Da Pirataria Ao Streaming: Discutindo Novas Relações Entre Artistas e O Mercado Fonográfico (original) (raw)

Novas articulações no mercado de música digital a partir da cultura do streaming

Culturas Midiáticas, 2019

A circulação da música digital nas plataformas de streaming é considerada a principal forma de fruição musical na atualidade pela fácil usabilidade e acesso por meio da internet em dispositivos móveis. Constituído a partir das transformações causadas pela digitalização de processos tecnológicos, o streaming tem modificado o mercado musical trazendo novas relações entre gravadoras, plataformas digitais, artistas e consumidores. Neste artigo serão analisadas duas delas: a atuação do Spotify como uma gravadora e a inserção das empresas agregadoras como mediadoras de artistas e dos serviços de streaming, com o objetivo de apresentar novas possibilidades da produção de música no meio digital.

Pirataria na Música Digital: Internet, Direito Autoral e Novas Práticas de Consumo

Razón y Palabra, 2006

Resumo A consolidação de novos modos de compartilhamento, interatividade e consumo musical favorecidos por certos desenvolvimentos tecnológicos, enseja uma grande reorganização no mercado fonográfico. Neste contexto, a questão dos direitos autorais tem merecido especial atenção. O presente trabalho discute alguns usos e abusos de software de gerenciamento e controle de cópias não autorizadas, bem como modelos alternativos de licenças propostas pelo Creative Commons para a música distribuída na Internet. Pretende-se problematizar a noção de pirataria digital através de uma abordagem multifacetada. Palavras-chave: Internet, música digital, pirataria.

Indústria fonográfica X novas plataformas musicais - Trânsitos sonoros na era da Internet

RESUMO O artigo traz um breve panorama sobre alguns dos novos modelos de circulação musical no século XX, pontuando os conflitos e as permanências experimentados pela indústria fonográfica no novo contexto. A participação das gravadoras nos trânsitos musicais via internet e outras plataformas digitais é confrontada com novas formas de difusão, promovidas por empresas oriundas de setores da comunicação, informática e entretenimento no comércio de arquivos, softwares e hardwares relacionados à circulação musical. Observa-se ainda que os ouvintes são cada vez mais ativos na circulação musical, através de ações nas plataformas ligadas às majors das TIs e do entretenimento, bem como da disponibilização de conteúdos (áudios, vídeos e textos) em sites colaborativos e alternativos.

Habitando a lei: “pirataria”, streaming, e o regime de propriedade intelectual

Revista Mana, 2020

Este artigo aborda as leis de propriedade intelectual como um conjunto de regulações constituído por relações porosas estabelecidas entre o legal/ilegal. Para além de uma configuração permeada por normas e comportamentos alinhados a uma racionalidade jurídica, argumento que as regras envolvendo a propriedade das criações do intelecto são atravessadas, interditadas, moldadas, editadas e criadas a partir de negociações com agentes situados em campos em que o legal e o ilegal estão interrelacionados. Analiso este modo de habitar, ou seja, colonizar, ressignificar as leis de propriedade intelectual, a partir de meu estudo etnográfico junto às plataformas de streaming (de vídeo e música) e à “pirataria” digital, em que identifico a permeabilidade dos campos legal/ilegal não apenas na constituição da lei, mas também nas experiências de atores “piratas” e operadores de serviços legais.

Produções Legais da Pirataria: o streaming e a incorporação das demandas e discursos piratas no mercado do entretenimento digital

Revista Campos - UFPR, 2017

A partir das mudanças desencadeada nas indústrias fonográfica e cinematográfica em razão das tecnologias digitais de compartilhamento de arquivos que desafiaram o regime de propriedade intelectual no final da década de 1990, este artigo tem como objetivo analisar processos de incorporação dos discursos e demandas da “pirataria” no mercado legal do streaming. Com base em etnografia realizada no ciberespaço entre os anos de 2015 e 2017 sugiro que as atuais plataformas de streaming são não somente inspiradas, mas permeadas e produzidas pela “pirataria” digital e por suas estratégias de resistência ao mercado tradicional do entretenimento. Em uma dinâmica porosa de produção do legal a partir da incorporação do ilegal é possível dizer que os novos modelos de mercado do entretenimento digital correspondem a processos de formalização das demandas e discursos piratas.

