Refletindo Sobre a Educação Musical No Brasil a Partir Do Pensamento Descolonial (original) (raw)
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Educação Musical Em Diálogo Com a Perspectiva Histórico-Cultural
Cadernos CEDES
C omo conteúdo obrigatório na educação básica, a música tem sido pauta de grandes reflexões no cenário brasileiro. Discute-se o que essa atividade significa para o ser humano e sobre como organizá-la como prática educativa. Entretanto, para entender a atividade musical como tal, há de se transformar todo um modo de concebê-la, já que a música é socialmente considerada, inclusive no espaço escolar, apenas como lazer, entretenimento, terapia, ou, no terreno educativo, como ferramenta organizadora de rotinas, de controle de comportamento e, ainda, como instrumento de memorização ou de auxílio para outras disciplinas (MARTINEZ, 2017).
Sobre a necessidade de decolonização da Educação Musical brasileira (Boletim Fladem Brasil 02/2018)
Os estudos decoloniais, ou pós-coloniais, têm sido assim chamados já há décadas nas ciências sociais e têm se espalhado por muitas outras áreas que buscam aí conceitos para sua fundamentação. Trata-se de um conjunto de contribuições teóricas que busca a superação da colonialidade global, das situações de opressão advindas de sua lógica e a transformação e elaboração de novas bases epistemológicas para as ciências sociais. Ao introduzirmos essa discussão, sugerimos que a superação da colonialidade se coloca como um problema urgente e desafiador a ser considerado também pelos educadores musicais brasileiros. Vive-se hoje na América Latina um processo de colonialidade do poder, do saber e do ser (cf. Aníbal Quijano, Walter Mignolo, Nelson Maldonado-Torres, Enrique Dussel, entre outros), assim como no Leste Europeu e Ásia (cf. Madina Tlostanova entre outros) e no grande continente africano (cf. Mogobe B. Ramose e Ebrahim Moosa, entre outros), que se iniciou há muitos séculos e vem se intensificando com a globalização capitalista moderna. A modernidade, fundamentada no Cogito ergo sum cartesiano, criou um verniz de representações belíssimas da vida e das experiências possíveis nela, e a música, bem como as artes no geral, é uma parte central. Mas apenas, na maioria das vezes, para quem pode pagar por isso. Para que exista esse mundo lindo das experiências estéticas modernas é indispensável que um contingente gigantesco da população seja condenado à exploração consumista de produtos que substituam as experiências estéticas que deveriam estar em suas vidas (John Dewey). Para o capitalismo moderno, essa parcela majoritária de pessoas precisa poder apenas acessar o que sobra da produção da grande arte de consumo: simplificações, clichês de fácil assimilação e de grande alcance por sua homogeneidade e pobreza de novidade. A partilha de emoções (ou partilha do sensível, de acordo com Jacques Rancière) é sempre desigual no mundo capitalista moderno. Você receberá muito menos emoções no caso de não ter como pagar por isso. Também não é possível partilhar ou distribuir as suas emoções se você não dispuser de renda e dinheiro acumulado em quantidade suficiente para tal.
Educacao Musical e Ancestralidade Negra
Ação Formativa e Cibernética - FLADEM, 2019
Texto parte da ação formativa promovida pelo Fórum Latino Americano de Educação Musica - FLADEM, em 2019. E(https://www.fladembrasil.com.br/boletim05-de-2019).
Sentidos de multiculturalismo: Uma análise da produção acadêmica brasileira sobre Educação Musical
2017
O presente artigo busca, por meio da metodologia de revisao bibliografica, analisara producao academica sobre multiculturalismo na educacao musical. A fim de sereunir dados para analise, foram analisados os artigos publicados no periodo entre1992 e 2015 na Revista da ABEM (Associacao Brasileira de Educacao Musical),os trabalhos do eixo educacao musical dos anais dos Congressos da ANPPOM(Associacao Nacional de Pesquisa e Pos-Graduacao em Musica) no periodo entre1989 e 2015, bem como teses e dissertacoes da area de musica e outras areasafins que dissertassem direta ou indiretamente sobre a tematica do multiculturalismona educacao musical. Como resultado, se obteve que tal campo ainda e poucocontemplado por pesquisas academicas e que os trabalhos que explicitamente seembasam na teoria do multiculturalismo, em sua grande maioria, se estruturam nasdiscussoes dos Estudos Culturais.
Perspectivas Filosóficas da Educação Musical
Resumo: Esta é a tradução do capítulo escrito por Randall Allsup, Philosophical perspectives of music education, publicado em 2010 no livro Critical issues in music education: contemporary theory and practice editado por Harold J. Abeles e Lori Custodero. O campo da filosofia da educação musical, que conta com produção significativa em língua inglesa, ainda tem pouca presença entre pesquisadores brasileiros. Allsup é docente na Teachers College da Columbia University em cursos vinculados à criatividade e resolução de problemas, democracia e educação musical e filosofia da educação musical. Palavras-chave: Filosofia da Educação Musical; formação de educadores musicais; educadores-filósofos.
2014
A busca do conhecimento e uma das mais importantes caraeteristicas dos seres humanos, provavelmente a mais importante. Em todas as civilizacoes, em todas as sociedades, em diferentes epocas ou periodos nao importa quao simples ou sofisticadas as sociedades - sempre existe alguem que pensa, observa e questiona fenomenos, eventos e ideias fazendo as perguntas classicas: 0 que? como?e por que? 0 conhecimentoe tao importante que os seres humanos desenvolveram, atraves dos tempos e da sua propria evolucao, sistemas simbolicos e sistemas de notacao para expressa-lo mas, principalmente, para preserva-lo....
Action, Criticism, and Theory for Music Education, 2019
O conteúdo deste artigo é de total responsabilidade da autora. A ACT Journal e o Grupo Mayday não são responsáveis por quaisquer ações legais que possam surgir do conteúdo deste artigo, incluindo, mas não limitado a infrações de direitos autorais. Palavras-chave: Educação musical superior. Currículo como prática. Colonialismo e decolonialismo. Flexibilização curricular no Brasil. Bacharelados em música ropor reflexões em (educ)AÇÃO musical superior, parte de uma provocação linguística para revelar a dimensão da ação, da prática e da práxis, nos processos de ensino-aprendizagem na formação superior em música. Tal jogo linguístico toma a educação em sua dimensão "problematizadora", que se faz enquanto "esforço permanente através do qual os homens (sic) vão percebendo, criticamente, como estão sendo no mundo com que e em que se acham" (Freire 2015, 100).