A Concepção Filosófica Da Morte Em Schopenhauer (original) (raw)

A METAFÍSICA DA MORTE NA FILOSOFIA DE ARTHUR SCHOPENHAUER

III Colóquio Internacional Estética e Existência - Anais, 2018

LIRA, Luédlley Raynner de Souza ; ABREU, Jheovanne Gamaliel Silva de ; SEGUNDO, João Florindo Batista. AMETAFÍSICA DA MORTE NA FILOSOFIA DE ARTHUR SCHOPENHAUER. In: III Colóquio Internacional Estética e Existência,2018, João Pessoa. III Colóquio Internacional Estética e Existência. João Pessoa, 2018. v. 1. p. 1-1. Disponível em: https://doity.com.br/anais/esteticaeexistencia/trabalho/75882\. A filosofia de Arthur Schopenhauer (1788-1860) ficou bastante marcada pelo seu pessimismo metafísico, em que o mundo fenomênico não é autônomo em relação à Vontade, gerando um crivo das representações com o sofrimento. O objetivo deste trabalho é o de compreender a morte no pensamento de Schopenhauer e desenvolver sua evidente relação com a metafísica da Vontade. Para tal a metodologia é a de revisão bibliográfica utilizando-se de sua obra magna, O mundo como Vontade e como representação. Para Schopenhauer, o enigma que permeia o antes do nascimento é o mesmo que será depois da morte, isto é, o nada. Desta feita, a morte destrói o indivíduo, mas não a espécie que contínua viva, seguindo a continuidade irracional da Vontade no mundo das representações.

Morte, Espanto e Metafísica em Schopenhauer

E-book Filosofia, Vida e Morte

No capítulo 17 do Tomo II De O mundo como vontade e representação, intitulado Sobre a necessidade metafísica da humanidade, Schopenhauer retoma uma ideia aristotélica segundo a qual apenas o humano se espanta com a sua existência e é devido ao espanto que nasce a filosofia. E arremata essa ideia dizendo que esse espanto seria intensificado na “consciência em face da morte, ao lado da finitude de toda a existência” (W II, 2015, p. 195), o que evidenciaria uma “necessidade metafísica” que permitiria sustentar que o ser humano é um “animal metafísico”. A partir dessa ideia geral, os objetivos da comunicação são: 1º. Apresentar a compreensão schopenhaueriana de metafísica como o “conhecimento que vai além da possibilidade da experiência” e sua relação com o papel que a consciência da morte desempenha na explicação do mundo que reconhece a insuficiência das explicações meramente físicas, materialistas ou científicas; 2º. Mostrar a especificidade das compreensões filosóficas e religiosas da necessidade metafísica do ser humano: enquanto a religião fornece uma explicação alegórica, não apresentando as razões que sustentam as suas afirmações, por sua vez a filosofia apenas se contenta com explicações cujas razões sejam claramente apresentadas e passíveis de refutação; 3º. Estabelecer um paralelo entre a compreensão schopenhaueriana da morte, expressa no capítulo 8, do Tomo II de Parerga e Paralipomena, intitulado Sobre a doutrina da indestrutibilidade de nosso ser verdadeiro pela morte, e a compreensão expressa por Tolstói em A morte de Ivan Ilitch, dando estaque para o “reconhecimento” do personagem ao final do livro: como indivíduos, terminamos com a morte, mas tendo em vista que o individual não constitui nossa verdadeira essência, então, após a morte, seremos “nada” e “tudo’”.

Morte, Ideia e Indestrutibilidade Do Nosso Ser em Schopenhauer

Kínesis, 2024

Resumo: O objetivo do artigo é explorar as conexões entre o problema da morte, o conceito de ideia e a tese da indestrutibilidade do nosso ser com a morte, em Schopenhauer. Como ponto de partida, é apresentada a crítica de Schopenhauer à compreensão empírica da morte como passagem ao não-ser. Passa-se, então às considerações do filósofo sobre a indestrutibilidade do nosso ser com a morte, por meio do destaque às suas considerações sobre o caráter de coisa, vinculado à sua intepretação das ideias como formas eternas. Após discorrer pontualmente a respeito do sentido desta noção na filosofia platônica, são apresentados os principais elementos que configuram a apropriação schopenhaueriana da teoria platônica das ideias tendo em vista exclusivamente o problema elegido, qual seja, a morte e a indestrutibilidade do nosso ser.

