O Livro Didático e a Ditadura Militar No Brasil (original) (raw)
O Livro Didático e a Ditadura Militar
2018
RESUMO Este trabalho tem por objetivo analisar as diferentes formas de tratamento, discussão e exibição do golpe civil-militar de 1964 no Brasil, assim como seu posterior desdobramento em 21 anos de uma ditadura que reprimiu e violentou a democracia, em diferentes livros didáticos, em uma tentativa de enxergar aproximações e distinções de acordo com cada autor e época discutida. A pesquisa busca demonstrar os usos e desusos do livro didático na sociedade, entendendo-o como importante estratégia de propagação de discursos ideológicos e regimes políticos. Como fonte primária, recorreu à análise de quatro livros didáticos encontrados no depósito de uma escola de Magé/RJ, publicados entre as décadas de 1970 e 2001 e que trazem, em seu conteúdo, debates sobre o período da ditadura militar no país. Concluiu que a ditadura militar usou os livros didáticos como meio de propaganda do regime, assim como deixou profundas marcas na didática do Ensino Básico brasileiro que, de diferentes formas, vão sendo superadas em nosso país. ABSTRACT This work aims to analyze the different forms of treatment, discussion and display of civil-military coup of 1964 in Brazil, as well as its subsequent development in 21 years of dictatorship that suppressed democracy and raped in different textbooks, in an attempt to see similarities and distinctions according to each author and then discussed. The research seeks to demonstrate the uses and no uses of the textbook in society, understanding it as an important strategy for the propagation of ideological discourses and political regimes. As a primary source, it resorted to the analysis of four didactic books found in the warehouse of a Magé/RJ school, published between the 1970s and 2000s, and which bring, in their content, debates about the period of the military dictatorship in the country. It concluded that the military dictatorship used textbooks as a mean of propaganda of the regime, as well as left deep marks in the didactics of Brazilian Basic Education, which in different ways are being overcome in our country.
2005
Violence is a historically constructed social phenomenon frequently observed in the contemporary world. It is a multifaceted and multi-determined phenomenon that demands interdisciplinary studies. Violence affects all populations and people of all ages alike ; however, infancy is the most unprotected population segment, during which different forms of violence can occur such as: physical ,psychological, economical, ideological and others. Violence can be present during infancy explicitly or implicitly : in the family, at school, in the mass communication media, and even in textbooks. This research was carried out in 2004, when the author decided to cast a critical look into the illustrations found in history textbooks, showing their importance to the general context of the book as information and formation means for students. The main objective of this work was to identify different forms of violence in textbooks through the analysis of the illustrations found in a collection of History books for 5 th to 8 th graders, and recommended by MEC (Federal Education and Culture Department) for the 2005 school year. The methodology adopted was based on the Socio-Historical Psychology literature related to the object of the study, and the analyses of the illustrations were done according to qualitative research criteria. Results showed that the illustrations in the textbooks contained many forms of implicit and explicit violence, including symbolic violence. Far from being neutral, the textbook is an important ideological instrument used in the classroom; it passes on an ideology not only through the written text but also through images.
O presente trabalho tem como finalidade tratar das mudanças ocorridas no ensino médio durante a ditadura militar (1964 – 1985), analisando as leis e mudanças propostas nessa época voltadas a educação, e como o governo teve a tentativa por meios de instrumentos de difusão (especificamente o cinema) de espalhar essas “novas ideias” de educação, irei usar os curtas “Sujismundo 1971 - 1972” e “Um rei fabuloso 1965”. Irei analisar Também o artigo Educação nos tempos de chumbo: uma visão do pensamento conservador católico através das páginas do jornal “O Arquidiocesano” de Rosana Areal de Carvalho e Gabriela Pereira da Cunha Lima mostrando como as instituições católicas de ensino (Arquidiocesano) contribuía para manter o pensamento conservador e tradicional que a ditadura militar pregava.
A Ditadura Militar (1964-1985) nas narrativas didáticas brasileiras
Espacio Tiempo Y Educacion, 2015
Resumo: O texto pretende apresentar conclusões parciais de pesquisa em que foi realizada análise comparativa entre as narrativas que tratam do tema da Ditadura Militar brasileira (1964-1985) no conjunto de livros didáticos de História do Ensino Fundamental aprovados no Programa Nacional do Livro Didático (PNLD/2011). Busca-se no conjunto de narrativas tendências possíveis de produção de sentidos a partir de sua leitura, considerando que essas narrativas, na organização de seus componentes, possuem um potencial de significados, atualizado a cada leitura. Sendo narrativas sobre acontecimentos históricos recentes, conclui-se por uma atuação peculiar da memória social e da história, como mecanismos externos à narrativa que repercutem sobre seus mecanismos internos e possibilidades de significação da história. Nessa análise estão presentes, de forma ampla, referenciais de estudos da linguagem e da teoria da história, no que se refere ao ensino de história. Palavras-chave: livro didático; historiografia; ensino de história; discurso; memória social.
