A ciência monstruosa em 'Frankenstein': aspectos do pós-humano (original) (raw)
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Frankenstein: quando a Ficção Científica questiona a Ciência
Ciência & Educação (Bauru), 2020
Resumo: Com suporte no romance Frankenstein, de Mary Shelley, o artigo defende a aproximação entre dois campos do saber, o literário e o científico, por meio da narrativa de ficção científica. O objetivo é discutir a relação ficção/Ciência onde a Literatura problematiza a Ciência a partir das relações socioculturais. O método usado foi o da pesquisa bibliográfica, de cunho revisão bibliográfica. Como resultado constatamos que a Ciência pode utilizar-se da Literatura para antever os possíveis desdobramentos sociais de decisões científicas e a ficção científica se singulariza por averbar o direito de indagar a Ciência e os avanços tecnológicos que marcam a existência humana. Concluímos que reconhecer a relação estreita entre ficção e Ciência induz a recolocá-la na condição de potencializadora de reflexão sobre o papel da intervenção científica no mundo.
Frankenstein e as contradições da modernidade (2018)
Resumo: Neste ensaio discute-se o romance " Frankenstein " , escrito por Mary Shelley, a partir das representações das contradições sociais que são expressas em suas páginas. Procura-se mostrar de que forma a obra, vinculada à escola romântica, se insere numa perspectiva crítica acerca da modernização pela qual passava a Europa no começo do século XX. Ademais, situa-se o romance de Mary Shelley em diálogo com outras produções literárias, anteriores e contemporâneas. Palavras-chave: Frankenstein; Modernidade; Romantismo. Abstract: This essay discusses the novel "Frankenstein", written by Mary Shelley, from the representations of the social contradictions that are expressed in its pages. It seeks to show how the work, linked to the romantic school, is inserted in a critical perspective on the modernization through which Europe passed in the beginning of the nineteenth century. In addition, the romance of Mary Shelley is in dialogue with other literary productions, previous and contemporary..
Da maldade da criatura e do criador: Considerações sobre "Frankenstein"
Revista Resenhando, 2022
Em 1818, pelas mãos da jovem Mary Shelley, nasce "Frankenstein", um dos maiores marcos na literatura gótica, além de considerada a primeira obra de ficção científica. Sob pontos de vista de estudos e excertos acerca da definição do mal, bem como sobre o mal na Literatura, esta resenha procura analisar alguns aspectos filosóficos e científicos incutidos no romance de Shelley a partir, principalmente, de observações relativas aos dois personagens centrais da obra: Victor Frankenstein, personagem-título e principal narrador, e o monstro criado por ele. Além disso, busca-se ressaltar a importância de "Frankenstein" quando para a realização de estudos acerca dos movimentos sociais e filosóficos que povoavam a Inglaterra no período no qual a história foi composta. A relevância do romance de Mary Shelley como instrumento de estudo, bem como sua linguagem agradável e os conceitos imutáveis instalados na narrativa, conferiram à obra perenidade, o que a mantém, deste modo, excepcionalmente atual mesmo mais de dois séculos após ser lançada.
Blade Runner depois dele mesmo: ambiguidade e fotogenia no pós-humano
Logos, 2012
(2009). Habilitação em Jornalismo (Impresso, Radiofônico, Televisionado e Cinematográfico). Atua como jornalista e professor. Pesquisa assuntos na área da Comunicação, das Ciências Sociais, do imaginário e dos meios audiovisuais. Pesquisador do Imaginalis-Grupo de Estudos sobre Comunicação e Imaginário (cadastrado junto ao CNPq). É parecerista ad hoc. Traduziu artigos de Armand Mattelart, Lucien Sfez e Pierre Lévy, entre outros, e o livro "Sociologia do imaginário", de
O monstro e a ciência o horror da transgressão e da alteridade em Frankenstein, de Mary Shelley
2016
Atraves da obra Frankenstein, busca-se compreender a formulacao do Fantatico (Gotico) em Literatura, bem como sua relacao com o contexto socio-cultural pos revolucoes francesa e industrial. Atentando para a figura da ruina e do segredo mortal, procura-se estabelecer relacoes entre esses e outros aspectos do Fantastico com a figura dos monstros e acontecimentos sobrenaturais, tendo por base a critica de um padrao racionalista de interpretacao mundo, o qual esbarra em problematicas como a Alteridade e a Trangressao de valores.