A Ideologia Da Morte

Educacao E Filosofia, 2012

Marcuse aborda o caráter ideológico da morte por meio da análise de alguns de seus aspectos biológicos, históricos, sociais, filosóficos e religiosos. O autor reflete a propósito de como o poder sobre a morte também se torna poder sobre a vida das pessoas. Desse modo, libertar-se do modo de vida repressivo significa assenhorear-se de sua própria morte.

A Morte Como Categoria Filosófica: Finitude e Determinação Em Feuerbach

Revista Dialectus, 2016

Este artigo tem por tema uma parte do projeto de pesquisa Revisão Crítico-Materialista da Bioética, que compreende entre seus objetivos rastrear na tradição filosófica materialista momentos nos quais certos conceitos chave para a reflexão, a elaboração e o discurso bioéticos foram em alguma medida abordados ou problematizados. Neste trabalho se analisa o caráter propriamente filosófico da mortalidade no pensamento de Feuerbach. Delimita-se o papel constitutivo que a reflexão acerca da morte desempenha na sua elaboração antropológica. Em especial se examinará Pensamentos sobre morte e imortalidade, conjunto de textos publicado anonimamente em 1830. Aqui a morte aparece possuindo uma função específica de demarcação do ser concreto dos homens de maneira oposta àquela observada na religiosidade cristã arrimada na noção de imortalidade individual. Teologicamente, a essência humana é posta numa fictícia realidade situada para-além da concretude natural. Neste sentido, a excelência humana somente poderia ser atualizada porquanto a alma tenha negada a sua circunscrição pelo sensível e carnal. Feuerbach, ao contrário, pretende ancorar a dignidade humana de modo assertivo, como afirmação de um estar-aí objetivamente existente, na exata medida em que assume a mortalidade como delimitação positiva do indivíduo em sua conexão com o gênero, que continua e assimila a pessoalidade finita na sua virtual infinitude. O reconhecimento de teor positivo da mortalidade individual põe em marcha uma reelaboração da compreensão das determinações antropológicas do indivíduo, baseada no reconhecimento daquele liame essencial, uma vez que apenas na comunidade fundada no gênero, no compartilhamento de uma essência natural comum com os semelhantes, obtêm os indivíduos a possibilidade de afirmação de suas qualidades. A compreensão deste caráter imediatamente finito da existência dos homens descortina diretamente a possibilidade da reflexão acerca de outros elementos, tais como a determinação particular da pessoa enquanto esta pessoa, a real significação da temporalidade como construção de uma história específica da vivência, e não como mera passagem abstrata do tempo, entre outros complexos temáticos.

Destino e Fatalismo em Schopenhauer

Revista SOFIA, 2018

Investigo a noção schopenhaueriana de destino e os dois tipos de fatalismo especificados pelo filósofo, o demonstrável e o transcendente, para, em seguida, considerá-los ante a aposta na ideia geral de uma sabedoria de vida, e vice-versa. Como seria possível admitir, por exemplo, o papel da sabedoria, referente à capacidade de o indivíduo conduzir a vida do modo mais agradável e prudente possível, no horizonte de uma filosofia que especula sobre a atuação de um destino e de um fatalismo, que tudo poderiam determinar na vida deste mesmo indivíduo? Haveria espaços concomitantes e não conflitivos para estes dois componentes no interior da filosofia schopenhaueriana? Ou se trataria de uma aporia?

