OS PROCESSOS DA GLOBALIZAÇÃO: Fenômeno novo ou velho? (original) (raw)

O Complexo Fenômeno da Globalização

Como fenômeno de contornos ainda difusos, a Globalização demanda permanentes estudos de diversas áreas do conhecimento. Hoje, é inegável sua influência sobre o Direito e, de forma muito acentuada, sobre o Direito Penal. Entender quais as implicações da Globalização sobre a questão criminal é um desafio do qual não podem se furtar as ciências criminais no contexto de liminaridade em que se vive. Sendo assim, o presente artigo busca entender os múltiplos significados do fenômeno e seus principais atributos, avaliando seus reflexos sobre o Direito Penal moderno e sobre as perspectivas futuras da disciplina. De um modo geral, é possível perceber que o Direito Penal da Globalização depara-se com uma criminalidade transnacional e organizada, o que inegavelmente demanda uma série de adaptações. Ao lado de uma corrente eficientista com maior aceitação, permanece vivo um discurso de resistência, que alerta para os malefícios de um expansionismo desenfreado. Graças à ampla possibilidade de debate que o ambiente atual propicia é possível verificar que o avanço da Globalização implica uma maior intervenção do Direito Penal e uma diminuição da importância do Estado Nacional na tomada de decisões político-criminais.

A GLOBALIZAÇÃO DO PARADIGMA TECNOCRÁTICO

Texto publicado na revista "Por Trás da Palavra" do Centro de Estudos Bíblicos (CEBI), 2019

Ao falarmos em globalização e paradigma tecnocrático, estamos nos referindo às relações de consumo e os efeitos que a mídia e a tecnologia causam em nossa sociedade, impulsionando o consumismo e a expansão do neoliberalismo em nosso planeta. A globalização afeta diversas áreas da nossa sociedade, principalmente as telecomunicações, as relações comerciais e sociais, impactando diretamente na relação dos indivíduos com o consumo exacerbado e descontrolado. A globalização surge com o advento da modernidade, caracterizando mudanças tão profundas e generalizadas que evidenciam uma verdadeira mudança de época. O conhecimento tecnológico tornou-se o principal poder de produção. As novas formas de fazer implicam novas formas de ser, de sentir, de pensar, de se relacionar. A velocidade de processamento dos computadores insinua o novo ritmo de velocidade da vida. A rede de comunicações facilitada pela tecnologia revela ao mesmo tempo as proximidades e distâncias, as semelhanças e diferenças. As próprias crises que hoje agudizam acenam para mudanças radicais no modo de se relacionar, assim como de nos incluir nos processos da vida, garantindo a qualidade do nosso existir e de como nos relacionamos com as relações de consumo.

Caracterizando o Processo de Internacionalização Born Global: Discussão sobre a Conceituação Empírica do Fenômeno e Hipóteses de Pesquisa

RESUMO Trabalhos anteriores já discutiram em profundidade os aspectos teóricos do fenômeno Born Global, em especial como ele desafia a teoria tradicional de internacionalização de empresas. Neste estudo, evita-se repetir esta discussão, colocando o foco sobre a conceituação empírica do que seja uma empresa Born Global. A partir de extensa revisão crítica da literatura sobre as Born Globals, incluindo estudos de casos brasileiros publicados, foram identificadas as principais características atribuídas ao seu processo de internacionalização. Buscou-se discutir a operacionalização do conceito, com especial ênfase na adequação à realidade de países como o Brasil. Foram propostas então hipóteses sobre tais características, capazes de serem testadas empiricamente e, com isto, ajudar a discriminar os processos de internacionalização seguidos por diferentes empresas. Este trabalho atende assim ao apelo de autores da área de Negócios Internacionais, para que fossem feitos mais esforços de operacionalização empírica da empresa Born Global, com vistas a permitir estudos futuros melhor comparáveis entre si.

