Restabelecimento de relações diplomáticas com a República Popular da China: uma análise de processo de tomada de decisão (original) (raw)
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2017
O presente trabalho objetiva analisar a ruptura das relacoes diplomaticas entre Brasil e Republica Popular da China (RPC), em 1949, e entre Brasil e Uniao das Republicas Socialistas Sovieticas (URSS), em 1947, sob a otica do quadro teorico oferecido pela analise de politica externa (APE). Especificamente, essas duas rupturas sao confrontadas com analises sistemicas (a politica externa deriva do sistema internacional) e com analises domesticas (a politica externa emerge do jogo politico nacional). Procura-se identificar qual dessas analises explica melhor essas rupturas. Apos a exposicao sucinta do quadro teorico da APE e dos elementos faticos dessas duas rupturas, chega-se aos resultados da pesquisa: enquanto a ruptura com a RPC pode ser explicada por analises sistemicas, a ruptura com a URSS so consegue ser explicada por analises domesticas. Conclui-se, entao, que nao existe um modelo analitico universal aplicavel a todas as situacoes indistintamente. Palavras-chave: Analise de Pol...
Revista Interacao, 2011
O presente artigo revisa o papel e os fatores envolvidos no reatrelamento diplomático do governo brasileiro com a China continental em 1974, no âmbito do "pragmatismo responsável". O pragmatismo responsável da presidência do general Geisel e a decisão de reconhecer a China comunista se explicam em grande parte pelas circunstâncias favoráveis no cenário internacional de então, que exigia o reposicionamento brasileiro. Entretanto, é a dinâmica política doméstica dos dois países, mais criticamente do Brasil, que permitem, em última instância, a aproximação entre os dois governos.
As Relações Internacionais Da China: Uma Revisão
2015
O objetivo desta resenha e apresentar uma visao das Relacoes Internacionais da China a partir da leitura do livro de ZHU, Zhiqun. China´s New Diplomacy- Rationale, Strategies and Significance. Surrey: Ashgate. 2 nd edition, 2013. ISBN- 978140945292-8
A Diplomacia Chinesa e as Relações com o Brasil (1949-1974)
Século XXI, Revista de Relações Internacionais, 2016
A chegada do partido comunista ao poder na China constitui um ponto de virada da conjuntura internacional. Este país de proporções continentais passou a ser um dos focos da estratégia norte americana de contenção ao movimento comunista no mundo. A pressão americana foi determinante para o rechaço diplomático do Brasil, bem como dos demais países da América Latina, ao governo de Mao Zedong, principalmente depois da Guerra da Coreia. A China, contudo, se aproxima dos países do terceiro mundo, sob a influencia do "espirito da conferencia de Bandung" e a partir da revolução cubana (1959) ganha maior poder de influência sobre o continente latino americano. No Brasil, foram centrados esforços na constituição de um projeto de desenvolvimento comum com o propósito de conquistar o apoio diplomático dos governos "populistas". Mas esta estratégia foi abortada com a chegada do regime militar. A partir daí, os dois países mantiveram apenas discreta relação comercial. No entanto, a aproximação da China com os Estados Unidos no início dos anos 70 e a consequente transformação do cenário internacional, abrem espaço para o reencontro diplomático da China com o Brasil. Os dois países vislumbram um crescente intercâmbio comercial, e no início do governo Geisel (1974) logram formalizar o reestabelecimento das relações diplomáticas. PALAVRAS-CHAVE: China; Brasil; política externa. ABSTRACT The seizure of power by the Communist Party in China constitutes a turning point in the international system. North American political strategy has been largely focused its containment of the spread of Communist ideology on the influence of this country of immense proportions. American pressure was crucial for diplomatic rejection of Brazil and other Latin American countries to the new government, especially after the Korean War. China, however, has fortified its ties with third world countries, under the influence of the "spirit of Bandung Conference", and from the Cuban Revolution (1959), gained greater influence over the Latin American continent. In Brazil, efforts were focused on the development of a joint development project with the purpose of winning diplomatic support from "populist governments". But this strategy was abandoned after the beginning of the Brazilian military regime. From there onward, the two countries have only had a mild commercial relationship. However, the normalization of China-United States relations in the early 70s, and the consequent transformation of the international arena, opened space for a diplomatic meeting of China and Brazil. The two countries envision growing trade, and at the beginning of Geisel's government (1974) managed to formalize the establishment of diplomatic relations.
Processo decisório em política externa no Brasil
This doctoral dissertation attempts to understand pattern and dynamics in foreign policy decision-making processes in Brazil. We concentrate our attention on: 1) understanding the interactive dynamics between the Executive and the Legislature branches of the Brazilian Government regarding international issues; 2) understanding the inner dynamics of the Executive by analyzing the organizational and decision-making structures of the Ministry of Foreign Relations, as well as its relations with others bureaucracies and agencies; and 3) looking into the role of the President in decision-making processes regarding foreign relations and international politics. Twenty years after the adoption of a democratic Constitution, our research will look into the structures and operations of a post-redemocratization Federal Government between 1988 and 2007.
Troféus de guerra e relações diplomáticas
Locus: Revista de História, 2020
Troféus de guerra são uma categoria muito especifica de patrimônio, visto tratar-se de artefatos militares obtidos no campo de batalha e cujo valor cultural é aferido após sua apreensão. Prática recorrente desde a Antiguidade clássica, a obtenção e exibição de troféus de guerra nunca foi considerada ilícito internacional. Suas implicações para as relações internacionais, entretanto, podem ser significativas, consoante a valorização do artefato tornado troféu pelas narrativas historiográficas das sociedades que o perdem ou que o conquistam. Este artigo examina as singularidades do troféu de guerra como patrimônio cultural e sua relevância para as relações diplomáticas. A partir de três estudos de caso, aponta-se para possíveis paradigmas do uso desse tipo de patrimônio como recurso de política externa.
A China e o caso do Tratado Transpacifico e a diplomacia do Renminbi
Resumo: o anúncio de retirada dos EUA do Tratado TransPacífico, pela administração Trump, possui implicações estratégicas, sobretudo altera a configuração política na região da Bacia do Pacífico que tinha nos Estados Unidos uma força para fazer frente ao poderio econômico e militar chinês. Tudo indica que a China ocupará o espaço deixado em aberto pelos EUA. Este artigo procura reunir informações que nos permitem pensar em alguns novos cenários em relação à esta nova configuração geopolítica e geoeconômica.
O papel dos BRICS nas relações diplomáticas entre Brasil e China
Idéias, 2019
Em 1974 China e Brasil iniciaram a construção de um diálogo que consolidou, desde então, importante parceria para os dois países, sobretudo nas áreas de comércio, infraestrutura, finanças, tecnologia, energia e alimentação. Tal conexão se tornou mais próxima após a inclusão do Brasil como membro dos BRICS, entidade formada por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Mas, seria possível afirmar que as relações se intensificaram a partir desta inclusão? Diante da questão, o objetivo do trabalho apresentado é identificar de que maneira a criação dos BRICS influenciou no relacionamento entre China e Brasil, por meio da realização de uma pesquisa teórica e exploratória. Dadas as constatações geradas, entende-se que essas trocas diplomáticas entre os dois Estados se intensificaram devido a interação no bloco dos BRICS, contudo, alguns sinais de alerta são percebidos, dada a possível dependência do Brasil aos rumos políticos e econômicos chineses.