O papel da batalha: a disputa pela vitória de Montijo na publicística do século XVII (original) (raw)

O papel da batalha: a disputa pela vitória de Montijo na publicística do século XVII – Carlos Ziller Camenietzki; Daniel Magalhães Porto Saraiva; Pedro Paulo de Figueiredo Silva

Topoi. Revista de História, 2012

A batalha de Montijo, ocorrida no dia 26 de maio de 1644, foi a primeira grande batalha da Guerra da Restauração Portuguesa (1640-68) e foi vencida por ambos os combatentes. Os comandantes castelhanos declararam sua vitória logo após o término do enfrentamento; houve ainda a publicação de relações, poemas e crônicas do acontecido. Os portugueses também se declararam vitoriosos no mesmo combate, publicando folhetos e apologias e inserindo sua narrativa dos acontecimentos em obras de história. O confronto entre textos de uns e de outros, bem como das circunstâncias de suas edições, permite identificar o caráter político da disputa pela vitória em uma batalha já terminada. Com isso, identifica-se o esforço de vencer a batalha na opinião e na diplomacia do século XVII.

O papel da batalha: a disputa pela vitória de Montijo na publicística do século XVII

Topoi (Rio de Janeiro), 2012

A batalha de Montijo, ocorrida no dia 26 de maio de 1644, foi a primeira grande batalha da Guerra da Restauração Portuguesa (1640-68) e foi vencida por ambos os combatentes. Os comandantes castelhanos declararam sua vitória logo após o término do enfrentamento; houve ainda a publicação de relações, poemas e crônicas do acontecido. Os portugueses também se declararam vitoriosos no mesmo combate, publicando folhetos e apologias e inserindo sua narrativa dos acontecimentos em obras de história. O confronto entre textos de uns e de outros, bem como das circunstâncias de suas edições, permite identificar o caráter político da disputa pela vitória em uma batalha já terminada. Com isso, identifica- -se o esforço de vencer a batalha na opinião e na diplomacia do século XVII.

O papel da batalha: a disputa pela vitória de Montijo na publicística do século XVII. Revista Topoi vol. 13, nº 24

A batalha de Montijo, ocorrida no dia 26 de maio de 1644, foi a primeira grande batalha da Guerra da Restauração Portuguesa (1640-68) e foi vencida por ambos os combatentes. Os comandantes castelhanos declararam sua vitória logo após o término do enfrentamento; houve ainda a publicação de relações, poemas e crônicas do acontecido. Os portugueses também se declararam vitoriosos no mesmo combate, publicando folhetos e apologias e inserindo sua narrativa dos acontecimentos em obras de história. O confronto entre textos de uns e de outros, bem como das circunstâncias de suas edições, permite identificar o caráter político da disputa pela vitória em uma batalha já terminada. Com isso, identifica-se o esforço de vencer a batalha na opinião e na diplomacia do século XVII. Palavras-chave: Restauração Portuguesa; batalha de Montijo; imprensa; relações de guerra; opinião pública. The Battle of Montijo, occurred on May 26th, 1644, was the first great battle of the Portuguese Restoration (1640-1668), and was conquered by both opponents. The Castilian commanders declared their victory soon after the end of combat; there was also the publishing of reports, poems, and chronicles about the event. The Portuguese also declared themselves as the winners of the same battle, publishing tracts and apologias and introducing their perspective on the battle’s narrative into History works. The comparison between Portuguese and Castilian texts, as well as the circumstances of their publication, points to the political character of the dispute for victory in a finished battle. It also identifies the effort to win the battle in seventeenth-century public opinion and diplomacy. Keywords: Portuguese Restoration; Montijo Battle; press; war relations; public opinion.

A retórica da história no século XVII

2016

No presente artigo proponho analisar as práticas de escrita da história no século XVII português. Elegi duas obras, das mais significativas impressas entre 1640 e 1680 em Portugal: Ásia portuguesa, de Manuel de Faria e Sousa, obra mandada imprimir pelo filho do autor, Pedro de Faria e Sousa, em 1666; e História de Portugal Restaurado, de D. Luis de Menezes, terceiro conde da Ericeira, impressa em 1679. A análise das obras ficou restrita aos preambulares, pois é nesta parte em que os autores ou editores escrevem sobre o teor da obra e como ela se enquadra no gênero ao qual pertence -- no caso, o histórico. Por se tratar do estudo das práticas de escrita de um gênero, analisei os textos a partir de uma perspectiva retórica, uma vez que eram as artes retóricas que regravam a escrita no período estudado. Assim, identifiquei três autoridades do gênero histórico às quais os autores costumavam recorrer para autorizar o seu discurso: Cícero (do século I a. C.), Luciano de Samósata (século II d. C.) e Agostino Mascardi (século XVII).

