Ocupar o espaço urbano e as possibilidades de reinventá-lo (original) (raw)

Reprodução do espaço urbano e a discussão de novas centralidades

Raega - O Espaço Geográfico em Análise, 2010

Para interpretar a cidade, faz-se necessário considerar a sua dinâmica de produção e o seu crescimento através das transformações no processo de urbanização compreendendo os elementos que configuram a produção do espaço urbano e sua estruturação. Para tanto, deve-se levar em conta o processo de reprodução do capital e toda a sociedade e o seu cotidiano. Desta forma, identificam-se e avaliam-se as áreas de concentração do espaço urbano, ou seja, a centralidade. As mudanças na organização espacial das cidades mostram o surgimento de novas áreas com expressivas atividades comerciais, de serviços e todo um fluxo que expressa a centralidade. Neste processo, ocorre a descontinuidade do território da cidade e a criação de novos espaços que representam a fragmentação. Enfim, tem-se a produção de espaços interiores na cidade com suas funções específicas como: produção, consumo, moradia, e outras que influem no valor destas áreas. No caso desta pesquisa objetivou-se estudar a produção e repro...

Ambientes restauradores : uma retomada do urbano

Uma tese não se faz sem serviço de delivery, conta na amazon e quantidades copiosas de chocolate, café, coca-cola, boa música, boa literatura e, em dias de aperto, ar condicionado. Minha imensa gratidão aos que trabalham nos bastidores e evitam que o dia-a-dia imploda em mil pedacinhos. Agradeço: Aos participantes dos três estudos que dividiram comigo seu tempo e confiaram a mim seus dados, assim como a todos que me ajudaram na divulgação das várias etapas: muito obrigada, não há como fazer ciência sem vocês; Aos colegas do Laboratório de Psicologia Ambiental, antigos e atuais, pelas trocas realizadas, e à Isolda, pela acolhida afetuosa; Aos colegas de trabalho, em especial à Telma, pelo cuidado, e ao Bruno, pela gentileza, quando não estive bem; Ao professor Reinaldo Guedes Machado, por me fazer sentir em casa na Arquitetura; Ao professor Gerson Américo Janczura, pelas importantes sugestões de melhoria do trabalho à época da qualificação; Aos membros da banca, pelas generosas contribuições para o aprimoramento do trabalho, pela escuta atenta, leitura detalhada e diálogo enriquecedor. Um agradecimento especial à professora Suely, por ter me guiado na construção de uma visão humana, esperançosa e de excelência na psicologia, à época da graduação. Overseas thank yous are in order as well: To Ellen Campanella, my Science teacher when I was a kid, for first presenting me Science both as a gift and a wonder; To Jos Brosschot, my master thesis supervisor, for encouraging me to think outside the box, while at the same time reminding me that there is indeed such a thing as the box; To Robert, for his big heart and rebellious funny bone. Às queridas amigas: Aline, Camila, Clarice e Lílian. Meninas, vocês me trazem alegria, apoio e leveza. Como tenho sorte de passar os dias com vocês! À Lílian um agradecimento especial pelo recrutamento entusiasmado de ajudantes desavisados em várias etapas do trabalhoa eles estendo meus agradecimentos. Também à Jamille e Alciane agradeço pelo companheirismo e risadas. À Raquel, Maíra, Patrícia, Juliana e Luciana, pela amizade querida e duradoura; À Jujuba, amiga-irmã, pela torcida empolgada em todas as coisas; À minha família, berço do meu apreço pela estética e base de todo amor; Ao meu orientador, Hartmut Günther. Pelo exemplo de autenticidade, acolhida, compromisso, respeito, gentileza e incentivo. Lá se vão dezessete anos de parceria, desde a graduação. No regrets: isso diz muito. Fecho estes agradecimentos com quem ocupa há muito o primeiro lugar. Ao Hugo, meu amor e meu amigo: por muito mais do que aquilo que cabe em palavras, mas em especial por ficar do meu lado sempre, apesar do risco de virar picadinho.

Ressignificações da juventude skatista e do espaço urbano

2020

The text seeks to address skateboarding and its relationship with the city, with society and with the members of the movement. It traces, at first, a brief historical line of the emergence of the movement and the performance that assists in the formation of a lifestyle, which transforms into a culture. It also discusses the creation of skate tracks and the meanings that surround them. It also problematizes the access of women in an entirely male universe. It is hoped that the text can shed some light and ignite some sparks that cause a constant burning in rooted concepts that need to be rethought in favor of a more humane and sensitive society.

