Modernismo literário português (original) (raw)
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Atuais «vanguardas» literárias em língua portuguesa
100 Futurismo, 2018
As obras distinguidas pelo Prémio Literário José Saramago1 – a saber: Natureza Morta, de Paulo José Miranda (1999), Nenhum Olhar, de José Luís Peixoto (2001), Sinfonia em Branco, de Adriana Lisboa (2003), Jerusalém, de Gonçalo M. Tavares (2005), o remorso de baltazar serapião, de Válter Hugo Mãe (2007), As Três Vidas, de João Tordo (2009), Os Malaquias, de Andréa del Fuego (2011), os transparentes, de Ondjaki (2013) e As Primeiras Coisas, de Bruno Vieira Amaral (2015) – serão o ponto de partida para a reflexão acerca do que é possível entender como sendo as atuais «vanguardas» literárias em língua portuguesa. Cem anos após o movimento das vanguardas do século XX, o que devemos entender como vanguardas literárias do século XXI? Existem pontos de contacto entre as literaturas novas que se produzem em língua portuguesa? Jovens escritores terão necessariamente uma escrita jovem? De que modo o discurso crítico recebe novas obras e novos autores? Qual o papel da edição na criação e receção de literaturas novas?
Os Modernismos e o sentido do contemporâneo em língua portuguesa
Pessoa Plural—A Journal of Fernando Pessoa Studies, 2022
Sousa, Rui, "Os Modernismos e o sentido do contemporâneo em língua portuguesa" (2022). Pessoa Plural—A Journal of Fernando Pessoa Studies. Brown Digital Repository. Brown University Library. https://doi.org/10.26300/4hv6-tq65 Is Part of: Pessoa Plural―A Journal of Fernando Pessoa Studies, Issue 22 Rui Sousa Os Modernismos e o sentido do Contemporâneo em língua portuguesa [Modernisms and the meaning of Contemporary in Portuguese] https://doi.org/10.26300/4hv6-tq65 RESUMO O percurso dos Modernismos em língua portuguesa foi-se cumprindo através de uma série de contemporaneidades e movimentos de encontro e de desencontro muito significativos, alguns dos quais deixando no ar uma interrogação ainda hoje pertinente e que terá ocorrido em algum momento aos leitores de Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro, Almada Negreiros, Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Manuel Bandeira e outros escritores. O que teria ocorrido se essa contemporaneidade tivesse sido levada às últimas consequências, ou seja, qual teria sido o panorama da literatura em língua portuguesa ao longo do século XX se esses gigantes se tivessem correspondido, tivessem interagido criativamente e por exemplo tivessem conjugado esforços numa publicação comum, com o alcance de revistas icónicas como Orpheu (1915), Klaxon (1922-1923), Contemporânea (1915; 1922-1926), presença (1927-1940) ou a Revista de Antropofagia (1928-1929)? Pessoalmente, somo a essa interrogação uma outra que me parece igualmente muito significativa. Poderia a literatura em língua portuguesa ter-se posicionado internacionalmente, se o contacto com movimentos europeus contemporâneos, como o Dadaísmo e o Surrealismo, se tivessem dado com uma amplitude e um reconhecimento que teria de esperar até à década de 1940 para conhecer os primeiros sinais inequívocos? ABSTRACT The course of Modernisms in Portuguese was fulfilled through a series of contemporaneities and very significant movements of encounter and disagreement, some of which left in the air a question that is still relevant today and that will have occurred at some point to the readers of Fernando Pessoa , Mário de Sá-Carneiro, Almada Negreiros, Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Manuel Bandeira and other writers. What would have happened if this contemporaneity had been taken to its extremes, that is, what would have been the panorama of literature in Portuguese throughout the 20th century if these giants had corresponded, had interacted creatively and, for example, had combined efforts in a common publication, with the reach of iconic magazines such as Orpheu (1915), Klaxon (1922-1923), Contemporânea (1915; 1922-1926), presença (1927-1940) or the Revista de Antropofagia (1928-1929)? Personally, I add to this question another one that seems to me to be equally very significant. Could literature in the Portuguese language have positioned itself internationally, if contact with contemporary European movements, such as Dadaism and Surrealism, had taken place with such breadth and recognition that it would have had to wait until the 1940s to see the first unequivocal signs?