Em busca da música infinita: os serviços de streaming e os conflitos de interesse no mercado de conteúdos digitais

2015

RESUMO O objetivo do artigo é analisar os serviços de streaming de música, buscando entender como a conciliação entre as práticas de consumo de conteúdos digitais e os interesses dos agentes do mercado de mídia sonora afeta o desenvolvimento de seu modelo de negócio. Entende-se que esses novos empreendimentos experimentam, de forma peculiar, o conflito entre interesses divergentes, tornando-se um privilegiado objeto de estudo sobre o atual momento da destruição criadora da indústria da música. Adotando uma abordagem socioeconômica dos mercados de comunicação e cultura, realiza-se um estudo de caso exploratório a partir da descrição e análise da experiência de consumo de mídia sonora nesses programas e das estratégias de monetização do consumo musical. Por fim, apontam- se as pressões que os serviços de streaming sofrem dos tradicionais agentes da indústria da música para que reformulem seu atual modelo de negócio, comentando-se os possíveis efeitos sobre a organização do mercado digital de música. ABSTRACT This paper analyzes the streaming music services in order to understand how the conciliation of digital content’s new consumption practices affects the development of music industry agents’ business model. It is assumed that these new enterprises of the digital environment experience more intensely the conflicts between divergent interests, making it a privileged object of study on the current situation of the creative destruction of the music industry. By adopting a socioeconomic approach to communication and culture markets, we conducted an exploratory case study based on the description and subsequent analysis of user experience in these programs and the monetization strategies of musical consumption. Finally, it is considered that streaming services are under pressure from other music industry players to rethink their current business model, and we comment on the likely effects upon the organization of the music industry in the digital age.

Pirataria, não! Resistência. Um Estudo sobre as Práticas de Resistência do Consumidor Brasileiro de Música Digital

anpad.org.br

O objetivo deste estudo é compreender como consumidores brasileiros de música digital percebem e entendem o chamado "consumo ilegal" de música por meio da "pirataria virtual". De forma a alcançar tal objetivo, foram utilizados como referencial teórico o conceito de resistência do consumidor e como referencial metodológico a análise de discurso. A partir de uma abordagem qualitativa, foram coletados dados em dois grupos de foco compostos por quatorze jovens universitários que declararam fazer download de músicas para consumo próprio costumeiramente. Foram identificadas quatro formas de resistência praticadas por estes consumidores: (1) a força de oposição ao mercado; (2) a agência do consumidor; (3) a "saída"; e (4) a divergência frente à prática do mercado. Após uma breve contextualização da mudança tecnológica no mercado fonográfico que originou o fenômeno da "pirataria virtual", apresentamos quadro referencial teórico sobre resistência e consumo. A interpretação dos resultados e a discussão sobre download e resistência encerram este artigo.

Música na era do streaming: curadoria e descoberta musical no Spotify

Sociologias, 2018

Resumo Serviços de streaming facilitam o consumo e a descoberta de músicas gravadas ao oferecer acesso irrestrito e sob demanda a uma gigantesca coleção musical a partir de qualquer dispositivo online, em qualquer hora ou local. A curadoria, feita por humanos e/ou máquinas, tem o papel de filtrar, selecionar e guiar a experiência de consumo, sendo uma forma de lidar com a abundância e superacessibilidade de conteúdo. Após pesquisa realizada com 20 usuários do Spotify, combinando entrevistas e análise de dados, os resultados mostram que a facilidade de acesso incentiva a descoberta de novas músicas, tornando a experiência de consumo mais diversificada e fragmentada, e demonstram o papel fundamental das playlists como principal forma de descoberta e coleção musical. O estudo revela ainda que a curadoria algorítmica, apesar de ser constantemente aprimorada, não substitui a curadoria humana devido à sua maior previsibilidade e imprecisão.