A reconquista dos Espaços Públicos: um processo urbano e social

XI Seminário de Arquitetura Latina Americana, México Oaxtepec Morelos, 2005

Desde a antiguidade clássica, na Grécia do século VI A.C. já existia a preocupação com os espaços públicos. O nascimento deste espaço, primordial para os gregos, é contemporâneo ao reconhecimento do valor essencial da cidade e foi edificado em Atenas, próximo à Acrópole, como local de trocas e de cerimônias, constituindo um lugar de trocas de sociabilidade e de experiências cotidianas de vida. A Ágora, circundada de edifícios públicos, foi concebida no período helenístico com colunatas (stoai), próximas aos edifícios religiosos e profanos. Ao longo da história, este espaço público foi se transformando e assumindo os diferentes tipos de praças (GRESSET, 1992:24). A importância da rua como espaço público e das praças como local de convivência pode ser investigada em mais de dois mil e quinhentos anos de história urbana. Nas cidades medievais italianas, como Siena, Florença e Veneza, a praça era o local dos jogos, dos torneios, das evoluções teatrais da Commedia dell´Arte. As ruas convergentes para as praças começam a funcionar como ruas comerciais, onde as pessoas permanecem, instalam estabelecimentos e habitações. Essas ruas e praças transformam -se em espaços de vivência coletiva, e, portanto, espaços públicos. Já no período renascentista os conjuntos clássicos de espaços públicos constituíam-se em geral no interior de edificações cujas fachadas eram estabelecidas em função das praças. A partir do Renascimento, entre os séculos XVI e XIX, foram muitas vezes projetadas nas principais cidades européias, destacando-se o, a Praça de Vosges, a Praça Vendôme, a Praça da Concorde, a Pìazza Navona, a Plaza Maior, ou abertas como Capidoglio o e Praça do Comercio de Lisboa. Podem ser praças mais comerciais, como as italianas, as praças reais

Desenho projetual para apropriação do espaço urbano

Este artigo é uma reflexão sobre possibilidades para o desenvolvimento de uma consciência de projeto de cidade junto aos jovens. O foco reside na expansão do domínio da linguagem de representação gráfica para a apropriação dos espaços e equipamentos urbanos, possibilitando redesenhos e novos projetos feitos pela comunidade de maneira mais propositiva junto às esferas governamentais e também em ações diretas menos dependentes de Prefeituras e Organizações Sociais. A proposta para o desenvolvimento desta consciência se organiza com a apresentação do desenho como instrumento de comunicação e tangibilização de ideias ainda não concretas e justifica a importância deste conhecimento para a identidade entre pessoa e cidade, tanto por meio do apelo afetivo quanto pelo entendimento de suas estruturas, o que possibilita a horizontalização do projeto da cidade, especialmente junto aos jovens. Este desenho tem definição e características específicas, dada sua importância e a dos conteúdos que engloba. O desenho projetual é uma representação expressional e operacional para registro, concepção, desenvolução, refinamento e diversificação de produtos industriais manufaturados, maquinofaturados e informatizados que fazem a cultura material pela técnica, estética e ética.

A participação, a inclusão, a coesão e a reabilitação do (ser) urbano

Os territórios urbanos que — mais por conveniência, do que rigor — continuamos a chamar cidade, têm um gene de desenvolvimento inscrito no seu ADN. A sua transformação é uma condição natural da sua existência. Enquanto palco e suporte da vida urbana, a cidade evolui. Se não o fizer, agoniza e perece. Mas não deixa de ser intrigante — e, ao mesmo tempo, estimulante — que nas últimas décadas as cidades tenham ganho um protagonismo sem precedentes nas agendas internacionais sobre o desenvolvimento mundial quando, na verdade, deixámos de saber o que é a cidade. Passámos para o domínio do urbano e vivemos num “mundo urbanizado sem cidades”. Além disso — também nas últimas décadas — a reabilitação ganhou igual protagonismo nos programas de política de ordenamento do território e urbanismo. Assim, cabe pensar qual é o objeto da reabilitação quando a sua dimensão é urbana. Ora, a questão da reabilitação não é tanto o objeto, mas antes os objetivos que a orientam enquanto política pública que visa reforçar a coesão urbana, ou seja, corrigir desequilíbrios (instalados) que têm uma influência estrutural nas dinâmicas desenvolvimento, para que este seja integrado e sustentável. Entendida assim, as suas metodologias aproximam-se das que são defendidas pela OMS na definição de reabilitação enquanto “...uso de todos os meios necessários para reduzir o impacto das situações incapacitantes e permitir aos indivíduos incapacitados a obtenção de uma completa interação social...”. Mais: os grandes objetivos da reabilitação (dita) urbana podem (e devem) incluir a reabilitação de comunidades desfavorecidas e/ou com comportamentos desviantes, sobretudo quando estas têm uma expressão espacial bem definida no meio urbano. Nestes casos, as perspectivas de desenvolvimento assentam em palavras-chave comuns: integração, participação, envolvimento e coesão.

