Dilemas da (re)inserção pelo trabalho na saúde mental (original) (raw)
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Desafios para a intervenção em saúde do trabalhador
Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, 2018
Resumo O objetivo deste ensaio é refletir sobre o papel da intervenção em saúde do trabalhador, seus objetos e modalidades no contexto atual, caracterizado pelas recém-promulgadas reforma trabalhista e lei da terceirização, por novas formas de gestão e por transformações nas tecnologias de produção e de serviços. A intervenção é concebida como processo para efetivação de mudanças nas situações de trabalho a fim de eliminar ou reduzir os agravos a elas relacionados e, ao mesmo tempo, aumentar o poder de agir individual e coletivo dos trabalhadores. Enfim, refletir sobre a intervenção remete também a indagar sobre o poder de agir da atuação profissional e da pesquisa no campo, assim como sobre o que se espera das instituições nas novas configurações do trabalho no Brasil.
Saúde mental e psicologia do trabalho
São Paulo em Perspectiva, 2003
Este artigo objetiva, mediante algumas incursões teóricas e de uma análise sociopsicológica, discutir a forma como o trabalho está organizado em nossa sociedade, bem como as repercussões psíquicas provocadas pelo trabalho sem sentido. As condições e as exigências do mercado de trabalho na atualidade rotinizam e amortecem o sentido da vida, deixando no corpo as marcas do sofrimento, que se manifestam nas mais variadas doenças classificadas como ocupacionais, além de atentar contra a saúde mental.
Saúde mental relacionada ao trabalho
Revista Eletrônica - Tribunal Regional do Trabalho do Paraná, 2020
SOARES, Saulo Cerqueira de Aguiar. Saúde mental relacionada ao trabalho. Revista Eletrônica - Tribunal Regional do Trabalho do Paraná, v. 88, p. 24-65, 2020.
Saúde mental, trabalho e psicologia
Research, Society and Development
Este estudo tem por objetivo apresentar uma reflexão sobre alguns dos principais fatores que influenciam a qualidade de vida no trabalho de professores. É essencial que o professor tenha boa qualidade de vida no trabalho, isso diz respeito, principalmente à saúde mental deste profissional. Este documento foi constituído com base em uma revisão bibliográfica de abordagem qualitativa e sistemática de artigos publicados na plataforma de periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Nível Superior- CAPES. A atividade docente tem sido realizada constantemente em meio a fatores psicossociais estressantes relacionados tanto à natureza da função de ser professor, quanto ao contexto institucional: como demandas da “chefia”, e social como: a violência; em que o profissional docente está inserido. O homem necessita do trabalho e este muitas vezes é considerado como um fator importante no aumento da qualidade de vida. No entanto, percebe-se que nem sempre o trabalho cumpre esse papel, podendo...
Resignação e engajamento no cotidiano de trabalho em saúde mental pública
Artigo publicado em Mnemosine Vol.9, nº2, p. 199-212 (2013). RESUMO: Trata-se de um relato de experiência referente a um ano e meio de trabalho em um CAPS II localizado próximo à cidade de São Paulo, SP. O autor participou do lento e atravancado processo de implementação e inauguração do serviço e assistiu aos diversos entraves em meio aos quais a empolgação e energia da equipe vertia em frustração e ressentimento. O texto representa um esforço de compreensão, problematização e repercussão da experiência vivenciada, em busca de meios através dos quais a saúde pública possa ver-se melhor implementada e representada.
A saúde mental relacionada ao trabalho e os desafios aos profissionais da saúde
Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, 2011
Este artigo de caráter reflexivo discute a Saúde Mental relacionada ao trabalho no contexto atual. Para isso, aponta para a persistência das ideias que negam o nexo entre o trabalho e a saúde mental e critica sua lógica simplificadora e culpabilizante. Prossegue retomando os conceitos fundamentais do campo da saúde do trabalhador e a contribuição da abordagem do processo saúde-doença da Medicina Social Latino-Americana. Ressalta, em seguida, a relevância e a atualidade do conceito de desgaste mental. Conclui com o delineamento dos desafios para os profissionais da saúde para a compreensão da relação entre saúde e trabalho e os novos horizontes abertos pela legislação que estabelece o Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário (NTEP) e o Fator Acidentário de Prevenção (FAP).