O mal da morte no pessimismo: considerações a partir de Arthur Schopenhauer e David Benatar

Kínesis (Marília), 2023

Neste trabalho, investigo a possibilidade de compatibilidade entre o pessimismo filosófico e a compreensão da morte como um mal para quem morre. Por pessimismo filosófico, compreendo a doutrina filosófica que mantém como tese fundamental que a não-existência é preferível à existência, de modo que o pessimismo é tomado como a filosofia de que a vida não vale a pena ser vivida. Por mal da morte, me refiro à compreensão da morte como um dano para o indivíduo que morre, cujo pressuposto em diferentes abordagens contemporâneas é o de que a morte só é um mal no caso de continuar existindo ser preferível a deixar de existir. Desse modo, o problema discutido é a aparente incompatibilidade entre a tese de que a não-existência é preferível à existência e a tese de que continuar existindo é preferível a deixar de existir. Busco demonstrar que essa (in)compatibilidade depende do modo como fundamentamos o pessimismo filosófico. Para tanto, examino dois argumentos para o pessimismo filosófico e suas implicações para o mal da morte: o argumento a priori de Arthur Schopenhauer e o argumento da assimetria de David Benatar. Concluo que o primeiro desses argumentos nos leva para a conclusão de que a morte não é um mal, mas que o segundo argumento compatibiliza o pessimismo filosófico e a compreensão da morte como um mal para quem morre.

A Morte e a Filosofia - em Epicuro, Sócrates, Montaigne e Schopenhauer.

RIO DE JANEIRO/RJ 2014 RESUMO Com este trabalho pretendo mostrar como os filósofos em diferentes épocas trataram de interpretar o evento da morte. Começo dissertando sobre como o Epicuro reduziu a importância que nós damos a morte á uma simples insignificância que não deve nos afligir de maneira nenhuma. Pois o objetivo de Epicuro é atingir a felicidade, e para isso temos que saber lidar com diferentes acontecimentos em nossas vidas, e a morte como evento inerente às nossas vidas, sempre nos atinge, direta e indiretamente. Então, Epicuro nos receita um meio pelo qual possamos desconsiderar a morte, para vivermos da melhor forma, e sermos felizes. O segundo filósofo do qual cito, é Sócrates, este sim viu a morte de uma perspectiva filosófica, e da qual influenciou o Cristianismo e a compreensão que temos da morte -melhor dizendo, da alma -nos dias de hoje. Sócrates não fugiu da significação e importância da morte como Epicuro fez Sócrates a interpretou de forma racional e pela qual conseguimos nos aquietar diante deste trágico evento. Pois para Sócrates, diferentemente de Epicuro, nós não devemos temer a morte, não por ela não ser nada, e sim por não sabermos o que há depois que morrermos. E após, corroboro com Montaigne o que Sócrates realizou em vida, como a filosofia sendo a

Da reflexão filosófica sobre a morte à questão da eutanásia

Resumo: O objetivo deste estudo consistiu, essencialmente, numa exposição com carácter de indagação, sobre a morte, tendo como ponto de partida a especulação filosófica grega antiga, apoiando-nos, em primeiro lugar, na Apologia de Sócrates e no Fédon de Platão. De seguida, expomos alguns elementos da doutrina de Epicuro sobre a morte e tentamos traçar algumas filiações dessa doutrina na reflexão heideggeriana do ser-para-a-morte, a partir de Ser e tempo. Por último, efetuamos o 'trânsito' para uma leitura compreensiva da eutanásia tal como foi inicialmente entendida na Antiguidade, inserindo-a depois numa linha de continuidade com a que é exposta por Tomás Moro na sua Utopia, para finalmente terminarmos com a de Francis Bacon. Abstract: The aim of this study was essentially an inquiry explanation on death, starting with ancient Greek philosophical speculation, relying primarily on the Apology of Socrates and Plato's Phaedo. We then discuss some elements of Epicurus' doctrine on death and try to trace some of the affiliations of this doctrine in the Heideggerian reflection of being-to-death, from Being and Time. Finally, we carry out the 'transit' for a 2 manuela martins.indd 39