Identidade e política (original) (raw)
Related papers
Subjetivacao Politica e Identidade
Visando contribuir com o arcabouço teórico da psicologia política brasileira, o presente trabalho apresenta o pensamento de Jacques Rancière, de modo a situar um conjunto de conceitos que podem ser úteis às pesquisas desenvolvidas neste campo. Centraremos a análise da obra do autor em torno do conceito de subjetivação política por duas razões principais. Em primeiro lugar, por ser neste conceito que reside a possibilidade de expansão da democracia, constituindo-se como o trabalho mesmo da política. Em segundo lugar, pelas contribuições que a noção de subjetivação política traz para pensarmos o conceito de identidade. Ao final, apresentamos as implicações deste corpo conceitual para debater alguns impasses teóricos atuais da psicologia política, refletindo sobre a definição mesma desta disciplina.
Protestantismo em Revista, 2008
Resumo: O monoteismo hebraico e uma construcao cultural-religiosa propria do povo hebreu, que tem seu canal de expressao nos textos sagrados do judaismo. Sua construcao se da ao longo de alguns seculos, basicamente entre o seculo IX e V a.C. num processo conflitivo e doador de identidade. O ambiente geografico e cultural e o contexto do Antigo Oriente Proximo. Neste espaco convivem grupos sociais distintos, com expressoes culturais proprias, que realizam intercâmbios culturais e religiosos entre si. Tambem experiencias e expressoes de contextos mais longinquos como a Mesopotâmia e o Egito sao aproveitadas nesta construcao. O monoteismo hebraico nao e expressao estanque de uma so cultura semitica, mas sua construcao se deu em dialogo e em trocas de bens simbolicos entre os grupos presentes no contexto cananeu deste periodo na Antiguidade. O monoteismo, alem de sua constituicao conflitiva, outorgou marca identitaria para um povo para alem do contexto historico fundante.
Políticas da identidade e da desidentificação
Idéias
Resenha de HONNETH, Axel; RANCIÈRE, Jacques. Recognition or Disagreement: A Critical Encounter on the Politics of Freedom, Equality, and Identity (orgs. Katia Genel; Jean-Philippe Deranty), 2016.
Revista de Arqueologia, 2017
Este artigo apresenta reflexões sobre o modo como o gênero foi figurado na iconografia Moche. Além de representações de homens e mulheres, também foram identificados personagens – denominados aqui de seres não humanos – que não correspondiam a estes padrões tradicionais. À luz do conceito do perspectivismo ameríndio de Eduardo Viveiros de Castro (1996, 2002), estes seres puderam ser posicionados adequadamente na discussão atual sobre identidade de gênero. Nesse sentido, é fundamental entender o corpo a partir da capacidade da transformação (metamorfose) como um espaço de perspectivas, já que, nesta iconografia, a corporalidade é expressa de amplas maneiras. Um dos objetivos deste estudo, portanto, foi compreender essas novas formas de ser e repensar os tradicionais padrões fixos de gênero.
Psicologia & Sociedade, 2017
O propósito deste texto é enfocar as relações entre identidade e emancipação procurando: (a) destacar o significado de se pensar a questão da emancipação nos estudos de identidade e no interior da Psicologia Social Crítica, (b) delimitar o que se pode entender por emancipação e algumas de suas características, (c) estabelecer seus nexos com a ideia de autonomia, e (d) avançar algumas proposições que nos permitam refletir, discutir sobre a utilização dessa noção, muitas vezes apresentada de modo genérico sem maiores considerações sobre seu estatuto teórico ou político. A abordagem das questões identitárias adota como referência as proposições teóricas de Ciampa (1987, 2003, 2006). palavras-chave: identidade; emancipação; Psicologia Social Crítica. Resumen El objetivo del texto es estudiar las relaciones entre la identidad y la emancipación buscando: (a) subrayar el significado de pensar la cuestión de la emancipación en los estudios de identidad en el contexto de la Psicologia Social Critica, (b) delimitar lo que se puede entender por emancipación y algunas de sus características, (c) establecer sus nexos con la idea de autonomía, y (d) avanzar algunas preposiciones que nos permitan reflejar, discutir sobre la utilización de esta perspectiva, muchas veces presentada de modo genérico sin mayores consideraciones sobre su estatuto teórico o político. El enfoque de las cuestiones identitarias adopta como referencia las proposiciones teóricas de Ciampa (1987, 2003, 2006).
REVISTA EIXO, 2013
RESUMO: O presente texto relata três situações de ensino, cuja realização se deu em momentos distintos, na década de 80, durante as aulas de Literatura e Redação de Cursos Técnicos. Essas experiências foram planejadas com o intuito de oportunizar o estudo do contexto histórico, de compor e de observar uma personagem, de exercitar o autoconhecimento, de favorecer estudo teórico e prático da narração, de desmistificar o ato de escrever e, também, de conhecer melhor os alunos. De forma comum, as atividades tiveram como fio condutor a história de vida, observada em três vertentes: de escritores, de personagens e dos próprios alunos. Sob um olhar a posteriori, este relato propõe reflexões que considerem o pressuposto de que a história de vida responde, de maneira acentuada, pela estrutura basilar da identidade e pela direção de escolhas.
Identidades e Crise das Democracias
Identidades e Crise das Democracias, 2022
O livro j propõe como ponto de partida um marco analítico sobre a formação do “eu” e do “nós”, e de como essas duas categorias ordenam nossa compreensão da realidade. Depois de um rápido apanhado histórico, se concentra nos processos contemporâneos de fragilização das identidades individuais e coletivas. Fragilização, essa, alimentada por transformações sociais e culturais, e expectativas de consumo inexequíveis para a maioria, que produzem um mal-estar social apropriado por discursos antidemocráticos.
Vocação, Identidade e Individualismo
Revista Politica Trabalho, 2009
O artigo é um ensaio sobre a noção de vocação. Sendo um ensaio, será uma apreciação teórica que apelará para a argumentação e o julgamento pessoal. Haverá uma maior liberdade, da nossa parte, em defender determinada posição, sem a necessidade de nos apoiarmos numa documentação empírica e numa pesquisa bibliográfica mais aprofundada. Como disse o filósofo espanhol José Ortega y Gasset, o ensaio é "a ciência sem prova explícita". A liberdade dada de arriscar interpretações será fundamental -o risco, aqui, é um preço razoável. É o risco de marcamos nossa posição diante de um tema bem difícil. Assim, nosso objetivo será problematizar a noção de vocação, tentando situá-la no mundo contemporâneo.
… Identitários (número temático), Ethnologia, Nova Série, 2002
A construção identitária tem sido apresentada como um campo estratégico para as acções contra-hegemónicas, sob o signo das «políticas da identidade». O objectivo deste artigo é explorar os diferentes contextos sociais em que essas políticas podem emergir. Para isso, começa por interrogar a própria pertinência do conceito de «identidade», partindo depois para uma abordagem das suas várias dimensões. O artigo conclui, salientando que as «políticas da identidade» devem hoje evitar dois escolhos, aparentemente opostos mas complementares: a «essencialização do étnico», visível num certo discurso e numa certa prática do multiculturalismo, e o mito pós-moderno da «deriva identitária».