A escatologia cristã e o platonismo. O contributo de J. Ratzinger para a desconstrução de um postulado (original) (raw)

O mito de Er: Sartre eo platonismo às avessas?

fflch.usp.br

Resumo: Nesse artigo mostraremos como o mito de Er, descrito no livro X de A República, é reinventado por Sartre em um conto de juventude (Er, l'arménien) de modo a modificar a relação entre a estética e a ética. Palavras-chave: Mito de Er-Platão-Sartre. 1 Doutoranda em filosofia pela USP sob a orientação do Prof. Dr. Franklin Leopoldo e Silva. Bolsista da Fapesp.

Para uma escatologia sapiencial. A herança escatológica de Karl Rahner e Johann Baptist Metz.

Para uma escatologia sapiencial. A herança escatológica de Karl Rahner e Johann Baptist Metz, Livraria Diário do Minho (Stimulus Pastorum: 1), Braga 2023 , 2023

«O tempo é breve» (1Cor 7,29). Somos seres que vivem num “tempo finito” porque o evento da parusia decreta que há um “fim do tempo”, subjugando este mesmo tempo ao ritmo da esperança (Jesus, o Cristo), ou seja: a um pulsar escatológico que teve diversas interpretações ao longo da história da teologia. Nessa linha, a viragem escatológica do séc. XX despoletou a emergência não só de desenvolver o “jovem” tratado de escatologia, como de trazer a escatologia para o centro da teologia, tornando-se a área teológica prioritária nesta época dita pós-moderna (apresentando “Deus como futuro do humano”). Com base nisto, dois teólogos emergem como figuras preponderantes no âmbito católico desta viragem escatológica: a viragem transcendental de Karl Rahner e, na linha deste, a viragem política de Johann Baptist Metz. Olhando às caraterísticas e desafios da cultura contemporânea, a obra recolhe os contributos e indícios escatológicos destes dois autores, para depois se lançar numa proposta particular do autor, em que articula de um modo engenhoso dois conceitos teológicos: “esperança” e “sabedoria”. O intuito é o de se aproximar o “crer na parusia” ao “viver na espera da parusia”, evitando que esta espera seja apenas “intelectual” mas também “existencial”: daí a proposta de uma escatologia sapiencial, que ajude o humano pós-moderno a percorrer este caminho existencial entre o “paraíso perdido” (Gn 3,23) e a “terra prometida” (Gn 12,1). | "The time is short" (1 Cor 7,29). We are beings who live in a "finite time" because the event of the parousia decrees that there is an "end of time", subjugating this same time to the rhythm of hope (Jesus, the Christ), in other words: to an eschatological pulse that has had different interpretations throughout the history of theology. In this vein, the eschatological turn of the 20th century triggered the emergence not only of developing the "young" treatise on eschatology, but also of bringing eschatology to the centre of theology, making it the priority theological area in this so-called postmodern era (presenting "God as the future of the human"). On this basis, two theologians emerge as leading figures in the Catholic sphere of this eschatological turn: the transcendental turn of Karl Rahner and, in line with him, the political turn of Johann Baptist Metz. Looking at the characteristics and challenges of contemporary culture, the book collects the contributions and eschatological indications of these two authors, and then launches into a particular proposal by the author, in which he ingeniously articulates two theological concepts: "hope" and "wisdom". The aim is to bring "believing in the parousia" closer to "living in expectation of the parousia", avoiding this expectation being only "intellectual" but also "existential": hence the proposal of a sapiential eschatology, which helps post-modern humans to walk this existential path between "paradise lost" (Gen 3:23) and the "promised land" (Gen 12,1).

Fé e Razão Na Introdução Ao Cristianismo De J. Ratzinger

Basilíade - Revista de Filosofia

Nesse artigo, buscaremos compreender a categoria de fé de Introdução ao Cristianismo por meio dos conceitos de “salto de fé” e do “Deus da fé e Deus dos Filósofos”. No final, será dada uma atenção ao conceito de amor como síntese do pensamento de Joseph Ratzinger.