A acção jornalística dos gazeteiros portugueses da primeira metade do século XVII

mestrandos em ciências da comunicação -ufp COMO REFERENCIAR ESTE ARTIGO: sousA, jorge pedro [et al.] -A acção jornalística dos gazeteiros portugueses da primeira metade do século XVii. Revista da Faculdade de Ciências Humanas e sociais. porto : edições universidade fernando pessoa. issn 1646-0502. 6 (2009) 18-28. RESUMO Quem foram os "jornalistas" portugueses, também conhecidos por gazeteiros, que, na primeira metade do século XVii, iniciaram o jornalismo em portugal? sobre o que escreviam? Quais as suas fontes? Que rotinas tinham? Que constrangimentos enfrentavam? este trabalho visa responder a essas questões, socorrendo-se da pesquisa bibliográfica e documental e da análise do discurso, quantitativa e qualitativa, da Gazeta de 1641-1647, primeiro periódico português. conclui-se que os primeiros "jornalistas" portugueses eram clérigos letrados para os quais a redacção de folhas periódicas ou ocasionais seria uma "ocupação", não uma profissão.

Um conflito entre poderes na Gândara da Bunhosa no início do século XVII

Revista Portuguesa de História, 32, 1997

As comunidades rurais no Antigo Regime constituem um universo fascinante, mas extremamente complexo nas relações sociais que estabelece, nas 1 mentalidades que cristaliza, na estrutura jurídica e institucional na qual assenta. Neste mundo rural torna-se mais visível a teia de sobreposições de domínios e jurisdições que o Regime Senhorial tece e que faz de certas terras, lugares de muitos Senhores ciosos de aumentar o seu poder e privilégios. E esse poder, sustentado por um domínio efetivo sobre terras e gentes, na nomeação de juízes e ouvidores, na confirmação de vereadores e outros oficiais da municipalidade. Mas, mais pesada é a sua mão tributária que retém parte importante do trabalho das populações e o melhor que a terra produz. Esta pressão fiscal aumenta quando vários senhores partilham o mesmo espaço, asfixiando verdadeiramente algumas comunidades rurais. Neste contexto e perante os seus interesses e práticas de subsistência ameaçados as comunidades, por vezes enfrentam esses poderes. Estes levantamentos, por vezes violentos, desvendam a complexa teia de relações que sustentava as comunidades rurais de Antigo Regime.

História e conflito no 'De correctione rusticorum'

Signum, 2016

De correctione rusticorum, carta supostamente escrita pelo bispo Martinho de Braga em resposta a indagações de ordem pastoral a ele apresentadas por outro bispo de nome Polêmio, é célebre na tradição documental. A partir de seus elementos formais pretendemos discutir a que público foi dirigido o sermão incluído na carta bem como os objetivos visados por seu percurso argumentativo. Procuraremos mostrar que ao invés da lógica do conflito cultural - sob a qual foi muitas vezes abordado - o texto é testemunho de uma pastoral centrada na percepção histórica do tempo e que a referência que faz às superstições está subordinada a este imperativo.

Sobre a interpretação das batalhas ibéricas para órgão do século XVII: Uma leitura da Batalha famoza do manuscrito MM 43 da Biblioteca Pública Municipal do Porto

The batalla is often considered as one of the most distinguishable genres of the Iberian Baroque organ literature. Paradoxically it is, from all genres of Hispanic organ music, the one on which praxis less information is known. The data obtained from most seventeenth-century texts on keyboard music applies mainly to contrapuntal works, leaving unanswered many questions related to the eminently pictorial character of the batallas. On the other hand it is also interesting to note that some of the most convincing performances of batallas presently heard are those that result from a less literal reading of the musical text and that clearly intent to underline its descriptive character. The information found in Batalha famoza (included in manuscript MM 43 from Biblioteca Pública Municipal do Porto) and presented in this text seems to appeal to an interpretative effort from the player, not only through the use of the features of the Iberian organ, but also through a freer ornamentation that can emphasise the descriptive character of that musical genre.