A Ditadura Civil Militar e o ensino de História
História, histórias
Temas sensíveis no ensino de História exigem dos professores uma preparação especial, no sentido de envolverem os alunos na construção do conhecimento. O tema em questão neste artigo sofre daquilo que os teóricos do Tempo Presente chamam de pressão dos contemporâneos, ou seja, a existência de testemunhas que podem contraditar as concepções históricas. Em razão dos problemas envolvendo o tema da ditadura civil-militar, esta proposta utiliza o jogo de tabuleiro Arquivo 7.0 para analisar a conjuntura. O jogo está ambientado no período e tem como protagonistas desaparecidos políticos em circunstâncias distintas. O desafio lúdico foi validado numa turma do ensino fundamental em Caxias do Sul (RS), onde os alunos seguiram uma proposta de sequência didática. O artigo apresenta os resultados dessa experiência.
A Fetichização do Livro Didático no Brasil
Este artigo discutirá como as diversas polêmicas sobre a qualidade dos livros didáticos veiculadas pela imprensa nos últimos anos demonstram a supervalorização deste instrumento didático/pedagógico em nossa cultura escolar. Este status alcançado nas representações sociais pelos livros didáticos é resultado de uma complexa trajetória histórica, uma significativa relevância econômica, e de contornos ideológicos e políticos, sobretudo no período republicano brasileiro. Por fim, debaterá como a consagração deste material parece ofuscar outras discussões como as reais condições de trabalho, formação e aprendizado de professores e alunos brasileiros do ensino básico.
A DITADURA MILITAR BRASILEIRA E A POLÍTICA EDUCACIONAL: LEIS Nº 5.540/68 E Nº 5.692/71
O presente artigo tem como objetivo analisar as políticas educacionais brasileiras e sua relação com o projeto econômico em implantação durante o período de ditadura militar no Brasil. Neste sentido, inicialmente, apresentamos uma breve contextualização histórica, buscando estabelecer relações entre a necessidade da época de formação de quadros para a indústria, as interferências e/ou influências internacionais neste processo e a formação da classe trabalhadora no contexto político e social. Num segundo momento, analisamos, ainda que de maneira sucinta, as mudanças na política educacional durante a ditadura militar, mais especificamente sob as leis 5.540/68 e 5.692/71, buscando identificar as adequações realizadas no sistema educativo nacional. Esse trabalho é de cunho teórico em que são analisados autores pertinentes ao tema e espera-se, ao final do mesmo, colaborar na crítica quanto ao caráter tecnicista e pragmático da educação, mirando, com isso, contribuir para a reflexão sobre a necessidade de se repensar os caminhos da educação brasileira.
MILITARIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO PÚBLICA NO BRASIL: A DERROCADA DA EMPATIA
REVISTA SAÚDE & CIÊNCIA ONLINE, 2020
Este artigo objetiva refletir sobre as recentes ações de militarização de escolas públicas anunciadas pelo Ministério da Educação. Buscamos compreender como a sociedade, aterrorizada pelo medo do outro, entendido como perigoso, aceita e legitima o processo de militarização das escolas públicas, diametralmente oposto à educação humanista, autônoma, reflexiva, dinâmica e libertadora. Partimos da compreensão de que processos de militarização dentro dos contextos escolares impedem o desenvolvimento de subjetividades individuais, tolhendo modos de ser e viver que destoam de determinadas normativas. A escola militarizada atua de maneira não empática e, apesar disso (ou em função disso), é apoiada por parte significativa da população que também não consegue mais estabelecer relações empáticas com as alteridades que anunciam o caráter plural de nossa sociedade. Entendemos que por trás do fracasso dos métodos convencionais de educação reside o fato de que não é possível abarcar todos os sujeitos (e suas pluralidades) com uma única prática e postura pedagógica, de viés colonialista, principalmente uma tendência pedagógica baseada na imposição de normas e disciplina militares para controle, normatização e enquadramento de sujeitos. Dessa forma, buscamos aqui apresentar possibilidades outras para as relações escolares, que se pautem na empatia, reconhecendo e valorizando os aprendizes como sujeitos históricos, sociais e interseccionais que devem ter suas subjetividades respeitadas.
História da Educação
RESUMO A Educação Moral e Cívica (EMC), enquanto disciplina específica da cultura escolar, recebeu maior notoriedade no Brasil durante os anos da Ditadura Civil-Militar (1964-1985), sendo os seus livros didáticos significativos veículos de disseminação de controles e valores a serem interiorizados pela nova geração brasileira. Nesse artigo apresentamos uma pesquisa a partir de seis livros didáticos da disciplina de EMC que circularam em escolas brasileiras no contexto do regime autoritário: Fontoura (1970); Michalany e Ramos (1970); Moschini, Costa e Mussumeci (1970); Andrade (1971); Santos (1974); e Siqueira e Bertolin (1981). O objetivo consistiu em identificar quais foram os ideais de homem civilizado propagados nos livros didáticos de EMC. Para a organização e análise dos dados, nos valemos como referencial teórico das discussões sobre disciplina escolar estabelecidas por Viñao Frago (2008), Chervel (1990), Goodson (1995) e Cuesta Fernandez (1997); no tocante ao livro didático e...