Joseph-Ratzinger-Introducao-ao-Cristianismo

EDITORA HERDER -SÃO PAULO -1970 6 PREFÁCIO [1] * Qual é, afinal, o conteúdo e o sentido da fé cristã? Eis uma pergunta que, hoje em dia, está cercada de uma névoa de incerteza mais pesada do que em qualquer outro momento da história. O observador do movimento teológico do último século que não seja do número daqueles levianos que sempre julgam melhor o novo, sem se dar ao trabalho de analisar, poder-se-ia sentir lembrado da velha estória do "Joãozinho feliz". Era uma vez, assim reza a lenda, um Joãozinho possuidor de uma riquíssima pepita de ouro. Mas, feliz e comodista, julgou-a pesada demais, trocando-a por cavalo; o cavalo por uma vaca, a vaca foi barganhada por um ganso e o ganso por uma pedra de amolar; finalmente a pedra foi lançada ao rio, sem que o dono se achasse muito prejudicado. Pelo contrário, acreditou ter finalmente conquistado o dom mais precioso da liberdade completa: livre da sua pepita, livre do cavalo, da vaca, do ganso e da pedra de afiar. Quanto tempo teria durado o seu fascínio? Quão tenebroso lhe foi o despertar na estória de sua presumida libertação? A fábula silencia sobre isso, deixando-o por conta da fantasia de cada leitor. O cristão hodierno é avassalado, não raras vezes, por questões como: a nossa teologia dos últimos anos não teria enveredado por um caminho parecido? Não teria minimizado a exigência da fé, sentida como pesada demais, interpretando-a, gradativamente, em sentido sempre mais largo; sempre apenas o suficiente para poder arriscar o próximo passo? E o pobre Joãozinho, o cristão, que [2] se deixou levar, confiante, de interpretação em interpretação, não acabará detendo entre as mãos, em lugar da pepita de ouro, uma simples pedra de amolar, que poderá sossegadamente jogar no fundo de um rio?

A reverção do platonismo como possibilidade de abertura para uma linhagem imanentista de pensamento em Gilles Deleuze

We investigate in this paper the meaning of the reversal of Platonism in Gilles Deleuze’s Logic of Sense. We seek to clarify the differential relation established between that philosophical proposition and traditional history of philosophy towards a historiographical subversion. It is not only the case to read Plato in a reverse way, but also to search within the ancient philosophy itself a distinct perspective, another line of thoughts and thinkers from an immanent point of view. In this work, we privilege the Deleuzian analysis of Plato and Lucretius’ concepts of simulacrum in order to understand that interlinear displacement.

Oskar Pfister e a crítica à concepção freudiana de Religião

Revista Dissertatio de Filosofia

A crítica que Freud faz à religião permeia toda a sua obra de forma que podemos afirmar que a questão religiosa se mostra uma grande questão para ele. No entanto, percebe-se que a visão que Freud tem da religião é bastante reducionista e isso fica bastante claro em diversos textos desse autor. Oskar Pfister se coloca como um grande debatedor da questão religiosa no início do movimento psicanalítico evidenciando as diversas lacunas na visão freudiana da Religião. Esse artigo se propõe a mostrar a crítica feita por Pfister à concepção freudiana de Religião visando com isso trazer elementos para o debate entre psicanálise e religião.

O Platonismo de Russell na metafísica e na matemática

Kriterion-revista De Filosofia, 2005

Guido Imaguire* RESUMO Neste artigo, analiso o surgimento e a superação do Platonismo em B. Russell, tanto na sua filosofia da matemática como na sua metafísica. Começo por explicitar os argumentos que levaram Russell a aderir ao chamado "Platonismo Proposicional"-posição que será tecnicamente relevante na definição de números. Na seção seguinte, discutirei até que ponto a teoria das descrições definidas determina, necessariamente, uma adesão ao nominalismo, e as dificuldades que surgem para o logicismo conseqüentes do abandono do platonismo. Finalmente, mostrarei como a posição madura de Russell caracteriza-se mais como um reducionismo do que propriamente como um nominalismo, e como este é fundado no princípio do mínimo vocabulário.