Arte e a Falsificação de obras de arte (original) (raw)

Falsificação de obras de arte

Revista de ciência elementar, 2019

Raros deverão ser os museus no mundo, que não incluam nas suas coleções alguma obra falsa. Por vezes as burlas são de muitos milhões de euros, sendo as obras retiradas discretamente para as reservas. Outras vezes, o público toma conhecimento, e certos falsários tornam-se famosos, pelos piores motivos, mas ainda assim, ficam sob as luzes da ribalta. Um destes falsificadores é Wolfgang Beltracchi, preso em 2011 com uma pena de 6 anos, depois de décadas a criar e vender "falsificações originais" de pintores como Max Ernst e Fernand Léger, no valor de milhões de euros; enganou historiadores de arte, museus e conceituadas leiloeiras como a Christie's 1. Em termos de impacto na economia mundial, os crimes de falsificação e tráfico de bens culturais encontram-se no segundo ou terceiro lugar em volume de negócio (em economia paralela); segundo a Interpol estão associados a crimes de branqueamento de capitais provenientes do comércio de armas e tráfico de drogas, simultaneamente financiando atividades terroristas 2. Em Portugal, Amadeo de Souza-Cardoso, é um dos artistas mais falsificados; e com ele veremos como pode a Ciência detetar falsos, separando assim o "trigo do joio". Nascido em Amarante em 1887, faleceu com apenas 30 anos, vítima da gripe pneumónica. Amadeo foi um virtuoso visionário que lançou a sua carreira entre os melhores dos melhores artistas a nível mundial, a partir de Paris. Algumas das suas mais importantes obras foram integradas na coleção do Museu Calouste Gulbenkian, estando ainda presente no Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado, no Museu Nacional Soares dos Reis e no Museu Municipal Amadeo de Souza-Cardoso (Amarante). Existem ainda muitas obras em acervos particulares. O Catálogo Raisonné dedicado à Pintura 3 , coordenado por Helena de Freitas, teve a sua primeira edição em 2008 mas, entretanto, outras obras têm vindo a público. Nessas, algumas poderão ter sido pintadas pela mão de Amadeo, outras não. A bela história de vida que foi a de Amadeo foi recentemente narrada no documentário Amadeo de Souza-Cardoso: O último segredo da arte moderna, de Christophe Fonseca 4 .

Apropriação e plágio em livros de artista

The text is about the attitude of copying works of art, from a natural process of learning and authorized composition scheme to a crime. At the same time, it deals with the practice of contemporary artists that changed the purpose of the copy, from simple study to autonomous work of art.

Arte e contrafacção: valor estético e estatuto das falsificações

Aires Almeida, 2023

Será que as falsificações de obras de arte podem ser também obras de arte? Esta é uma questão que não tem sido suficientemente debatida, embora a resposta possa estar implícita nas diferentes propostas de definição do conceito de arte. Explicitar tais respostas é aqui o intuito. Este texto faz parte do livro de homenagem à Professora Maria do Carmo d'Orey, intitulado Quando Há Arte!, organizado por Vítor Guerreiro, Carlos João Correia e Vítor Moura, publicado em 2023 pela BookBuilders.

Perino, Gustavo - A obra de arte frente ao perito: A falsificação na história da arte 1

A obra de arte frente ao perito: a falsificação na história da arte 1, 2020

Desde o surgimento do Connoisseur no século XVIII, a figura do expert em arte tem passado por muitos estágios e grandes nomes, que ao longo da história tem contribuído com esta incrível profissão, tem sido sistematicamente apagados das hegemônicas publicações de história da arte. Na primeira parte deste artigo, apresentamos grandes personagens que são os principais responsáveis pelo estabelecimento desta profissão, mas foi no século XX que se consolida e estrutura essa atividade, com incorporação de método acadêmico e intervenção tecnológica. A nova perícia de arte começará por Argentina e França. Revista Restauro ISSN 25271814 V4 N8 2020

Perino, Gustavo - A obra de arte frente ao perito: A falsificação na história da arte 2

A obra de arte frente ao perito: A falsificação na história da Arte 2, 2021

Desde o surgimento do Connoisseur no século XVIII, a figura do expert em arte tem passado por muitos estágios e grandes nomes, que ao longo da história tem contribuído com esta incrível profissão, tem sido sistematicamente apagados das hegemônicas publicações de história da arte. Na primeira parte deste artigo, apresentamos grandes personagens que são os principais responsáveis pelo estabelecimento desta profissão, mas foi no século XX que se consolida e estrutura essa atividade, com incorporação de método acadêmico e intervenção tecnológica. A nova perícia de arte começará por Argentina e França. Revista Restauro ISSN 25271814 V5 N9 2021

Arte contra Verdade

Visualidades, 2020

Este artigo defende a arte como uma atividade/conhecimento pautado no reconhecimento de sua ficção, no acolhimento e valorização da experiência e da vida cotidiana e na abertura para a particularidade e intersubjetividade. Neste sentido, a arte é vista em sua contribuição potencial à epistemologia. Essa contribuição é desdobrada a partir do embate das qualidades da arte em relação à noção Moderna de Verdade, representada pela elaboração cartesiana. Conclui-se que a arte pode abrir caminhos para epistemologias mais aptas a lidar democraticamente com as diferenças.

Sobre o Inútil e o fazer artístico

Interessa para este texto uma palavra – inútil (talvez um pouco mais que isso - fazer inútil - o que desliga a palavra dos objectos por si só e liga-a ao acto de produção). Uma dificuldade imediata assoma a compreensão. Como definir uma palavra? A mesma palavra que usamos e jogamos em conversas quotidianas aparece subitamente envolvida em camadas de indefinições e obscuridade, a simplicidade do uso corrente é destruída pelo confronto na especificidade.

O Desensino da Arte

/about, cons. 13 de agosto de 2018. Traduções de Maria rita Furtado. 13 Ibidem. 23 pontos 3 e 4 do artigo 11.º da Lei n.º 49/2005, de 30 de agosto, diploma legal que republicou a Lei de bases do sistema Educativo: https://dre.pt/application/conteudo/245336\. 24 ver decreto do Governo n.º 46/85, de 22 de Novembro: https://www.estc.ipl.pt/wp-content/ uploads/2016/03/05_decreto_governo_46_85.pdf. 36 phyllida barlow, Ch-ch-ch-changes-Artists Talk About Teaching, ed. david Mollin, John reardon. s.l.: ram distribution, 2009, p. 45. 37 reconhecemos, contudo, que existem argumentos persuasivos a favor do doutoramento, como o de George smith, que defende a criação daquilo a que chama o artista-filósofo. ver: George smith, «The artist-philosopher and the New philosophy». In James Elkins, (ed.)-Artists with PhDs. On the New Doctoral Degree in Studio Art. usa: New academia publishing, 2014, pp. 129-158. James Elkins, «14 reasons to mistrust the phd», http:// www.jameselkins.com/yy/4-fourteen-reasons-to-mistrust-the-phd/, cons. 12 de Novembro de 2018.