Plantas medicinais e ritualísticas vendidas em feiras livres no Município do Rio de Janeiro, RJ, Brasil: estudo de caso nas zonas Norte e Sul1 (original) (raw)
Related papers
Acta Botanica Brasilica, 2007
Rio de Janeiro Municipality has 210 licensed street fairs of which 33 are located in the northern and southern zones. This study aims to identify the medicinal and ritual plants sold at the street fairs in Rio de Janeiro, verify therapeutic use, dosage and origin, and show the importance of the herb sellers´s empirical knowledge and life histories. In 60 private interviews with 54 herb sellers, 106 species (92 genera; 49 families) were recorded: 61 for medicinal purposes, 19 for religious application and 19 for medicinal-religious purposes. Some species had multiple uses: two for religious-dietary purposes and four for medicinal-dietary use. The most representative families are Asteraceae (18 species) and Lamiaceae (11 species). As regards origin, 14 % of the herb sellers reported that the species sold were home-grown, 20% extracted them from the forest and 66% purchased them from the large municipal open markets. This data will improve our knowledge of the medicinal and ritualistic species sold in street markets of Rio de Janeiro.
Plantas de uso medicinal ou ritual numa feira livre no Rio de Janeiro, Brasil
2000
Com base na coleta de espécimes e entrevistas etnográficas realizadas numa feira semanal do bairro da Tijuca na cidade do Rio de Janeiro, este trabalho procura relatar as relações encontradas entre o meio ambiente, os vendedores e compradores do mercado. O nível inesperado (40%) de espécies extraidas da Floresta da Tijuca e remanescentes da mata atlântica corresponde à profuda interação entre a floresta e as populaces locais. Os ervatórios coletam plantas para seram utilizadas por familiars, colegas e para vender. 75% das plantas foram descritas como sendo medicinal, o restante sendo vendido para simpatias e ceremoniais religiosas afro-brasileiras. Os vendedores providenciam os ingredientes para remédios caseiros que em termos culturais e de custa são alternativos importantes à biomedicina, além de forneceram as plantas de uso ritual. Encontra-se no mercado um contato afastado da violência e da violação que caracteriza a interação entre residentes das comunidades do morro, de onde vêm os ervatários, e seus clientes da classe média. Neste sentido, o mercado exerce um papel vital e positivo na vida cultural e econômica dos moradores da cidade. .""
Plantas Medicinais Utilizadas Em Rituais De Umbanda: Estudo De Caso No Sul Do Brasil
2021
A utilizacao de plantas para fins medicinais e uma pratica milenar em todo mundo. No Brasil, o uso de plantas medicinais em rituais nasceu da miscigenacao entre os indigenas, africanos, europeus e seus descendentes, que expandiram para a Umbanda. A Umbanda surgiu no Brasil como uma religiao unica, com influencia africana, crista, espirita e indigena. A utilizacao dos vegetais nos rituais de Umbanda e diversificada e complexa, ligada diretamente ao conjunto de divindades cultuadas na regiao, portanto as especies utilizadas variam muito entre os terreiros. Neste sentido, este estudo pretendeu registrar as plantas medicinais utilizadas em rituais do Centro Umbandista Pai Tome e Cabocla Indaia da Cachoeira (CEUPTCIC), no municipio de Cocal do Sul, sul de Santa Catarina, Brasil. O levantamento botânico foi feito por meio de entrevista com a dirigente espiritual da casa, que detem maior conhecimento sobre plantas medicinais em seus rituais. Um especime de cada planta indicada foi coletado...
Plantas medicinais comercializadas em feiras livres do Estado do Piauí, nordeste do Brasil
2021
A etnobotânica estuda as relações homem-natureza, buscando informações sobre os usos de plantas e propriedades medicinais. Neste contexto, as feiras livres desempenham um importante papel organizacional e cultural, garantindo a preservação dos costumes e características que a representa. Este trabalho buscou identificar as principais plantas medicinais comercializadas por feirantes livres em três cidades da região do Sudeste Piauiense. A partir de questionário semiestruturado e entrevistas com feirantes nas feiras livres nas cidades de Jaicós, Paulistana e Picos. Foram identificadas 169 espécies de plantas pertencentes a 100 famílias e 11 etnoespécies. A família com maior representatividade foi Fabaceae. A casca foi a parte com maior índice de comercialização em duas das três cidades. As espécies com importância relativa foram endro, copaíba e pixuri. Houve maior semelhança entre as feiras livres de Paulistana e Picos. Todos os estimadores de riqueza apontaram números acima dos regi...
Ethnoscientia - Brazilian Journal of Ethnobiology and Ethnoecology
Nos mercados públicos de Parnaíba, Piauí, há a comercialização de variadas mercadorias, nos quais a população tem acesso a diferentes espécies de plantas. Dado este contexto, objetivou-se identificar as espécies usadas no tratamento de doenças do aparelho respiratório. Foram entrevistados 34 permissionários que comercializavam plantas nos mercados públicos de Parnaíba. Um total de 37 espécies foram registradas. A maioria das espécies era nativa (52,7%). A planta mais versátil foi a emburana (Amburana cearenses Allemão- IR 1,00). O índice de Fidelidade Friedman Modificado foi calculado em 100% para sete espécies. A população de Parnaíba utiliza plantas para tratar doenças enquanto as condições sanitárias nos mercados se apresentam insalubres, o que reforça a necessidade de ênfase sobre a implementação de medidas sanitárias de educação via políticas públicas do município.
