Trabalhadores Do Mar: Uma Discussão Sobre as Transformações Do Trabalho Do Pescador Artesanal De Ubatuba/SP (original) (raw)

Breves considerações sobre processo de transformação da existência dos pescadores artesanais na modernidade

Revista Espaco Academico, 2012

Este artigo tem como objetivo discutir as transformações históricas e sociais sofridas pelos pescadores artesanais ao longo da história e o papel das forças produtivas na consolidação destes acontecimentos. Para alcançar estes objetivos usou-se o método materialista-dialético diante do qual as contradições da realidade social engendram elementos decisivos para a superação dos homens. Desse modo, percebeu-se que a modernidade foi responsável não só pela dissolução profunda da vida tradicional dos pescadores artesanais como também criou condições para que eles se apropriassem de novos arranjos materiais.

Os Pescadores e as Pescadoras Artesanais Em Tempos De COVID-19

PEGADA - A Revista da Geografia do Trabalho, 2020

O presente artigo tem como objetivo caracterizar e analisar os impactos do covid-19 na pesca artesanal, mais especificamente, nos pescadores e pescadoras artesanais. Para isso, em um primeiro momento foi traçado um panorama do que é o covid-19 e suas implicações no Brasil para que então fosse possível fazer uma aproximação dos impactos da pandemia no âmbito da pesca artesanal. Além disso, o olhar para o covid-19 a partir das mulheres pescadoras também foi evidenciado, assim como um debate acerca das políticas públicas nesse contexto voltadas para esse grupo social. Metodologicamente esse escrito foi construído com base em relatórios intergovernamentais (ONU, OMS) e outras fontes secundárias (bibliografias sobre a temáticas, PODCASTs, etc). Os impactos do covid-19 nos pescadores incidem principalmente na sociabilidade que o trabalho confere a esses sujeitos, o que torna a dimensão do trabalho central.

Tradição e atualização: a luta dos pescadores artesanais de Itaipu

TRADIÇÃO E ATUALIZAÇÃO: A LUTA DOS PESCADORES ARTESANAIS DE ITAIPU, 2017

Através deste artigo, pretendo investigar como se dá a ativação das identidades de pescadores artesanais da praia de Itaipu, em Niterói, cidade fluminense (litoral do sudeste brasileiro), como um mecanismo tático de territorialização frente aos avanços das transformações urbanas protagonizadas pela especulação imobiliária. Principalmente depois da modernização que a cidade de Niterói sofreu oriunda das políticas desenvolvimentistas da ditadura militar no Brasil - tal qual a construção da ponte Rio-Niterói, na década de 70 - os pescadores artesanais de Itaipu vêm construindo capital simbólico para se introduzir ao projeto de cidade que a especulação imobiliária coloca em seus territórios. Para se posicionar frente à essa modernização seletiva que os exclui (ou os reposiciona passivamente), suas identidades passaram a ser performatizadas e politizadas; suas tradicionalidades se transformaram em ferramentas de disputa de legitimidade territorial conforme se organizam e pleiteiam direitos. Nesse contexto, tradição passou a ser um conceito importante e constantemente invocado em Itaipu. É afirmando-se como uma "comunidade tradicional" que os pescadores legitimam-se junto ao poder público e à sociedade, e com isso uma série de características singulares são fixadas à performance do pescador artesanal. Mas será que afirmar uma tradicionalidade como capital simbólico em um contexto de resistência frente ao avanço econômico que atropela outros tempos e territorialidades que não os dominantes significa necessariamente uma rigidez fixadora na representação de suas identidades? Meu objetivo aqui é tentar compreender como Itaipu se atualiza e como os jogos de prestígio incidem sobre os pescadores, ora transformando suas identidades em armas de luta de territorialização, ora construindo o ofício como uma opção não muito bem vista pelas gerações mais novas, além de entender o que justifica a existência persistente desses pescadores frente ao contínuo processo de empobrecimento econômico e simbólico.

Como peixes fora d’água: o caso dos pescadores profissionais artesanais na UHE Foz de Chapecó

Antropolítica : Revista Contemporânea de Antropologia, 2014

Nas construc.es de usinas hidreletricas, a formacao de reservatorios artificiais nos locais onde existiam rios e uma consequencia inevitavel. Durante todo o processo de implementacao da usina, da licitacao ate a entrada em operacao, muitas ac.es sao desencadeadas pelo empreendedor, com autorizacao do Estado, tendo como base o Plano Basico Ambiental (PBA). Uma dessas ac.es e o processo de aquisicao das terras que serao alagadas e das margens do futuro reservatorio, gerando o deslocamento compulsorio dos ribeirinhos. O presente artigo descreve as estrategias de negociac.es e suas consequencias para as populac.es rurais e ribeirinhas, especialmente os pescadores que habitavam a regiao adquirida pela Foz do Chapeco, inaugurada em dezembro de 2010. Leva-se em consideracao os diferentes pesos de que estavam dotados os grupos em “dialogo”, sendo que os pescadores profissionais sequer figuraram no EIA e RIMA realizados. De um lado, esses segmentos organizam-se na busca de direitos; de outro...

