Pedras Pintadas, Paisagens Construídas (original) (raw)

Visita À Ilha Da Pintada e Às Abordagens De Paisagem

Para Onde!?

Neste texto é apresentada a paisagem da Ilha da Pintada (Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil) a partir de diferentes concepções teóricas e metodológicas. Com base em registros de trabalho de campo, realizados da margem da referida ilha, de barco, são apresentadas leituras da paisagem elaboradas de acordo com abordagens da geografia clássica, sistêmica, humanística, crítica e pós-moderna. Também se dá ênfase à forma, função e estrutura na compreensão da paisagem. Isso possibilitou a apresentação da paisagem descrita, sistematizada, percebida, problematizada e marcada pela cultura. Por último, são sinalizados os limites e as possibilidades de análise da paisagem decorrentes de cada método.Palavras-chave: Teoria. Método. Paisagem. Cultura.

Paisagens Arruinadas (E a Delicada Arte De Coletar Cogumelos)

PAISAGENS ARRUINADAS (E A DELICADA ARTE DE COLETAR COGUMELOS), 2018

Resumo: Neste artigo as trajetórias conjuntas de seres humanos, paisagens impactadas por distintas atividades antrópicas e cogumelos propõem um debate sobre a relação humana com o espaço "natural". Em quatro exemplos oriundos do hemisfério norte, tendo como principal vetor relacional a coleta econômica de mastutake, cogumelos silvestres que não podem ser cultivados, questionam e colocam em perspectiva os conceitos cartesianos tradicionais de natureza e cultura. Como a espécie é especialmente favorecida por paisagens que a concepção ocidental classifica como já exploradas ou degradadas além de uma remediação ambiental, a conexão entre pessoas de baixa renda que coletam cogumelos nesses espaços abre espaço para se pensar outras formas de interação com a vida que abunda no planeta. Para tanto, o viés econômico, cultural e ambiental é considerado e nota-se que as distintas relações que emergem são fenômenos distintos no espaço, porém reunidos no intervalo resoluto entre a natu...

“Paisagens moventes, espaços em construção”

Revista Eco-Pós

Resenha do livro Recortes do Mundo: espaço e paisagem no cinema (2023), escrito por Angela Prysthon. Nesta obra, a autora reúne uma série de ensaios que interligam questões relativas ao cinema e à paisagem. As ideias de uma geografia afetiva, da heterotopia foucaultiana e das deambulações surrealistas, provenientes de estudos em fotografia, arquitetura e cinema, se mostram essenciais para pensar a paisagem e as possibilidades críticas do espaço.

Paisagens Partilhadas

Paisagem e Ambiente, 2012

http://espiral.net.br RESumo Para apoiar o programa de trabalho pretendido à época da constituição (2003) do Núcleo de Estudos da Paisagem (NEP/ FAUUSP), que estabelecia a paisagem como um campo de estudos sensível, de implicações políticas, escrevi em 2004 três artigos, um dos quais permaneceu inédito até o momento, circulando apenas entre os alunos. Agora, sua publicação, com ampliações, complementa o acesso à proposição original sobre paisagem que alimenta o programa de trabalho do NEP. O artigo apresenta a dimensão poética, sensível e existencial que entendo necessária aos estudos das paisagens. Estes são alguns dos princípios que estão na base dos procedimentos de pesquisa e programas de ação que desenvolvemos com a população, procurando estabelecer um entendimento da paisagem dependente da interação direta com as pessoas. Esses trabalhos postulam uma determinada forma de conhecer e de produzir conhecimento, fortemente ligada à experiência e à experimentação, que convergem na conceituação de paisagens como experiências partilhadas. Embora seja esse o fundamento da proposta do NEP, a abordagem em nossos estudos incluem contribuições de outras formas de aproximação, como aquelas que permitem trabalhar com as estruturas espaciais e suas dinâmicas.

Paisagens (não) habitadas

2017

No estado presente da investigação o panorama natural que denominamos de Paisagem, foi designada como género da Pintura pela primeira vez no século XVI. Até então a Paisagem era o cenário onde interagiam as personagens principais das obras numa cena mitológica, de batalha ou religiosa. A presença da Paisagem na Arte acontece gradualmente, com o desenvolvimento do cenário de fundo, tirando as personagens principais do lugar central, e ocupando o centro do quadro. Através das várias linguagens artísticas, como a Pintura ou o Desenho, e mais recentemente a Fotografia ou o Vídeo, a Paisagem é um tema inesgotável, devido ao apelo que suscita aos sentidos, tanto dos artistas como do público. Contudo, existe uma necessidade de pensar o caminho que estamos a levar. Uma necessidade de parar, e olhar à nossa volta, ou então olhar para linha do horizonte, e ao contrário do que estamos habituados, não procurar o seu limite. Com este estudo teórico-prático, pretende-se procurar o lugar da Paisag...

Fragmentos de paisagens

Paisagem e Ambiente

Este texto compreende o segundo capítulo da tese de doutorado: "Paisagens temáticas: Ambiente virtual" (Pellegrino, Paulo, FAUUSP, 1995). Esta tese parte da visão da paisagem como estrutura de linguagem e de percepção ambiental como uma alternativa para a produção da interpretação do espaço geradora de conhecimento. Este capítulo faz parte de um levantamento de dados secundário para posterior análise e interpretação do processo de transformação de um conjunto específico de paisagens no setor oeste da região metropolitana de São Paulo

Paisagens como instalações

Revista Estado da Arte

A natureza sempre foi objeto de apreciação das paisagens, historicamente concebidas em pinturas que guardam em si grande potencialidade retórica. Contudo, na contemporaneidade, as instalações – reconhecidas como elementos do campo escultórico – mudam a relação entre observador e imagem e agregam à paisagem natural uma nova dimensão, que é adicionalmente mediada pelos espaços expositivos. Estes são os casos das obras “Riverbed”, de Olafur Eliasson, e “Paraíso”, de Oscar Oiwa. Ambas as instalações, objetos de análise deste artigo, retratam a natureza de maneira diferente da tradição dos quadros e, ao serem examinadas por uma ótica intertextual – que aqui toma como referência conceitos seminais para essas formas de arte mais atuais –, suscitam um diálogo de natureza política e afetiva com o próprio local em que se encontram, tanto territorialmente quanto institucionalmente.