Literatura e Autoritarismo Na América Latina (original) (raw)
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Literatura em tempos autoritários
Revista Darandina
Este artigo objetiva analisar o conto “Recordações do casarão”, de Bernardo Kucinski, publicado após o processo de redemocratização política no livro Você vai voltar pra mim e outros contos(2014), a qual tem por assunto central memórias da ditadura civil-militar brasileira. Nessa perspectiva, propõe-se discutir a possibilidade de elaborar as experiências traumáticas do regime autoritário no plano da linguagem.
A Literatura De Osman Lins e Sua Crítica Ao Autoritarismo
Educere et educare, 2015
RESUMO: A relação entre literatura e realidade envolve dois setores de investigação: arte e ciência. Sobre a arte, a perquirição em textos literários indiciam proximidades e rupturas em relação ao mundo da concretude. A pesquisa acerca da relação entre literatura e sociedade é inesgotável e motivo de permanente debate. O presente estudo toma para análise textos do escritor Osman Lins, pois que ele produziu tanto obra literária quanto artigos de jornal; a estes chamamos aqui de textos de intervenção. O propósito da investigação aqui apresentada é saber se, apesar de distintos na forma e no conteúdo, que elementos comuns podem ser apontados em diferentes escritos de Osman Lins? Portanto, o objetivo é mostrar elementos que perpassam os escritos osmanianos, mesmo sendo eles variados. Para tanto a análise se ocupou de alguns textos nos quais há simbiose textual, como é o caso, por exemplo, do artigo "Conssões de um brasileiro de hoje"; escrito como artigo de jornal, mas com os elementos próprios da criação literária. Os resultados da pesquisa apontam a permanência de ideias centrais que perpassam as obras de Osman Lins, próprias de sua concepção de mundo e do seu papel como escritor. Os elementos comuns presentes em diferentes textos seus são: o engajamento como escritor atuante que almeja intervir, a seu modo e com sua arte, na realidade; a perspectiva assumida de respeito à relação direta, que estabelece, entre o que escreve e os coetâneos a quem se dirige; O viés de crítica da realidade social. E, sobretudo, a delidade a si mesmo e a seu trabalho. Conclui-se que, mesmo tendo escrito textos de diferentes matizes e nalidades, permanece a concepção ético social do escritor, concepção que se mostra inclusive na voz autoral de sua obra literária.
Editorial: Dossiê República Brasileira e Autoritarismo
V.2 N.1 - Dossiê República Brasileira e Autoritarismo, 2019
O decênio que finda trouxe a humanidade forças e discursos políticos em descrédito a eventos históricos, incitando a desconstrução e relativização dos direitos humanos. O Brasil não foge a esse padrão, pois o cinquentenário do “31 de março de 1964” e ascensão de forças políticas conservadoras em âmbito federal evocam memórias apologéticas a períodos de autoritarismo e restrição de direitos na república brasileira, em detrimento de análises científicas sobre tais temáticas. Assim, pensar o regime republicano no Brasil demanda estudar suas especificidades relativas as restrições a participação popular na sua construção e desenvolvimento, ocasionando gestões autoritárias em desfavor de governos democráticos.
Leituras Sobre O Presidencialismo Na América Latina
Direito, Processo e Cidadania
Paralisias decisórias, golpes de Estado, longos ciclos políticos, variações na qualidade da democracia, entre outros, apresentam-se ao longo do tempo como indesejáveis características e/ou consequências do presidencialismo latino-americano. Nesse contexto, como explicar a longa vida dos sistemas presidencialistas no bloco regional? Juan Linz e Sérgio Abranches, cada um, ao seu tempo e ao seu modo, tomaram para si o desafio de conhecer o presidencialismo latino-americano, explorar e descrever suas peculiaridades, apontar pontos de correção e explicar seu funcionamento a despeito das expectativas de fracassos institucionais. Este trabalho dedica-se a descrever estas duas linhas de pensamento sobre o presidencialismo para comparar suas características, de modo a introduzir ao leitor tais linhas de pensamento sobre a forma de governo dominante no cone sul, bem como identificar seus pontos convergentes e divergentes.
Autor, autoridade, autoritarismo
artigo publicado nos Cadernos de teoría das artes, serie geral, 4, (In)definiçōes, coordinado por Yolanda Espiña e Pedro Monteiro, que publica o CITAR – Centro de Investigação em Ciência e Tecnologia das Artes, da Universidade Católica do Porto.
Literatura e sociedade: reflexões sobre autoritarismo a partir de crônica de Luís Fernando Veríssimo
A cultura do remorso (I), escrita em 1º de setembro de 1995 por Luís Fernando Veríssimo, na qual o autor dá o seu “testemunho” sobre fatos relacionados à Segunda Guerra Mundial. Através das informações que a narrativa oferece podemos perceber como é provocado um distúrbio na memória coletiva, devido às interferências das estratégias praticadas pelo governo norte-americano. Percebemos também a preocupação de Veríssimo em questionar o uso da razão para fins anti-humanitários.
Intelectuais e resistências ao autoritarismo na América Latina
2021
Em junho de 2009, a América Latina foi palco da deposição do presidente de Honduras Manuel Zelaya, fruto de uma decisão do Parlamento apoiada pelo Judiciário de seu país. O episódio foi considerado por muitos como um golpe de Estado pelo fato de Zelaya ter sido retirado sem direito à defesa, numa decisão sumária. Três anos depois, foi a vez do presidente paraguaio, Fernando Lugo, passar por um rápido processo de impeachment, levado a cabo pelo Senado, em um julgamento no qual não pôde se defender. Em 2016, um novo impeachment abalou a democracia no continente: Dilma Rousseff foi destituída do cargo de presidente pelo Parlamento após ser acusada de cometer as chamadas "pedaladas fiscais". Durante a simbólica votação ocorrida em 17 de abril na Câmara dos Deputados, que abriu o caminho para o impeachment, o então deputado Jair Bolsonaro evocou o torturador Carlos Brilhante Ustra em seu voto pela deposição, com a intenção de exaltar a ditadura da qual Russeff havia sido vítima. Em 2018, o mesmo Bolsonaro foi eleito presidente do Brasil, alcançando um resultado considerado improvável há poucos anos. Um ano depois, na Bolívia, Evo Morales renunciou ao cargo de presidente, que ocupava há treze anos, diante da violência e convulsão social derivadas da denúncia de fraude eleitoral. Sua sucessora, Jeanini Áñez, assumiu numa sessão legislativa sem quórum e, recentemente, foi presa acusada de tramar um golpe de Estado. Todos esses eventos, ao que pesem suas particularidades, podem ser