Anomia e Hipocondria Nas Relações Entre Corpo, Saúde e O Sofrimento Na Contemporaneidade (original) (raw)
Related papers
HOMOFOBIA COMO MEME: O CORPOMÍDIA COMO RESISTÊNCIA
A Parada Gay de São Paulo se caracteriza como sendo um espaço de atividade política GLBT brasileira, reunindo participantes de todas as partes do país, gerando visibilidade mediática com repercussão mundial. O presente trabalho tem como objetivo discutir a performance da atriz transexual Viviany Beleboni durante a edição do evento de 28 de junho de 2015 e a sua conseqüente reverberação na mídia. Fundamenta essa discussão a teoria Corpomídia de Katz e Greiner (2005) e a teoria do Meme de Dawkins (2001), para relacionar a ressonância de informações e sua percepção pelo corpo. A relação das duas teorias aponta para um aspecto político: a transformação da informação EM corpo, desde quando ele é entendido como mídia e discurso. Percebe-se que o corpomídia transexual é, em si mesmo, um discurso imagético de resistência contra ações hegemônicas de caráter homofóbico, respaldadas pela ausência de específica que normatizem esses atos de violências enquanto crime.
Hipnose Clínica e Dores Crônicas: Rumo a Uma Perspectiva Complexa
Psicologia em Estudo, 2016
O presente trabalho busca construir noções teóricas iniciais baseadas no pensamento complexo de Edgar Morin para uma compreensão alternativa das relações entre hipnose e dores crônicas. Partindo de uma crítica ao pensamento instrumentalista dominante no campo, marcado pela simplificação, foca dois eixos principais: a) subjetividade e animalidade como campos possíveis e distintos para a qualificação das dores crônicas e b) as relações entre sujeito, processos inconscientes e mudança durante a hipnose. O trabalho é concluído destacando a pertinência de algumas noções complexas para o tema: o holograma, que destaca as múltiplas influências socioculturais e biológicas, contrapondo-se à perspectiva individualista sobre a dor e a hipnose; que a organização configuracional, destacando o aspecto singular da produção semiótica do sujeito e as lógicas particulares dos campos subjetividade e animalidade; e consciência que, enquanto qualidade emergente no transe, situa o sujeito na condição de ...
Psicopolítica e mal-estar da contemporaneidade
2021
Resumo: Em O mal-estar da civilizacao Freud buscou apresentar uma discussao sobre os ganhos e as perdas da civilizacao, e em especifico sobre o mal-estar causado por suas limitacoes. Para Elias, a civilizacao, como pratica, envolve o controle das condutas, a regulacao dos modos e a subordinacao das emocoes. O tormento trazido pela civilizacao decorre do modo pelo qual ela limita a liberdade, se sobrepondo aos impulsos, impondo tarefas culturais acima das vontades individuais. A civilizacao e a repressao social se tornando uma cobranca constante e internalizada como mal-estar. Nesse artigo busco articular sociologicamente, em contraposicao a diversos autores da teoria social, o conjunto de hipoteses levantadas por Byung-Chul Han (2018b) sobre a psicopolitica, de modo a repensar os rumos e as transformacoes do mal-estar em uma sociedade nao repressiva (fundada em negatividade), mas afirmativa (fundada em positividade).
Humanidade, saúde e crise de corporeidade da pós-modernidade
Teocomunicação, 2011
O artigo estuda a crise de corporeidade na pós-modernidade. A atual obsessão por produtividade e sucesso desfigura a consideração do corpo humano, esvaziando-o de humanidade. Para recuperá-la, é necessário levar em conta não apenas valores vigentes, como a busca da juventude eterna, o consumismo e a saúde, mas também entender o corpo à luz dos valores da antropologia e soteriologia cristãs, que afirmam a ressurreição da carne e a vida eterna.
