?". Esse espírito amplo e flexível dá o tom nos capítulos deste livro, que disseca, com enfoques variados, as rotas do dinheiro e do poder nas cidades-sede da Copa e das Olimpíadas e o legado de tais iniciativas para os brasileiros.

Signo e desterro: o Brasil (que) nos escapa

Série Acadêmica, 2017

Aula inaugural na Faculdade de Ciências Sociais da PUC-Campinas. Reflexão sobre a possibilidade de se falar do Brasil estando longe dele e sobre o livro Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda, que permite entender o Brasil a partir da sensação estranha de que ele sempre nos escapa. Quando parece próximo, está distante; quando pensamos entendê-lo, ele se faz enigma; quando acreditamos nele, ele nos decepciona.

Relato do incerto Brasil de Milton Hatoum

Anais do 56° Congresso Internacional de Americanistas (ICA), Salamanca, 2018

Resumo: Milton Hatoum, expoente da literatura brasileira contemporânea, realiza uma obra eminentemente poética, que fala do país "de forma oblíqua" (como ele mesmo diz em entrevista), por metáfora e metonímia, tecendo retratos e perfis de um Brasil plural, polimorfo e polifônico nas entrelinhas de seu romance - aqui, Relato de um certo Oriente (1989) - estruturado como um concerto de vozes distintas e complementares. Nesta narrativa composta de narrações, cartas e fotografias, a narradora volta à cidade natal e à casa da infância para encontrar-se com a mãe, mas remonta no tempo, coleta lembranças, recompõe memórias, e prepara seu relato ao irmão ausente. Jogo de luz e sombra, que nem sempre esclarece o leitor quanto aos eventos e momentos suscitados, o texto de Hatoum pode ser abordado dentro do princípio estabelecido pelo próprio título deste simpósio, ou seja, através de perguntas que buscam retraçar uma coerência, se não perdida ao menos camuflada nesta meta-narrativa: Que Oriente é este? Que narradora é esta? Que Brasil é este? Algumas respostas se embasam em trechos de entrevistas do autor à imprensa. Palavras-chave: Milton Hatoum, identidade nacional, hibridismo cultural, imigração, estrangeiro

Brasil é o que mata

Tematicas

Publicado pela coleção Encruzilhada, da editora Cobogó, que procura pautar o antirracismo, os feminismos e o anticolonialismo no bojo de uma teoria crítica, Não vão nos matar agora reúne textos, cartas e artigos da artista e pesquisadora da imagem, da poesia, da teoria crítica e da performance Jota Mombaça. O livro surge em um contexto de intensa mobilização política dos debates em torno da cisgeneridade, do racismo e da branquitude, mas também de levantes antirracistas como forma de criar “barricadas”, para usar o termo da autora, contra o fascismo e a política de extermínio dos corpos dissidentes de gênero e raça que impera nos dias de hoje. Assim, apresento neste texto alguns dos elementos trazidos por Mombaça em seus textos-pistas-para-a-fuga.

Brasil

Self - Revista do Instituto Junguiano de São Paulo

Este trabalho teve por objetivo apresentar uma crítica descolonial, por meio da psicologia analítica, usando como principais aportes teóricos o perspectivismo ameríndio e as produções da literatura brasileira, enquanto agenciadora de modos de existência não-eurocêntricos. Para tal, o percurso inicia com a descoberta das Américas, realizada por Cristóvão Colombo enquanto uma trajetória errante, e deságua na iminência de criar outros mundos possíveis e habitáveis, visto que este mundo, criado por incontáveis processos civilizatórios, encontra-se em estado terminal após projetos etnocidas e ecocidas. A metodologia utilizada foi a de revisão de literatura, com o estabelecimento de uma literatura comparada entre as áreas da psicologia analítica, antropologia pós-estrutural e demais produções literárias. Ao fim do estudo, apresenta-se um novo modo de fazer-alma, bem como de resgate da pedra angular sobre a qual a psicologia analítica foi erigida: a alteridade.

Brasil como frustração

Serrote, 2019

Artigo publicado na Revista Serrote, n. 31 Do abismo entre o país desejado e o vivido, nasce um esboço incompleto que é documento eloquente de uma derrota histórica e existencial Link: https://www.revistaserrote.com.br/2019/03/o-brasil-como-frustracao-por-fred-coelho