Trabalhadores em saúde mental: contradições e desafios no contexto da reforma psiquiátrica
Escola Anna Nery, 2010
Este estudo analisa o discurso de trabalhadores, apontando caminhos, dúvidas e incertezas que rondam a constituição da equipe de um serviço comunitário de saúde mental. O corpus é composto por entrevistas aplicadas no ano de 2006 a 17 dos 25 trabalhadores de saúde mental que trabalham em um serviço substitutivo de uma cidade da Região Sul do Brasil. O dispositivo metodológico que subsidia a sistematização dos dados é o "diagrama axiológico-discursivo", construído a partir dos pressupostos teóricos da Análise Crítica do Discurso. Constata-se que a incerteza operacional que une e fragmenta a equipe, ao mesmo tempo, está relacionada com uma cascata de possibilidades, que se inicia na indefinição operacional dos objetos e instrumentos de trabalho em saúde mental, e termina na dificuldade de identificar quem são os profissionais que devem cuidar da loucura no serviço. Espera-se que este estudo ajude na problematização do movimento de reforma psiquiátrica no contexto brasileiro.
O Psicanalista Frente algumas Especificidades do Trabalho em Saúde Mental
Revista Subjetividades, 2014
Esse artigo aborda algumas especificidades do trabalho em saúde mental e sua relação com a prática institucional da psicanálise, tomando como ponto de partida os manuais psiquiátricos DSM (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders), um dos principais instrumentos de trabalho para aqueles que exercem esse tipo de atividade. Procuramos refletir a respeito das peculiaridades que envolvem a elaboração e o uso do manual DSM, e em que medida essas peculiaridades auxiliam ou não na condução dos casos. Consideramos que seu caráter essencialmente descritivo contribui para que as mais diversas nomeações surjam em relação a um determinado caso, o que não significa que esse caso esteja sendo efetivamente tratado. Como exemplo significativo dessa postura, abordamos brevemente os casos denominados crônicos, verdadeiros impasses que, mesmo gerando embaraços, não escapam ao processo de categorização. Na busca por uma apreensão mais apurada dessa temática, contrapomos essa discussão às características de um termo recente no meio psicanalítico, a "psicose ordinária", com o intuito de precisarmos melhor de que forma o psicanalista deve se posicionar na prática institucional, a partir do momento em que a psicanálise se coloca como uma práxis que prima pelas singularidades dos sujeitos que dão corpo ao trabalho em saúde mental.
Revista Psicologia e Saúde, 2017
Resumo Esta pesquisa de análise de produção científi ca brasileira sobre a inserção no trabalho para pessoa com transtorno mental objetivou caracterizar como esse tema é desenvolvido nas bases de dados CAPES, LILACS e SciELO, de 2004 a 2016. A amostra de 14 artigos foi submetida à análise documental de tipo categorial, com base em três categorias prévias: "natureza dos artigos", "aspectos da inserção da pessoa com doença mental no trabalho" e "produtos do artigo", com o objetivo de investigar procedimentos específi cos de inserção da pessoa com transtorno mental no trabalho. A maioria dos procedimentos enfocados teve participação multiprofi ssional, com maior frequência de psicólogos, sendo sediados em grande parte em Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) para a população clínica. Observaram-se nesse material a tendência de validar os procedimentos estudados e a de atribuir ao capitalismo as difi culdades de inserção pelo trabalho.
Inserção Profissional do Psicólogo em Organizações e no Trabalho
Nem sempre as pessoas, em seu dia-a -dia se dão wnta do quantu a vida lie cada um é afetada por caracterlsticas, evelllOS e processos que acontecem, caracterizam e transformam o mundo do trahalho e as organizaçfles humanas voltadas p1f'J produzir bens e serviços soc'ialmente demandados. Ao longo da his-t6ria, os processos de socialização foram sendo delegados a instituições e organizações sociai~. Cada vez mais cedo as pessoas entram na escola e nela pUSs, 1m parte ,ignific3tiva de ~lIas vidas preparandose para ocupar um papel social. Crianças freqUentam creches e orfanatos. Crianças, jovens, adultos e ido-S(l~ passam por postos lie saúde e I'0~ hospitais quando cnfH' ntam problemas de saúde . l'esSOl!S ingressam em (,rg.;lIIizações soc iais para hUarem por causas coletivas e atingirem ohjetivos relevantes para a comunidade. Idosos vivem em instituições especiais voltadas para o seu atendimento. Além disso, trabalhadores, ainda em proporção significativa, passam o seu dia em organizações, produzindo bens que todos consomem. Esse dia-a-dia é repleto de demandas, desafios, e:'lpectativas,tensôes, realizações, alegrias, sofrimentos que, inevitavelmente, se interligam e se estendem para a vida I,xa do trabalho. As pessoas perdem o emprego e, muitas vezes, perdem a possibilidade de trabalhar. Há algo que afete mais fortemente a viJa de um indivíduo e da sua famflia? Tal questionamento, por si, justifica a inserção do psicó-In!!" em organizaçõcs e no trabalho.