Extensão rural agroecológica: uma estratégia para a multiplicação de conhecimentos agroecológicos em comunidades ribeirinhas no amazonas (original) (raw)

A FORMAÇÃO EM EXTENSÃO RURAL AGROECOLÓGICA CONSUBSTANCIADA NA METODOLOGIA CAMPONÊS A CAMPONÊS

Resumo: A história da Extensão Rural no Brasil remonta uma trajetória sui generis por assim dizer, pois vem pavimentando caminhos férteis, repletos de desafios e sinergismos, que alternam-se e as vezes confundem-se com caminhos mais tortuosos e encruzilhadas onde a inércia e a passividade tomam lugar, submergíndo em uma situação de enfrentamento ou de passividade, que culminam ora em avanços e ora em retrocessos, cujos desdobramentos têm sido, em verdade, reveladores de fortes embates no campo paradigmático. Trata-se do jogo da transição em que o velho paradigma deveria dar lugar ao novo, mas o apego ao (ultra)passado ainda ofusca o presente e subestima o futuro, numa trama que aparentemente parece não ter fim e, tampouco, se sabe muito bem aonde vai chegar. Visto do ponto de vista metafórico parece o caso do 'novo' que ainda não aprendeu a caminhar ou está apenas a engatinhar. E, ao mesmo tempo, é o caso do 'velho' paradigma que morreu e esqueceu de deitar, mas que se veste de 'novo' para se perpetuar ". E nesse ínterim, um conjunto enorme de agricultores continua, ainda, mal assistido ou com nenhum acesso à orientação técnica. Daí o surgimento de algumas experiências, que baseadas na metodologia camponês a camponês tem resultado em ganhos significativos. Esse é o caso do processo de transição agroecológica por que passa o Assentamento Chico Mendes III, cujos fundamentos teóricos e práticos têm sido o fermento para uma diversidade enorme de situações didáticas e práticas de cunho técnico e pedagógico para a formação dos assentados e alunos das ciências agrárias da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Essa diversidade, por sua vez, tem sido a " matéria prima " para a aprendizagem dos estudantes de ciências agrárias que se encarregaram de acompanhar os camponeses experimentadores no seu oficio de orientar a implantação e manejo das Unidades de Referência Agrecológicas.

EXTENSÃO RURAL AGROECOLÓGICA NA AMAZÔNIA BRASILEIRA: O PERFIL DO EXTENSIONISTA RURAL DIANTE DE UM NOVO MODO DE PRODUÇÃO NO NORDESTE PARAENSE

Revista Terceira Margem Amazônia, 2018

A agroecologia surge como alternativa produtiva contrapondo o modelo de agricultura vigente, surgindo assim lotes produtivos cada vez mais diversificados, sendo ainda maior essa diversificação quando se trata da Amazônia. A Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) deve ser realizada de forma a criar estratégias que mais se aproximem das realidades dos grupos familiares e que correspondam às necessidades dos mesmos. O artigo tem por objetivo abordar uma reflexão sobre o perfil do extensionista rural diante do novo modo de produção proposto pela agroecologia. Para tanto analisou-se quatro estabelecimentos agrícolas que trabalham na perspectiva agroecológica, de quatro Municípios do Nordeste Paraense, sendo eles: São Domingos do Capim, Igarapé-Açu, Irituia e Tomé-Açu. A metodologia utilizada na pesquisa teve como base os princípios da interdisciplinaridade, que considera aspectos das diferentes áreas do conhecimento. As ferramentas utilizadas foram entrevistas semiestruturadas e observação direta. Verificaram-se através da análise dos dados, quatro atividades (uma em cada estabelecimento agrícola), dando-as destaque por se tratarem de desafios aos agentes de ATER, devido estarem ligadas aos conceitos de qualidade de vida e de produção. As atividades foram: Aproveitamento total de alimentos; Inovação social; Cooperativismo; e Produção de polpa de frutas. Para cada uma dessas atividades o profissional de ATER precisa estar atento para propor estratégias de reprodução social construídas juntamente com as famílias envolvidas. Através desta pesquisa fica claro que diante do modo agroecológico de produzir e viver, o perfil do profissional de ATER deve ser dinâmico, atento, audacioso e inovador, tendo além dos conhecimentos das ciências agrárias, conhecimentos nos campos social, econômico, político, ético e antropológico. Os conhecimentos em várias áreas irão permitir que o profissional possa atender da melhor maneira possível os beneficiários desta política pública. P

Extensao rural para o eco-desenvolvimento : reflexao sobre métodos e politicas publicas

2006

Le fait d'associer a la vulgarisation agricole le theme de l'eco developpement - et non de l'incontournable developpement durable - conduit a un retour pertinent sur ce concept promu dans les annees 80 par le Professeur Ignacy Sachs. Il invite egalement a examiner ses consequences en termes de vision economique, sociale et ecologique du developpement rural et des politiques pour l'agriculture familiale. La question de la durabilite de la vulgarisation agricole et rurale renvoie d'abord a celle du modele de developpement, ce qui constitue la premiere partie de l'expose. La notion de durabilite d'une vulgarisation pour l'eco developpement pose egalement trois questions objets de la seconde partie de cette communication: a) le modele institutionnel de la politique agricole et de la strategie de vulgarisation et en particulier de son financement (public ou prive?); b) la methodologie de vulgarisation: a cet effet j'introduis a partir de quelques refer...