Monstros, humanos, transumanos: ecos literários de Frankenstein
https://repositorio.ul.pt, 2023
A influência de Frankenstein (1818), de Mary Shelley, na cultura ocidental é vasta e contínua há cerca de dois séculos. Frankenstein ainda se revela uma obra significativa e pertinente na contemporaneidade, tendo em conta nomeadamente os avanços científicos e tecnológicos que aproximam a humanidade de um futuro em que se julga possível transcender a dimensão biológica do ser humano. Na presente dissertação, propõe-se uma análise dos ecos de Frankenstein em duas obras literárias contemporâneas: La Madre de Frankenstein (2020), de Almudena Grandes, e Frankissstein: A Love Story (2019), de Jeanette Winterson. Através da comparação de um romance histórico e um romance de ficção científica, respetivamente, pretendemos traçar duas linhas interpretativas dos motivos mais comuns da obra de Mary Shelley. A primeira linha ancora-se na vertente arquetípica da figura de Frankenstein, que opera como metáfora e referência cultural para se compreender outras explorações dos conceitos de criador e de monstro. A segunda linha procura reproduzir a narrativa de advertência de Frankenstein acerca da imprevisibilidade das consequências da busca científica e dos perigos da ambição humana, adaptada a novas circunstâncias. Nesse sentido, o nosso estudo dos romances de Grandes e Winterson alicerça-se na discussão dos conceitos de “monstro” e “criador”, “humano” e “humanidade”, e “transumano” e “pós-humano”. Pretendemos averiguar de que modo estas obras literárias representam as suas interpretações das figuras de criadores e de monstros, comparando as diferentes abordagens, bem como analisar as novas questões que estes romances levantam em relação a esses tópicos e a forma como o seu retrato dos motivos de Frankenstein contribui para a longevidade desta obra.
Frankenstein, entre anjos e demônios: da recepção crítica midiática à análise semiológica
Acta Scientiarum, 2017
RESUMO. Em 2014, foi lançado o filme Frankenstein, entre anjos e demônios (I, Frankenstein). O filme suscitou alguns comentários da crítica midiática dos quais elencamos alguns para objeto de nosso estudo. A análise dos enunciados críticos revela um discurso estruturado nos eixos da moralidade, da lucratividade, da tradicionalidade e da temporalidade que produzem um efeito de sentido de desqualificação do filme como algo que 'fere' a noção de 'clássico'. A partir dessa constatação, este artigo desloca a ideia de que o novo filme de Frankenstein deveria responder a uma tradição cujo marco inaugural seria o texto de Mary Shelley para apontar sentidos que a reconstrução desse mito encerra em nossa contemporaneidade. Assim, o novo Frankenstein exige uma inter-relação entre aparato técnico-a tecnologia 3D-e um mito contemporâneo-um ideal de consumo voltado para a interatividade. Palavras-chave: discurso, retórica da imagem, semiologia, retórica 3D, crítica. I Frankenstein: from media critical reception to the semiological analysis ABSTRACT. In 2014, the movie I, Frankenstein was released. This movie has raised some comments from the media criticism, among which we list some to be object of our analysis. The analysis of critical statements reveals a discourse based on the axes of morality, profitability, traditionalism and temporality that produces a disqualification sense, which means that the movie is something that 'hurts' the notion of 'classic'. From this demonstration, this paper questions the claims that the new Frankenstein should respond to a tradition opened by Mary Shelley to point some senses that reconstruct the contemporary myth. Therefore, the new Frankenstein requires an interrelationship between technical apparatus-3D technology-and