"Into the void or anything": screens and daily digital connections - “Em direcção ao vazio ou a qualquer coisa”: os ecrãs e as ligações quotidianas sociotécnicas (original) (raw)
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"Em direcção ao vazio ou a qualquer coisa": os ecrãs e as ligações quotidianas sociotécnicas
Comunicação e Sociedade, 2010
Neste número da revista Comunicação e Sociedade dedicado aos "Ecrãs e ligações sociotécnicas", estamos especialmente interessados numa compreensão transdisciplinar dos ecrãs do computador, cinema e vídeo que estão incorporados na nossa experiência quotidiana. A sociedade pós-moderna da imagem em que vivemos, sendo, através dos ecrãs, um conjunto de ligações cada vez mais aditivas, devém de uma sociedade de controlo difuso abandonando o modelo anterior baseado na disciplina e na estabilidade das ligações (Deleuze, 1992; Foucault, 1975). Na verdade, a ética moderna do trabalho dava-nos uma estabilidade para conduzir a nossa vida acreditando que, no final, uma boa reforma baseada no nosso sacrifício seria um pouco o céu na terra. Todavia, toda esta crença começa pouco a pouco a ser corroída com o neoliberalismo selvagem e a indefinição na nossa relação com um trabalho cada vez menos físico e assente em rela-ções cada vez menos solidárias. Neste esvaziamento, começamos a tentar coisas novas, uma espécie de vagabunda-gem centrada no emocional que tanto nos pode libertar como pode aumentar a insa-tisfação e levar-nos para novas dependências. É aqui que surge o fenómeno das nossas ligações com os ecrãs digitais como uma saída (em grande parte ilusória) para esta crise do mundo moderno. De acordo com Sennet (2004), estando cada vez mais isolados dos velhos laços da comunidade, pela paixão dos interesses privados, e também dos mais próximos afectivamente, pela degradação do trabalho e pela volubilidade sentimental, erramos em direcção ao vazio ou a qualquer coisa. A satisfação imediata e rápida assente num consumo acelerado, usando em grande parte a Internet e os novos media digitais, torna-se o nosso lema. O uso quotidiano dos
eco-pós, 2023
Partindo da investigação de como o cinema contemporâneo tem sido instigado pelos processos de produção e circulação próprios da internet, propomos uma análise do longa-metragem Tinta Bruta (2018), de Filipe Matzembacher e Marcio Reolon. No filme, Pedro dança coberto de tinta neon enquanto estranhos o assistem pela webcam. Gradativamente, o protagonista desenvolve novas narrativas para si, orquestrando olhares por via da webcam das plataformas de streaming e da câmera de cinema. Neste artigo, discutiremos como o entrelaçamento dessas naturezas de registros mobilizam as metáforas teóricas “cinema como janela e moldura” e “cinema como espelho” (Elsaesser e Hagener ,2018). Em seguida, sugerimos que Tinta Bruta, ao se aproximar do universo audiovisual da internet, engendra novas possibilidades para a abordagem da reflexividade no cinema.
Dispositivo, acaso e criatividade – por uma estética relacional do webdocumentário
2013
espanolEl articulo presenta las reflexiones del filosofo Vilem Flusser como contribuciones al esfuerzo creativo de una estetica relacional del webdocumental. Visto desde esta perspectiva, el campo surge como un pensamiento imagetico marcado por el compromiso politico y estetico, en el que la indeterminacion y el cuerpo son esenciales en el proceso creativo. El webdocumental HighRise (Katerina Cizek, 2010-2013) ilustra el cruce de los planteamientos de Flusser con los enfoques de Bergson y Deleuze sobre la imagen. EnglishThe paper presents reflections by the philosopher Vilem Flusser as contributions to the creative effort of the webdocumentary relational aesthetics. From this perspective, the field emerges as imagistic thought marked by political and aesthetical engagement, in which indeterminacy and the body are essential to the creative process. The webdocumentary HighRise (Katerina Cizek, 2010-2013) illustrates the intersection of Flusser with Bergson’s and Deleuze’s approaches t...
RESUMO Esse artigo tem como proposta refletir sobre o contexto de presença da imagem na sociedade capitalista atual. Para essa reflexão fazemos um diálogo com foco na imagem técnica, na conexão constante e na aceleração cotidiana. As inundações visuais, os clichês e os espetáculos gerados pela profusão de imagens nos mostram que essa sociedade capitalista-cada vez mais uma sociedade do espetáculo-como discute Guy Debord, produz nesse tempo acelerado certos modos de ver. Em diálogo com autores Jonathan Crary, Byung-Chul Han, Paula Sibilia, entre outros, propomo-nos ao desafio de um debate que pense acerca dos imperativos desse nosso tempo em relação às possibilidades de ver a nossa cultura visual pensando sobre as possíveis relações com a educação. Palavras-chave: Aceleração do tempo. Cultura visual. Imagens técnicas. Sociedade do espetáculo. ABSTRACT This paper aims to reflect on the presence of the image in today's capitalist society, based on a dialogue focused on the technical image, constant connection and daily life acceleration. The visual floods, the clichés and the spectacles generated by the profusion of images show us that this capitalist society-increasingly a society of the spectacle, as Guy Debord discusses-, produces certain ways of seeing in these accelerated times. Basing our studies on the work of authors such as Jonathan Crary, Byung-Chul Han, Paula Sibilia, among others, we propose a challenging debate on the imperatives of our time, regarding the possibilities of seeing, of our visual culture, and their connections to education.
Como criações literárias digitais põem em diálogo a poética e a tecnologia
FronteiraZ : Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados em Literatura e Crítica Literária
Na criação de obras literárias digitais como O cosmonauta ou A derrubada do Sarrià, são empregadas técnicas literárias e tecnologias digitais em série, isto é, primeiramente são definidas elementos e estratégias específicas do literário e, em seguida, elementos e estratégias exclusivas do digital. No que diz respeito ao processo de criação propriamente dito, pode ficar às vezes a aparência de que temos aí dois espaços que não se reduzem um ao outro, embora se aproximem aqui e ali. Ora, com a obra finalizada se pode perceber que, além do processamento em série (acima mencionado), também se pode perceber um processamento paralelo, isto é, em que as definições de elementos e de estratégias de um espaço impõe escolhas e mudanças no outro. É justamente esses processamentos de criação em série e em paralelo, a partir das obras acima mencionadas, que se pretende descrever e estudar neste trabalho.