Urbanismo, espaços de esperança, futuros possíveis

Pós. Revista do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da FAUUSP, 2004

Urbanismo, espaços de esperança, futuros possíveis 1 Urbanismo e geografia têm muito em comum. O primeiro pode ser compreendido em sentido amplo, como campo de conhecimento e prática do e no urbano, entre as quais a ação projetual, campo de atuação de planejadores, urbanistas, arquitetos e engenheiros. Como campo de pesquisa e conhecimento, o urbanismo trata dos modos de vida das sociedades humanas e dos ambientes construídos, do processo de urbanização, e tende a constituir quadros normativos de interpretação e de ação sobre a realidade. A geografia é, por tradição, disciplina predominantemente analítica, descritiva, classificatória e interpretativa, tendendo a constituir explicações para o conjunto dos fenômenos territoriais, produzindo conhecimentos que irão alimentar e servir de fundamento para tipos diversos de ação sobre os territórios e os povos que os habitam. Geografia e urbanismo se apresentam, na divisão de trabalho no campo das ciências humanas, como modalidades diversas de conhecimento, disciplinas portadoras de processos de treinamento que tratam de objetos relativamente autônomos, mas não independentes: suas inter-relações, interfaces e sobreposições são inúmeras e complexas. Sem dúvida, as afirmações acima podem ser questionadas sob vários aspectos, já que não são consensualmente estabelecidas e muito menos fornecidas de uma vez por todas. Geografia e urbanismo se definem e redefinem-se, continuadamente, pela transformação de suas práticas, de seus objetos e do contexto social no qual se encontram. Dois livros relativamente recentes de David Harvey podem nos ajudar a desvendar as relações entre geografia, urbanismo, mas também entre essas

Regeneração urbana : 'O diálogo entre os espaços públicos e espaços sobrantes na cidade

2018

A Master´s thesis in Architecture, written and presented at the Lusófona University of Porto (ULP), based on the regeneration of urban heritage, particularly reflecting on the impacts of viaducts in the urban network, exposing the potential the spaces that it leaves behind as solutions for the recovery and requalification of the urban spaces that have degraded through these structures. This reflection is materialised in the proposal made for the urban and architectural requalification of the section in the city of Oporto, in which the Duque de Loulé viaduct is implanted. A brief description of what is defined as surplus spaces is made, including the elements that led to the development of such spaces. This allows us to have a better dominion over these urban voids, so as to allow us to intervene in these in a conscious manner. This process is supported by a brief approach and analysis of four case studies that have served as the bases to enrich and understand the best methods of intervention in urban voids. The proposals provide practical, solid and valid solutions that serve as the inspirational bases for the integration, expansion and consolidation of these void spaces in the Oporto urban network.

Para (re)pensar a questão urbana

2011

Pensar a questão urbana é sempre, ao mesmo tempo, repensá-la. Este texto procura questionar o que mudou e o que permaneceu basicamente igual nas cidades capitalistas nos últimos 165 anos, desde a publicação dos clássicos trabalhos de Engels A situação da classe trabalhadora na Inglaterra e A questão da habitação. Uma das perguntas é: discussões clássicas e mais antigas sobre a urbanização capitalista ainda são úteis para se analisar a cidade contemporânea, especialmente a brasileira? Para responder isto, além da retomada dos citados livros de Friedrich Engels, se examina a teoria da renda da terra associada à da localização urbana e também se questiona a pertinência e eficácia dos conceitos de segregação espacial e exclusão social.