Turismo de Pesca e Comunidades Ribeirinhas na Amazônia: reflexões sobre a categoria “águas de trabalho”

Revista Brasileira de Ecoturismo, 2023

RESUMO: O presente estudo tem como objetivo analisar a categoria águas de trabalho no contexto do turismo de pesca realizado por comunidades ribeirinhas na Amazônia. Nesse intento, conduziu-se uma pesquisa de cunho bibliográfico focando nos estudos voltados à compreensão do modus vivendi ribeirinho e à relevância da água nesse contexto. Além disso, foi feita uma análise documental nos diários de campo de uma das autoras, que estudou experiências de turismo em cerca de cem comunidades amazônicas, entre 2016 e 2023. A síntese que se pode estabelecer é que a categoria águas de trabalho, inicialmente pensada para descrever o ambiente aquático no qual se realiza a pesca de autossustento, é potencialmente ampliável para entender e comportar a dinâmica da pesca esportiva em comunidades ribeirinhas. Embora majoritariamente a pesca esportiva nos territórios tradicionais seja forjada com objetivos econômicos concentrados, visando maximização de lucros e mercantilização da natureza, busca, simultaneamente, benefícios coletivos e solidários, como a manutenção de lagos comunitários, perpetuação de saberes ribeirinhos e organização para a defesa do território. Ademais, a pesca esportiva é uma atividade presente em diversas comunidades amazônicas e não pode ser deixada de lado na análise sobre a relação dos ribeirinhos com as águas.

Discurso e Contexto: Uma Análise Crítica De Notícias Sobre O Movimento Dos Pescadores e Pescadoras Artesanais Da Bahia

2018

Este trabalho tem por objetivo fazer uma Analise Critica do Discurso(ACD) do genero jornalistico noticia, sustentado na teoria sociocognitiva de Teun VanDijk (2012), que trata dos Modelos de Contexto. Sendo a ACD uma perspectiva teorica enao um metodo de analise, destaca-se que se analisa uma noticia publicada no jornalCorreio da Bahia sobre o Movimento dos Pescadores e Pescadoras Artesanais daBahia (MPP-BA), por se tratar de um veiculo de comunicacao de massa impresso ecom veiculacao online gratuita. A analise considera alguns aspectos do processamentomental dos participantes, referentes ao conhecimento, bem como a esquemas domodelo de contexto da atividade jornalistica, envolvendo o ambiente, os participantese a identidade, na perspectiva do jornalista/produtor da noticia. Esse arcaboucoexplica o forte controle exercido pelo (Modelo de) Contexto na producao do discursojornalistico, bem como a (re)producao discursiva do abuso de poder de grupospoderosos sobre aqueles que, como os p...

Uma margem narrativa do tempo de areia da história: Pescadores Artesanais de Itaipu

Resumo: Em Itaipu as relações no cotidiano da comunidade pesqueira com a natureza local indicam alguns sentidos das transformações aceleradas advindas do processo de urbanização regional originários da década de 70. Acompanhando dois relatos orais a reflexão deste artigo visa compreender como suas narrativas históricas constituem a um só tempo justificativas para o fazer da pesca e para a existência da comunidade, que expressam o sentido da sua tradição. Palavras Chaves: Pescadores de Itaipu, História oral, Narrativas, Demandas socioambientais, Tempo Introdução Itaipu é atualmente um dos principais bairros da Região Oceânica, ligado ao centro da cidade de Niterói, a qual pertence, por cerca de quinze quilômetros de estrada. As novas obras da Transoceânica e a abertura do túnel Charitas-Cafubá, promovidas pela prefeitura, reforçaram nos últimos anos o ideal de desenvolvimento urbano que para ela tem se projetado. Principalmente impelido a favorecer os interesses da especulação imobiliária. Dentre as transformações mais nítidas que se deram de um modo acelerado-e em um limiar de menos de quatro décadas-estão: o surgimento de loteamentos inteiros e de suas vias expressas. Preenchidas em um cotidiano marcado pelo movimento sazonal de veículos particulares que caracterizam o perfil ocupacional da região como uma cidade dormitório. Com suas feições de casas e condomínios de classe média. Mas isso nem sempre foi assim. Parte desse complexo regional denominado Itaipu remete à época da existência de algumas fazendas, tais como a Fazenda do Mato e a Fazenda Itaipu. Historicamente a região abastecia as demais áreas em seu entorno com frutas, legumes e pescado possuindo também alguns engenhos para beneficiar o açúcar. Ali algumas famílias de pescadores por gerações viveram à margem das praias e lagoas, usufruindo da coleta do pescado e da sua comercialização, ditando um ritmo a vida. Na beira da praia a comunidade via ao longe na 1 Estudante da graduação em história. Este artigo surge como um fruto das primeiras considerações que se desenvolveram no meu projeto de iniciação científica junto ao laboratório de história oral e imagem LABHOI-UFF sob orientação da Profa. Dra. Juniele Rabêlo de Almeida.