Receção portuguesa do Modernismo brasileiro
Pessoa Plural―A Journal of Fernando Pessoa Studies, 2022
Saraiva, Arnaldo, "Receção portuguesa do Modernismo brasileiro" (2022). Pessoa Plural—A Journal of Fernando Pessoa Studies. Brown Digital Repository. Brown University Library. https://doi.org/10.26300/w18s-6f83 Is Part of: Pessoa Plural―A Journal of Fernando Pessoa Studies, Issue 22 Arnaldo Saraiva Receção portuguesa do Modernismo brasileiro [Portuguese reception of the Brazilian Modernism] https://doi.org/10.26300/w18s-6f83 RESUMO Unidas pela mesma língua e por um estreito relacionamento secular, as literaturas de Portugal e do Brasil quase se ignoraram mutuamente durante o período modernista, que por sinal foi para ambas um dos mais fecundos períodos da sua história. Aqui não serão referenciadas as causas dessa ignorância mútua (entre as quais a crescente onda nacionalista e a guerra mundial); são apenas focadas as poucas, desfasadas ou tardias e mais ou menos desproporcionadas ou até equivocadas referências que suscitou em Portugal o Modernismo brasileiro, no entanto acolhido em geral com evidente simpatia e calorosa compreensão. ABSTRACT United by the same language and a close secular relationship, Portuguese and Brazilian literature almost ignored each other during the Modernist period, which was, incidentally, one of the most fertile periods of their history. This article will not mention the causes of that mutual unfamiliarity (among which the growing nationalist wave and world war). It will only focus on the few, delayed or late, and more or less disproportionate or even wrong references that Brazilian Modernism elicited in Portugal, having been, however, generally welcomed with clear affection and warm understanding. BIBLIOGRAFIA ALCÂNTARA, Lúcio (2016). “Atlântico. Uma revista, dois regimes”. Revista do Instituto do Ceará, ano CXXX, 2016, pp. 209-224. Disponível em linha: https://www.institutodoceara.org.br/revista/Revapresentacao/RevPorAnoHTML/2016indice.html ANDRADE, Carlos Drummond de (1924). “Poesia brasileira”. Diário de Minas, 17 de outubro. ANDRADE, Oswald de (1928). “Manifesto Antropófago”. Revista de Antropofagia, n.º 1, maio, pp. 3 e 7. _____ (1923) “Ideias-novas – A arte e a literatura do Brasil moderno”. Diário de Lisboa, Lisboa, 19 de dezembro. ARANHA, Graça (1925). O Espírito Moderno. São Paulo: Monteiro Lobato. ATHAYDE, Tristão de (1972). [Entrevista]. Vozes, Revista de Cultura, vol. LXVI, n.º 1, Petrópolis, janeirofevereiro. DEROUET, Luis, (1923). Duas Pátrias. Lisboa: Sociedade Ediitora O Mundo. FERRO, António (1924). “A nova literatura brasileira”. Diário de Notícias, Lisboa, 31 de maio. _____ (1923). “Carta aberta ao Portugal de Hoje ao Portugal de vinte e tantos anos”. 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Rio de Janeiro: Editora Batel. _____ (2021b). Carlos Drummond de Andrade, na Poesia Portuguesa. Porto: Livraria Académica. _____ (1985). O Modernismo Brasileiro e o Modernismo Português: Subsídios Para o Seu Estudo e Para a História das Suas Relações. Porto: [s. n.], 1985. Vol. II, Documentos Inéditos. _____ (1968). “A revista Atlântico e a cultura lusa e brasileira”. Diário de Notícias, Lisboa, 22 de fevereiro. SOUSA, Rui (2021). “Pessoa, Keyserling, Castro Osório: Notas sobre a identidade nacional em torno de Descobrimento (1931-1932)”. Pessoa Plural―A Journal of Fernando Pessoa Studies, n.º 19, primavera, pp. 104-146. Brown University Repository, Brown University Library. Veja-se: https://doi.org/10.26300/xzv5-yg53
Modernidades Líricas na Poesia de Língua Portuguesa
Veredas: Revista da Associação Internacional de Lusitanistas, 2021
Este artigo tem como objetivo principal investigar os diferentes caminhos que a moderna poesia de língua portuguesa assumiu em três diferentes contextos: Portugal, Brasil e países africanos de língua portuguesa. O corpus poético analisado é constituído principalmente por Fernando Pessoa, Oswald de Andrade e Agostinho Neto. No entanto, são referidos na análise poemas de Florbela Espanca, Mário de Sá-Carneiro, Mário de Andrade, Carlos Drummond de Andrade, Noémia de Sousa e José Craveirinha. Os resultados apontam para três distintas formas de dissolução da noção de individualismo moderno nas três poéticas: uma tendência intimista que visa à fragmentação do eu em Portugal; uma tendência que aproxima poesia e ensaio por meio da descrição da realidade social no Brasil; e uma tendência animista africana que torna a voz poética mais coletiva.
Leituras do modernismo brasileiro
Propomos, neste artigo, visualizar algumas possibilidades de leitura do Modernismo que permitem percebê-lo no seu próprio percurso histórico, levando em conta as transformações no seu processo estético e ideológico, que se mesclam na escrita de uma historiografia literária do movimento. Para tanto faremos referências a diversos autores que abordam temas específicos do movimento, como sua relação com a linguagem e a técnica, mas também aspectos de sua constituição e historicidade. Palavras-chave: Modernismo, estética, historiografia literária, ideologia
O processo inquisitorial do jesuíta Gabriel Malagrida: aspectos históricos e jurídicos, 2019
A pesquisa se inscreve na relação entre a História e o Direito, buscando avaliar de que forma um indivíduo específico, sua trajetória e sua teia de relações e significados sociais nos informam sobre as transformações na relação entre as instituições seculares e a Igreja no Portugal do Setecentos. Seu personagem central é o jesuíta italiano Gabriel Malagrida que após uma vida de dedicação missionária nos quadros da colonização – tendo inclusive atuado como missionário no Brasil - cai em desgraça diante da corte, respondendo a processo sob o Tribunal da Inquisição durante o governo do seu sucessor, D. José I (1750- 1777), do qual saiu sentenciado à morte.
Realizar a modernidade: Pesar o legado modernista na prosa contemporânea de língua portuguesa
Cadernos de Literatura Comparada, 2022
No centenário da Semana de Arte Moderna de São Paulo e do lançamento em volume do Ulysses de James Joyce, este artigo visa animar uma reflexão sobre o legado do(s) modernismo(s) no panorama contemporâneo das literaturas de língua portuguesa, incidindo no género do romance, consagrado cada vez mais no último século como género central da modernidade literária mundial. O objectivo desta reflexão será questionar e eventualmente redefinir o conceito de modernidade literária aplicado à prosa em português, considerando as linhas de força que surgem das experiências modernistas nacionais e internacionais. As perguntas cen-trais deste artigo serão: como e em que medida a contemporânea prosa longa em português é devedora dos movimentos modernistas português e brasileiro? Até que ponto está ligada a um eventual modernismo in-ternacional que, irradiando das línguas centrais do Sistema Literário Mundial, iria dialogar separadamente com as várias (semi-)periferias? E, por fim: qual é a voz disti...