Apresentação clínica inicial em pacientes com disfunção temporomandibular (original) (raw)

A disfunção temporomandibular (DTM) é a causa mais comum de dor crônica facial. O diagnóstico diferencial pode ser difícil inicialmente. Objetivo: Caracterizar a apresentação inicial dos pacientes com DTM. Método: Estudo retrospectivo de uma série de casos. Resultados: Foram avaliados 65 pacientes, sendo 84,6% do sexo feminino. A idade média foi de 39,9 ± 14,5 anos. Os pacientes já tinham sintomas há 11,7 ± 18 meses. O quadro era bilateral em 43,1% dos casos. A dor foi a queixa mais comum, presente em 98,5% dos pacientes. Os demais achados iniciais foram: crepitação ou estalido (56,9%), desvio lateral ao movimento (35,4%), má oclusão (35,4%), contratura muscular (29,2%), cervicalgia (27,2%) e bruxismo (24,6%). Havia história de luxação em 6,2% dos casos e de trauma prévio em 7,7%. As comorbidades mais frequentes foram: depressão (16,9%), tontura (10,8%) e enxaqueca (9,2%). Iniciou-se o tratamento farmacológico em 84,6% dos casos, principalmente com relaxantes musculares (53,8%) e anti-inflamatórios não-esteroides (50,8%). Os outros tratamentos medicamentosos foram: antidepressivos tricíclicos (15,4%) e anticonvulsivantes (6,2%). Em 26,2% dos casos, os pacientes foram encaminhados, já na primeira consulta, à fisioterapia. Conclusão: O perfil populacional é similar à literatura, com predominância de mulheres adultas. A avaliação clínica deve buscar diversas alterações a serem tratadas especificamente e por equipe multidisciplinar. A doença pode ter, ainda, diagnósticos secundários, que necessitem tratamento e que possam ter impacto do quadro álgico e funcional.