A escola publica já foi um espaço de lutas entre tendencais conservadores e democracias (original) (raw)

Dizem as paredes: a escola pública como espaço de disputa e negociação de vozes e silêncios

Revista Educação, Artes e Inclusão, 2020

Este estudo consiste em um relato da experiência como professora de artes na rede municipal da cidade de São Paulo e das proposições de intervenções artísticas realizadas com estudantes do ensino fundamental II, como forma de ocupar o espaço da escola com as vozes das e dos estudantes e observar as repercussões e desdobramentos dessas ações. Partindo do aporte teórico da Cultura Visual para investigar sobre as imagens e a visualidade do ambiente escolar como atuantes na formação da subjetividade das e dos estudantes, assim como seu cotidiano e a forma como as relações se estabelecem dentro desse espaço, também é intenção desse artigo debater o entendimento das imagens que ocupam a escola como escolhas pedagógicas que dão visibilidade para determinados artefatos visuais ao mesmo tempo em que invisibilizam outros, assim como a relevância que elas podem ter na formação da voz e do silêncio das e dos estudantes. As considerações finais pretendem apontar possibilidades de entendimento da...

A escola pública como máquina de guerra

Série-Estudos - Periódico do Programa de Pós-Graduação em Educação da UCDB

Objetiva este artigo discutir a escola como dispositivo pedagógico no capitalismo contemporâneo. Discute como, na sociedade contemporânea, os corpos encontram-se atravessados por gigantescos processos de dessubjetivação, que visam à reprodução da máquina de governo das pessoas, das populações, das instituições – dentre, essas, as escolas públicas desconectadas da vida política, atuando como equipamento coletivo em relações regidas por automatismos, sem resistência ao instituído. Debate como Rousseau e Kant, por caminhos diferentes, deram suporte às duas grandes vertentes do pensamento pedagógico moderno e seus reflexos na configuração da atual escola pública. Defende a possibilidade de a escola pública atuar como máquina de guerra, movimentando nosso pensamento e nossas ações para outros modos de estar escola e coletivo. Apresenta como possibilidade o caso brasileiro da escola pública como máquina de guerra: a escola pública aprendente de Paulo Freire.

Facetas da democratização: uma escola exigente

Educação em Revista, 2009

Este estudo, realizado em uma escola portuguesa, identifica uma constelação de orientações, práticas e experiências em que a performatividade e a diversidade parecem ser temas polarizadores dos sentidos de testemunhos de professores e alunos. Procurando interpretar os processos relatados, sugere-se que a edificação de uma escola exigente, segundo os referentes salientados pelos atores no caso estudado, é suscetível de representar uma negociação em presença e uma resposta encontrada, no quadro da performatividade exigida e das condições de diversidade dos públicos acolhidos, face ao processo de democratização da educação vivido naquele contexto. Nas diversas dimensões apreendidas, aquela construção identitária (uma escola exigente) testemunha ângulos particulares de facetas atuais do processo de democratização da instituição escolar vivido ao longo das últimas três décadas. A pesquisa constitui-se como o estudo de um caso, que decorreu entre 2003 e 2005, e procurou recolher uma ampla...

Por que é tão difícil democratizar a gestão da escola pública?

Educar em Revista

RESUMO Apesar da consagração legal no plano das orientações para a ação - desde os textos constitucionais, passando pelas leis de bases da educação, até à legislação ordinária e aos discursos políticos -, a gestão democrática da escola pública permanece como uma realização difícil de alcançar no plano da ação organizacional efetiva, em cada escola concreta. Sendo muito relevantes, até como resultado da democratização política que afastou regimes autoritários, os referenciais jurídicos democráticos são, porém, insuficientes para garantir a democratização da gestão escolar. Neste texto são apresentados alguns dos obstáculos políticos e organizacionais, também históricos e culturais, que têm dificultado a concretização de uma gestão democrática das escolas, incluindo uma análise crítica sobre o próprio conceito e sobre as suas exigências mais substantivas.

Escola pública, projeto civilizatório burguês versus práxis emancipadora

Revista USP

A escola é uma instituição social produzida historicamente, contemporânea ao surgimento da divisão de classes. As contradições atravessam as sociedades de classes e também atingem a escola e, desta forma, seu desenvolvimento aponta avanços resultantes de lutas reivindicatórias e de projetos societários contra-hegemônicos. Conhecer a história da escola é fundamental para a compreensão e defesa de uma escola pública qualitativamente superior à que nos foi legada. O artigo busca na historiografia educacional identificar e analisar, em linhas gerais, o desenvolvimento da educação pública de forma contextual à expansão do modo de produção capitalista e sua onda “civilizatória”. Concomitantemente, aponta para as contradições, lutas, avanços e obstáculos para a construção de uma escola pública que contribua efetivamente para a emancipação humana.