Olhar Sociocultural Para Promoção Da Extensão Rural Agroecológica Na Amazônia

REVISTA BRASILEIRA DE AGROECOLOGIA, 2020

A Organização das Nações Unidas aponta a agricultura como patrimônio da humanidade e a Agroecologia como ferramenta viável para promoção e manutenção do direito à soberania alimentar. Julga-se importante, do ponto de vista científico, conhecer os agroecossistemas e seus atores sociais. Foram acompanhadas e descritas práticas de assistência técnica agrícola oferecidas a agricultores na região da Tríplice Fronteira Amazônica (Peru, Brasil e Colômbia), através do método observação-participante em atividades oferecidas pela Fundacion Caminos de Identidad (FUCAI) e pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI). As intervenções presenciadas possuíam abordagem sociocultural e promoviam a autonomia comunitária. Sugere-se que modelos de assistência técnica com olhar sociocultural, sensíveis às realidades locais e focados na promoção da autonomia comunitária refletem positivamente, não só nas comunidades onde são aplicadas, como também em todo território amazônico.

Extensão Rural Agroecológica como possibilidade de reorientação da práxis extensionista em um contexto de grandes transformações

Revista Brasileira De Agroecologia, 2009

Resumo O estudo em tela se insere e se reconhece na linha de reflexão que privilegia a abordagem analítica sobre os fundamentos epistemológicos que embasam a extensão rural no Brasil, contexto em que se procura examinar as limitações e os equívocos de tais pressupostos, bem como pretende articular conceitos relacionados à educação e a ciência Agroecológica. A reflexão aqui desenvolvida buscou relacionar os consideráveis avanços ocorridos no campo da ciência convencional a emergência de novos paradigmas interpretativos resultantes da valorização das diferentes formas de saberes, situação esta que culmina com a possibilidade de emergência de novas concepções acerca da ação extensionista, decorrentes da utilização de novos, diferentes e mais interessantes quadros ou esquemas analíticos.

O diálogo necessário entre extensão rural e Agroecologia

2015

The article assumes that rural holds specifics with which it can work other possibilities besides oversizing technology as the only basis for the environmental, social, political and economic development. There is not only one rural society, but rural societies, with their productive specificities linked to the forces of nature and socio-cultural. The approach is focused on the characterization of a new rural as it presupposes the emergence of specific and endogenous forces leading to a global insertion adapted to the local soil and climate needs and socio-economics. The rural extension needs to shape up and get flexibility in the construction process of sustainable development. However, the understanding of sustainability expressed possibilities of retaining aspects geared only to environmental preservation. When considering a new rural with endogenous forces that play key roles in technological advancement and extension intervention, agroecological approach is fundamental. In seve...

A percepção da extensão rural no âmbito da graduação nas ciências sociais e agrárias na UFLA

Revista ELO – Diálogos em Extensão

O objetivo do estudo é problematizar a Extensão com estudantes da disciplina de Fundamentos de Extensão da graduação da Universidade Federal de Lavras (UFLA). A metodologia utilizada é o mapeamento participativo sendo um diagnóstico de grupo, que tem como finalidade levantar informação do domínio de temas específicos, considerando o contexto social e econômico de cada um dos participantes, para assim ser possível dialogar e alinhar o conhecimento destes temas com o grupo todo. Buscou-se discutir o conhecimento sobre extensão na formação acadêmica fazendo um resgate do conhecimento histórico da extensão rural no Brasil a fim de motivá-los a uma atuação na extensão rural participativa e democrática. Ainda observa-se o distanciamento das instituições de ensino e pesquisa com a sociedade, sendo que extensão deve ser realizada lugares diversos, pois todos os campos de conhecimento têm abertura para extensão. Todas as áreas de conhecimento apresentam motivos para fazer extensão.

Extensão universitária: apoio à participação social para o desenvolvimento dos territórios rurais

NAU - A REVISTA ELETRÔNICA DA RESIDÊNCIA SOCIAL, 2021

O objetivo do artigo é analisar o potencial da extensão universitária para apoiar e articular, sob a gestão social, as ações de desenvolvimento sustentável, a partir do Programa de Ensino, Pesquisa e Extensão em Desenvolvimento Territorial (PEPEDT). Este programa evoluiu de um, dentre os vários núcleos de extensão, como parte do desenho institucional do Programa de Desenvolvimento Sustentável dos Territórios Rurais. Sustenta-se nesta pesquisa que as Universidades, por meio das atividades de extensão, são importantes instituições articuladoras da construção coletiva de projetos de desenvolvimento territorial. Utilizou-se pesquisa bibliográfica, documental, observação participante e entrevistas semiestruturadas. As informações foram trianguladas e analisadas qualitativamente. As ações desses núcleos contaram com as habilidades dos cientistas envolvidos. Os resultados mostraram que o modelo apresentado é promissor para a promoção do desenvolvimento territorial rural. A gestão social, utilizada para mediar o diálogo entre atores, juntamente com a manutenção das atividades do Colegiado Territorial, assessoradas pelo PEPEDT, têm se mostrado elementos importantes para uma estratégia de aproximação com, e, entre as lideranças e instituições, com potencial de fomentar atividades e ações de inclusão produtiva, e, controle social. A imersão universitária no território possibilita também a compreensão dos interesses e o planejamento das ações.