Este estudo traz um levantamento etnobotânico realizado com vendedores das feiras populares da Região Administrativa de Taguatinga/DF, com o intuito de identificar o público alvo do consumo de espécies medicinais no Distrito Federal, bem como as espécies mais relevantes, seus usos e demais peculiaridades. Foram identificadas e visitadas, entre Novembro de 2013 a Maio de 2014, 12 feiras consolidadas da RA de Taguatinga. Foram entrevistados feirantes produtores e mercadores em seus próprios estabelecimentos comerciais, montados em feiras permanentes e livres. A coleta de dados foi realizada através de questionário e o material botânico foi fotografado e identificado por consulta à bibliografia específica, sítios eletrônicos, e a partir das características das plantas fornecidas pelos próprios vendedores. Foram entrevistadas 11 pessoas, 4 mulheres e 7 homens. 73% comercializam mercadorias produzidas por terceiros. 54,6% expõem seus produtos em três ou mais feiras. 73% dos entrevistados acreditam que são as mulheres quem mais procuram por plantas medicinais e 64% acreditam que a demanda vem aumentando com o passar dos anos. Apenas 18% dos entrevistados consideram-se como raizeiros. 46% afirmam ter aprendido sobre a medicina das plantas com a própria família. 73% acreditam que não há plantas sem efeito medicinal. As famílias botânicas com maior representatividade foram Fabaceae, Lamiaceae e Asteraceae. As plantas com maior número de citações foram Barbatimão (Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville), Arnica (Lychnophora ericoides Less.), Jatobá (Hymenaea stigonocarpa Mart. ex Hayne), Aroeira (Myracrodruon urundeuva Allemão), Hortelã (Mentha piperita L.) e Noni (Morinda citrifolia L.). As folhas são a parte mais usada, com 35% de todas as indicações. O modo de preparo mais comum é o chá.
Plantas medicinais usadas em uma comunidade do Noroeste do Rio Grande do Sul, Brasil
Revista Thema
Estudos etnobotânicos contribuem para a descoberta de bioprodutos de interesse farmacológico e para a conservação dos recursos biológicos. Desta forma, objetivou-se realizar o levantamento das plantas medicinais utilizadas em um município da mesorregião noroeste do Rio Grande do Sul. A coleta de dados ocorreu através de entrevistas semiestruturadas, por amostragem não probabilística (n=70), executada no período de junho a dezembro de 2015, sendo coletadas informações socioculturais e etnobotânicas. Essas foram analisadas com o auxílio de índices quantitativos como o Valor de Uso da espécie (UVs) e da família (FUV), para a inferência das espécies e famílias botânicas mais importantes. Foram relatadas 105 espécies, distribuídas em 42 famílias. As espécies mais importantes foram Cymbopogon citratus, Plectranthus barbatus e Malva sylvestris. Para as famílias, sobressaíram-se Malvaceae, Poaceae e Amaranthaceae. Com os resultados do presente estudo, constata-se que as plantas medicinais s...
Uso Popular De Plantas Medicinais No Rio Grande Do Norte, Nordeste Do Brasil
Revista Caatinga, 2009
RESUMO-Realizou-se o levantamento de espécies vegetais usadas na medicina popular em bairros urbanos nos municípios de Natal, região Litorânea, e de Santa Cruz, região Agreste, no estado do Rio Grande do Norte. As informações sobre as propriedades medicinais das plantas foram obtidas mediante levantamento de dados junto aos moradores através de entrevistas, que foram realizadas no período de fevereiro a agosto/2005 e de setembro a dezembro/2007. Em cada área, 100 moradores foram consultados por meio de formulários padronizados, totalizando 300 entrevistas. Foram anotados dados sobre a planta (nome popular, parte do vegetal utilizada, forma de uso e indicação) e da população (faixa etária, sexo e escolaridade). Registraram-se 57 espécies distribuídas em 54 gêneros e 34 famílias botânicas. Independente do nível de escolaridade dos informantes, mais de 50% destes fazem uso de espécies vegetais na cura de afecções das mais variadas natureza. As famílias com maior representatividade em número de espécies foram: Lamiaceae (sete), Euphorbiaceae (quatro), Myrtaceae (quatro), Zingiberaceae (três) e Lauraceae (três). Aproximadamente 49% das espécies foram comuns às três áreas estudadas. As partes mais utilizadas para o preparo dos medicamentos foram as folhas, frutos e raízes, que são usadas principalmente para o tratamento de doenças respiratórias. Já os chás se destacaram como a forma de uso mais predominante. É apresentada uma tabela contendo informações especialmente no que se refere ao uso e indicação das espécies pelos entrevistados. Palavras-chave: Etnobotânica. Conhecimento tradicional. Região nordeste.