O traço do gênero no âmago da intertextualidade e o caráter mimético de Antígona: um diálogo entre Beauvoir, Derrida e Butler (original) (raw)
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2020
Neste trabalho, pretendemos observar e relacionar as personagens Antígona e Aurélia sob a perspectiva de que são mulheres destoantes daquilo que se espera para os papéis de gênero dos períodos em que cada uma foi forjada, subvertendo-os, e podemos pontuar o comportamento altivo, traço de caráter revelado por ambas, como principal motor das ações que se desenrolarão nas narrativas. Segundo alguns teóricos da literatura comparada, como Sandra Nitrini (2015), todo texto é um eco de outro texto, assim sendo, podemos admitir que a altivez de Antígona, personagem mítica da antiguidade, ecoa em Aurélia, já no século XIX, fazendo ressoar a representação de mulheres insubmissas. Observando que todo texto (KRISTEVA, 2005), é um mosaico de citações, fitaremos as situações em que as ações das personagens convergem. Palavras-chave Estudos de gênero. Antígona. Senhora. Literatura comparada. Abstract In this paper, we aim to observe and relate the characters Antígona and Aurélia under the perspective that they are two women that are dissonant from that of which is expected from their gender roles for the periods on which each one was forged, subventing them, and we can point the proud behavior, that is a character trait for both of them, as the main engine for the actions that unfold on the narratives. According to some theorists of comparative literature, like Sandra Nitrini (2015), the whole text is an echo from another text, therefore, we can admit that the pride of Antígona, mythical character of antiquity, echoes on Aurélia, already in the 19th century, resounding the representation of unsubmissive women. Observing the wholet ext (KRISTEVA, 2005), it's a mosaic of citations, we will regard the situations where the actions of those characters converge.
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