GLOBALIZAÇÃO E MUDANÇAS NA CADEIA TÊXTIL BRASILEIRA

Editora da UFMA, 2010

A hipótese principal que emerge deste trabalho é que o novo contexto econômico brasileiro gerado pela globalização e pela liberalização comercial, que provocou crise traduzida em fechamento de unidades produtivas e em altos índices de desemprego (particularmente no segmento de tecelagem), e, conflito entre os diversos elos da cadeia têxtil e de confecção no momento imediato da abertura, impulsionou os empresários do setor têxtil e de confecção a construírem novas estratégias e buscarem novas relações interfirmas. Em suma, as principais respostas estratégicas do setor estariam ligadas tanto a uma reestruturação produtiva quanto à busca de novas relações interfirmas em um amplo processo de reconfiguração das relações produtivas e institucionais. A partir da hipótese principal o trabalho irá mostrar de que forma tem se efetuado o processo de reestruturação produtiva e institucional, desencadeando-se tanto na CTC nacional quanto na CTC do maior aglomerado industrial têxtil do Estado de São Paulo. O trabalho argumenta que, apesar das dificuldades estruturais deste setor industrial, das dificuldades do ambiente macroeconômico e dos obstáculos presentes no meio institucional e cultural, após a situação de crise mais aguda do setor emerge: a valorização de fatores non-price buscando ir além da simples atualização tecnológica dos equipamentos; o surgimento de um novo discurso institucional vindo das principais entidades representativas do setor têxtil, tanto no âmbito nacional quanto no cluster de Americana, onde este novo discurso institucional tem valorizado a integração competitiva das empresas ao longo da CTC; o maior reconhecimento do papel estratégico da cooperação interfirmas para a competitividade da empresas; a formulação de novas estratégias empresariais de médio e longo prazo; e a abertura de novos espaços de negociação e de formulação de políticas públicas de fomento ao dinamismo industrial e de busca de parceria entre os setores público e privado. É preciso enfatizar, contudo, que estas novas estratégias empresariais se desenvolvem a partir das empresas remanescentes já que o processo de liberalização comercial abrupta provocou uma maior concentração industrial no setor têxtil com grande prejuízo para as micros e pequenas empresas.

A PERSPECTIVA DOS CÉTICOS E GLOBALISTAS SOBRE A GLOBALIZAÇÃO

Neste trabalho, apresentamos ideias contra e a favor da globalização demonstradas nas abordagens de céticos e globalistas, passando pela contextualização histórica do sistema capitalista, da busca pelo poder, o conceito e os contrastes desse processo. Mostramos o quanto que é importante o debate de ideias acerca da globalização na área de relações internacionais, e de maneira geral procuramos destacar o quanto é imprescindível a compreensão de cada lado para a formação de identidades críticas no mundo atual. Por fim, concluímos é que de extrema importância estudos que visam a caracterização, formulação de ideias e debates sobre a globalização, principalmente quando há formas alternativas de abordar as vantagens e os problemas desse processo.

Globalizações passado e presente

Cadernos Mateus DOC X: Globalização, 2016

As viagens dos Descobrimentos são um dos actos fundadores de uma sociedade globalizada, estando na origem de trocas de experiências e no conhecimento de outras realidades. A circulação de formas e ideias durante a Idade Média potenciou a confrontação ideológica e a incorporação de novos saberes que de outra forma não seriam tangíveis. Serão as viagens dos descobrimentos portugueses, ponto de partida para uma realidade internacional globalizada acompanhados por uma atitude reflexiva em relação ao conhecimento ancorado numa forte ligação ao seu contexto de origem? Esta é tanto mais eficaz quanto maior for a capacidade de investigar sobre o sentido das coisas e as suas raízes. A historiografia da arte portuguesa tem-nos demonstrado a importância da viagem como possibilidade de cruzamento de influências e como esta contribui para a formação do gosto de mecenas e de autores. Em Portugal, tal como noutros países, a questão impõe-se nestas duas diferentes perspetivas. Sendo essencial entender o nosso enquadramento na realidade da Europa mediterrânica, é também impositivo perceber de que forma este enquadramento lhe permitiu desenvolver uma resposta tão particular. Serão as edificações deste período apenas importações de modelos ou, traduzem, em sim mesmas, uma perspetiva coerente e original? A interação de diferentes culturas e diferentes locais introduz uma matriz dinâmica que se concretiza, na realidade nacional, em edifícios ricos de simbolismo e de significado. A arquitetura da época manuelina inaugura uma nova forma de encarar o espaço. A sua unicidade e a funcionalidade mostram um momento particular na arquitetura portuguesa A história da arquitetura é feita sobretudo de descontinuidades. Todavia, as permanências deverão também ser tidas em conta. A linguagem clássica da arquitetura sempre esteve presente por todo o Mediterrâneo. A análise da arquitetura terá que ser feita a partir de um raciocínio lógico. De acordo com A. Zaragoza Catalán, apenas na nossa época é possível apreciar de que modo as influências formais do norte francês se refletiram nas poderosas tradições construtivas locais. Há que fazer uma nova leitura, por cima dos estilos (Carrera Santamaria, 2012). Fernando Távora diria: o estilo não conta, conta sim a relação entre a obra e a vida. (Alves Costa, 2001).

GLOBALIZAÇÃO: NOVA ORDEM (OU NOVO ORDENAMENTO?) E O PAPEL DO ESTADO-NAÇÃO

E O PAPEL DO ESTADO-NAÇÃO. Péricles Cerqueira Monteiro RESUMO O objetivo deste artigo é analisar o fenômeno da chamada globalização a partir de seus elementos e do conceito de nova ordem mundial, e as relações entre a globalização e o Estado-nação. Discute-se: 1) o conceito de nova ordem mundial, 2) o fim do Estado-nação, e 3) as alternativas dos países subdesenvolvidos no mundo globalizado. Para estes fins, utilizaram-se as obras de diversos autores que trataram do tema da globalização.