O Crime e Anormalidade em Edmundo Curvelo (original) (raw)
2014, IV Jornadas Internacionais de História da Psiquiatria e Saúde Mental. Coimbra: Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX da Universidade de Coimbra-CEIS20, pp. 107-116. (ISBN: 978-972-8627-51-5)
""Edmundo Curvelo (1913-1954) was a Portuguese logician. His scientific goal consisted in logicising psychology, i.e., both in producing a logical structure capable of representing all mental states and in reducing to logic the psychological notions. This article aims to present the Curvelo’s philosophical thought, from his statement that the delinquent is not a criminal but an abnormal, a patient that needs treatment and cure. The argument that we will explore and criticize is the following: mental life – normal and abnormal – is totally transparent; it is possible to predict all future behaviors; crime is an abnormal mental state; therefore, the criminal doesn’t act for his own will, but for external causes to itself (disease). Hence, crime does not imply punishment, but the criminal, as crime is an abnormal mental state, needs education. Edmundo Curvelo (1913-1954) foi um lógico português da primeira metade do século XX que se dedicou à elaboração de um esquema lógico capaz de representar todos os estados mentais. Curvelo denominou o objetivo do seu trabalho de logificação da psicologia. Objetivo similar perdura hoje, por exemplo, no Human Brain Project. A presente comunicação focalizará o campo ético que, no dizer de Curvelo, se constrói a partir do campo psicológico, sendo o instrumento de construção a análise lógica. O propósito é apresentar o pensamento de Curvelo a partir da sua afirmação de que o delinquente não é um criminoso, mas um anormal, um doente que se há de tratar e curar. O argumento a explorar e criticar é o seguinte: a vida mental (“normal” e “anormal”) é totalmente transparente; é possível prever todos os comportamentos futuros; logo, o criminoso não age por si, mas por causas (doença) externas a si. Por isso o crime não implica castigo, mas porque estatisticamente anormal implica a necessidade de educação e pedagogia. ""