Conflitualidade e violência: reflexões sobre a anomia na contemporaneidade
Tempo Social, 1998
Conflitualidade e violência reflexões sobre a anomia na contemporaneidade SÉRGIO ADORNO RESUMO: A partir de uma análise crítica de ensaio de Ralph Dahrendorf, Law and Order (1985), sobre a erosão da lei e da ordem na sociedade contemporânea, procura-se desconstruir os argumentos contidos no ensaio sugerindo as mudanças que incidem sobre o modo de assujeitamento dos indivíduos. Mais do que liberação dos indivíduos dos liames e controles sociais, para além de um problema de "ligaduras", o que parece estar no centro das radicais transformações da ordem neste final do século é o modo como os indivíduos governam a si e aos outros (Foucault, 1984). Para sustentar esta hipótese, toma-se como referência para a análise um caso determinado: a colonização da criminalidade urbana pelo crime organizado, em particular por uma das modalidades mais emblemáticas de produção da violência no mundo contemporâneo-o narcotráfico. eu ponto de partida é o livro do sociólogo alemão Ralph Dahrendorf, publicado em língua inglesa sob o título Law and Order (1985). O livro compõe-se de quatro ensaios cujo objeto é uma reflexão sobre os dilemas, impasses e o futuro da ordem social e da liberdade em nossas sociedades contemporâneas. Apesar de publicado há dez anos (no Brasil, foi editado pelo Instituto Tancredo Neves, Brasília, em 1987), ele mantém sua atualidade. Chamou-me particularmente a atenção um dos temas predominantemente abordados no livro, qual seja, a erosão da lei e da autoridade. Mais do que isso, o fato de que Dahrendorf toma como pano de fundo para discutir esse "clássico tema" a generalização de um sentimento de insegurança e medo diante da escalada do crime na sociedade contemporânea. Vou destacar algumas das idéias contidas nos ensaios com o risco de UNITERMOS: anomia, autoridade, lei e ordem, violência, crime organizado, narcotráfico. Professor do Departamento de Sociologia da FFLCH-USP
Psicologia USP
Resumo A partir de questionamentos levantados pelo filme Sinédoque, New York (2008), pretende-se discutir a articulação da angústia hipocondríaca com a temporalidade. Observa-se que no filme o recurso do flashback não é utilizado; a temporalidade, que se instaura diante da angústia relacionada a sintomas hipocondríacos do personagem, calca-se em um presente absoluto. A hipocondria foi considerada por Freud uma neurose atual e a angústia a ela articulada opera como a contrapartida afetiva do encontro com o desamparo gerado pelo desfacelamento da imagem corporal. Estamos, portanto, diante da face traumática desse afeto que torna a ser discutido no contexto das neuroses traumáticas e mediante o conceito de angústia automática em 1926. A partir de então, a questão da atualidade dos sintomas, já indicada nas neuroses atuais, ganha um novo sentido: trata-se de uma problemática que não pôde ser representada e, por isso, insiste, instaurando eterno retorno do presente.
Corpo e Histeria: Atualizações Sobre a Dor
2010
Normal 0 21 The clinical practice requires that the psychoanalyst considers the particularities in the subjectivity of his time. Currently, changes regarding the subjects’ relations with knowledge and body have been observed. In this scenery, the resumption of the freudian principles concerning the symptom that ‘talks’ in the body underlines the place of hysteria in clinic, beyond any qualifying ideology. At the same time, contemporary researches bring subsidy to advance on the comprehension of cases in which body pain does not present the value of sense. Are we toward new forms of hysteria or new forms of subjectivation? Keywords: psychoanalysis, body, hysteria, pain.
Anamnese Versus História de Vida na Compreensão do Sofrimento do Outro
Medicina Interna, 2018
Nos últimos anos a introdução crescente de tecnologia tem alterado a prática médica, com o risco de menor interação com o doente. Neste contexto, alguns autores defendem que o ensino médico deverá incidir na narrativa da história de vida, como forma de melhorar a compreensão do doente e aumentar a empatia. O autor defende que a anamnese, instrumento básico da prática médica, deve incluir a colheita da narrativa de vida, mantendo o doente no centro da atividade clínica.