a contemporary myth-an ideal of consumption facing interactivity. Introdução Em 2014, foi lançado, no Brasil, o filme Frankenstein: entre anjos e demônios, dirigido por Stuart Beattie. Esse filme, bem como outros anteriores, inspira-se no livro de Mary Shelley Frankenstein ou o Moderno Prometeu (Frankenstein or the Modern Prometheus, no original em inglês), cuja versão definitiva, assinada pela escritora, data de 1831. A literatura e o cinema possuem materialidades distintas de manifestação do sentido. Se, de um lado, temos na literatura-particularmente no gênero romance, tal como é apreendido contemporaneamente-o primado da linguagem verbal escrita, no cinema, por outro lado, coexistem ao menos três naturezas distintas de linguagem: a verbal falada (nas vozes dos personagens, o som), a verbal escrita (nas legendas do filme) e a linguagem visual (a sequência de quadros, a fotografia) que contribuem, em seu conjunto, para uma linguagem denominada audiovisual. Essa linguagem composta constitui justamente a dificuldade maior na análise do sentido derivado desse meio, uma vez que é preciso considerar, ao mesmo tempo, o som, os grafemas e as imagens. Se considerarmos a história do cinema, deparamo-nos ainda com outras dificuldades. Nem sempre o cinema foi audiovisual. Os primeiros filmes dos irmãos Lumière, por exemplo, foram feitos apenas com sequências de fotografias e não havia som. Em seus primórdios, o cinema era mudo. Por isso, é preciso considerar também as diferentes técnicas que foram mobilizadas no cinema ao longo de sua história para a construção de suas narrativas e de suas mitologias. Uma dessas técnicas constituiu, a partir dos anos 2000, uma novidade extremamente explorada pela publicidade das grandes salas de projeção sob o signo da inovação e da interação: o recurso de imagens em terceira dimensão, o 3D. Essa 'novidade técnica'
Frankenstein 200 Anos Depois: Entre Ciência, Vida e Corpo
Movimento (ESEFID/UFRGS)
No ano de 2018 se comemorou o bicentenário da obra de Mary Shelley Frankenstein: o Prometeu moderno. Frankenstein é uma narrativa trágica que versa sobre a capacidade humana de dar vida “artificial” a um corpo pelo crivo da ciência e pelas astúcias da técnica. O presente ensaio tem como objetivo interpelar os usos do corpo pela ciência a partir da obra Frankenstein tensionando alguns litígios e pressupostos de caráter mítico/trágico que Mary Shelley suspende com sua obra. O escrito também disserta sobre as possibilidades de manipulação da natureza baseadas em conhecimentos de ordem molecular que direcionam para a construção de novas formas de Frankenstein e corpos, que abjeta costura de tecidos, próteses, acoplamentos e ciborguianismos, valorando a colonização interna da vida em si mesma.
BRANDÃO, V.G. ; CASTRO, G. . Imaginário, horror e monstruosidade: o caso Frankenstein. Revista de Estudos Universitários , v. 40, p. 119-135, 2014. Resumo: Este artigo objetiva realizar uma análise do que pode ser a imaginação e o imaginário, tendo a literatura de horror, especificamente a literatura gótica da escritora britânica Mary Shelley (1797-1851), como ponto de encontro entre real e irreal. A criação literária de o monstro de Frankenstein, criado pelo sonho de uma jovem, representa o poder de absorver e unir o que ocorre ao redor (descobertas científicas, filosóficas e políticas) ao poder da imaginação, para dar vida à monstruosidade. Através de pesquisa teórico-metodológica orientou-se pelas estratégias do pensamento complexo, reunindo-se simultaneamente vestígios do imaginário mundial consolidado, a obra de Mary Shelley e a história da monstruosidade. " O método é precisamente a escolha dos fatos ". Palavras-chave: Imaginário. Imaginação. Mary Shelley. Frankenstein.