Contributo para uma visao economica do associativismo religioso - o caso das confrarias activas de Lisboa (original) (raw)
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Sociabilidades religiosas: confrarias e irmandades
in PAIVA, José Pedro (coord. científica) - História da Diocese de Viseu. Viseu; Coimbra: Diocese de Viseu e Imprensa da Universidade de Coimbra, 2016, vol. 2, pp. 606-615
A vida religiosa dos leigos tinha uma dimensão de experiência comunitária que extravasava a já abordada participação colectiva em procissões, romarias, festas, missas, exéquias e outros ofícios divinos. Ainda que o seu envolvimento na vida da Igreja não fosse estimulado pela Igreja Católica no período Moderno, este tipo de religiosidade também esteve presente na diocese, ligado à dimensão antropológica da vida em comunidade, que não excluía o religioso, pesem as fronteiras de uma certa sacralidade que lhe era imanente.
Confrarias portuguesas da época moderna: problemas, resultados e tendências da investigação
1995
A importância das confrarias na sociedade portuguesa da Época Moderna é hoje um dado inegável. De norte a sul do país, em quase todas as comunidades, as confrarias participaram na assistência espiritual e material às populações e contribuíram para o fortalecimento da vivência do catolicismo, através da orientação doutrinal dos fiéis, da procura sacramental, do culto dos mortos, da prática da caridade e de outras actividades devocionais e piedosas, com destaque para as devoções promovidas após o Concílio de Trento. Dentro do modelo eclesial da época, as confrarias constituíram uma das principais expressões orgânicas e sociológicas aceites pela Igreja para enquadrar e exprimir a vida religiosa dos leigos. Apesar de legitimarem e adensarem as diferenças existentes na sociedade, elas tiveram um papel relevante na construção da identidade dos vários grupos sociais, reforçaram os processos de integração e de coesão comunitária e multiplicaram os tempos, os espaços e as formas de sociabilidade, centradas em torno das festas e cerimónias religiosas. As confrarias permitiram
As benesses desse mundo: associativismo religioso e inclusão socioeconômica
Novos Estudos, 2004
O debate internacional sobre a nova pobreza tem atentado para o papel das dinâmicas societárias como fontes de inclusão social. A partir desse debate, o artigo analisa a dinâmica das práticas associativas e seus efeitos na inserção socioeconômica dos indivíduos. Com base em survey realizado na favela paulistana de Paraisópolis, mostra-se que participar em associações favorece sensivelmente a inserção socioeconômica dos moradores. Sustenta-se que, dentre as práticas associativas ali existentes, as religiosas constituem o canal mais eficaz para atenuar riscos de exclusão social oriundos do mundo do trabalho, e que a participação religiosa, sobretudo entre os evangélicos e para além das razões da fé, é mediada por investimentos cientes das benesses materiais assim auferíveis.
A utilidade eclesial da aprovação das associações
Scientia Canonica, 2019
O Concílio Vaticano II sinalizou o valor dos leigos na missão da Igreja, na medida em que eles participam do múnus profético, sacerdotal e real de Cristo. Eles exercem sua atividade apostólica e a eles é permitido fundar e administrar associações com o mesmo objetivo da caridade e piedade, para fomentar a vocação cristã no mundo e alcançar finalidades comuns. Contudo para que estas associações possam ser validamente reconhecidas pela Igreja como associações de fiéis e participar ativamente de sua missão, devem cumprir requisitos determinados pela legislação canônica, dentre estes submeter seu estatuto a análise e aprovação da autoridade eclesiástica. A associação de fiéis é uma forma associativa de apostolado, pois os cristãos que dela participam se comprometem com a sociedade cristã de forma permanente, estas associações tem grande capacidade de evangelização e dialogo com o mundo, pois estão presentes em vários segmentos e setores da sociedade.